Nada de greve

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Era pra ser nesta quinta-feira, 3 de julho. Funcionários da Escola Adriana Spall Wingert, terceirizada pelo município, tinham cogitado cruzar os braços. O motivo? Atraso no pagamento do vale alimentação e dúvidas quanto ao depósito do FGTS por parte da entidade parceira que administra a escola.

Mas a greve não aconteceu. Nos bastidores, a informação é de que houve uma conversa com representantes da Prefeitura, que se comprometeram a resolver a situação. A paralisação, por enquanto, está suspensa. Mas isso não significa que o problema foi resolvido — apenas adiado.

Os funcionários estão cansados. Querem receber o que é deles por direito. Mas também reconhecem que parar a escola impacta diretamente as crianças e suas famílias. Deram um voto de confiança, e agora aguardam que ele seja honrado.

Resolução

A Prefeitura de Canela divulgou nota oficial informando que recebeu denúncias sobre as pendências trabalhistas na Escola Adriana Spall e está apurando os fatos. De acordo com a nota, foi solicitado à entidade parceira o envio de documentos comprobatórios. A empresa teria garantido que o FGTS está sendo depositado regularmente, mas o vale segue pendente.

“Paralelamente, a Procuradoria-Geral do Município está emitindo parecer com orientações à Secretaria de Educação para que, em caráter excepcional e com respaldo jurídico, seja viabilizado o pagamento direto do vale alimentação aos colaboradores vinculados à parceria.”

Ou seja, a Prefeitura está tentando assumir temporariamente o pagamento do vale, enquanto cobra da parceira contratada as explicações necessárias. A medida busca garantir os direitos dos profissionais, evitar uma paralisação e manter o funcionamento da escola.

Prefeitura não é a vilã

É importante destacar que, em meio a tudo isso, a Prefeitura de Canela não tem se esquivado. Pelo contrário: tem buscado resolver o problema do vale alimentação da melhor forma possível dentro da legalidade. A nota oficial foi clara, e os bastidores indicam que há esforço real pra evitar que os funcionários fiquem no prejuízo.

Não foi a Prefeitura que causou o problema, mas foi quem teve que correr pra conter a crise. E agora, cabe também à entidade parceira se posicionar publicamente e apresentar a documentação que prove que está em dia com suas obrigações.

Escolas sem material básico

Enquanto isso, o vereador Alberi Dias (MDB) trouxe outro problema à tona: pais sendo chamados para levar produtos de limpeza para escolas da rede. A denúncia envolve, especificamente, as escolas Diva Pedroso da Cunha e Serafina Seibt.

Segundo Alberi, a justificativa é que os insumos estão em falta e que uma nova licitação está sendo preparada. Só que, como ele mesmo disse, isso deveria estar previsto.

Cabo Antônio fala de bastidores

O vereador Cabo Antônio (MDB) usou a tribuna da Câmara nesta semana pra fazer um desabafo. A bronca dele foi sobre o que chamou de “picuinhas políticas” dentro da relação entre oposição e situação.

Ele contou que havia conversado com o secretário estadual da Agricultura, Edivilson Brum, e que recebeu dele uma resposta positiva sobre um pedido para beneficiar o interior de Canela. A expectativa era boa: parecia que algo importante seria viabilizado.

Segundo Antônio, o secretário demonstrou interesse e prometeu atender à solicitação. Isso animou o vereador — afinal, era um avanço concreto pra cidade.

“Tiraram da foto”

Mas aí veio o balde de água fria. O vereador relatou que tentou participar de uma agenda oficial para reforçar outras demandas junto ao secretário, mas não foi incluído pela base do governo. Segundo ele, o motivo foi simples: ele é da oposição, e ninguém queria ele “saindo na foto”.

“Como o secretário já tinha dito que ia ajudar a Canela, eles não quiseram levar o vereador de oposição junto, porque ia sair na foto.”

A fala ecoou no plenário. Mais do que um desabafo, foi uma crítica direta à lógica política que, segundo ele, privilegia vaidade em vez de resultados.

Cabo Antônio disse ainda que chegou a sugerir que ele e outro vereador, Gilberto Tegner, fossem juntos ao encontro com o secretário, para apresentar novas reivindicações. Mas a proposta não avançou. A explicação? Teria sido uma desculpa protocolar.

“Aí deram uma desculpa, porque não podiam. E aí, quando chegou no dia da assinatura dos prefeitos, eu recebi o convite. Eu poderia ter ido lá. Mas o prefeito foi lá.”

A frustração do vereador ficou evidente. A fala dele foi crescendo em tom e deixou claro o incômodo com a sensação de que, por ser de oposição, está sendo constantemente deixado de lado — mesmo quando tenta colaborar.

Zero politicagem, mais política

O ponto mais forte do discurso veio no fechamento: “A gente tem que parar de fazer politicagem. Fazer política. ‘Não vou ajudar esse, não vou querer esse do meu lado, que é a minha oposição.’ ‘Ah, não, esse aí está criticando demais, esse está fazendo muita coisa contra nós.’ Vamos trabalhar, vamos trabalhar unidos”, apontou Antônio.

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