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Fecomércio-RS apresenta resultados da Sondagem de Varejo de Moda

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ESTADO – A Fecomércio-RS divulgou hoje, quinta-feira (31), a Sondagem do Segmento de Varejo de Moda de 2025. Realizada entre 23 de maio e 4 de junho a pesquisa entrevistou 385 estabelecimentos do segmento, selecionados de forma aleatória no RS, sendo todos optantes do Simples Nacional. A pesquisa questionou os entrevistados quanto à situação das finanças do negócio, gestão, avaliação da atualidade e perspectivas futuras.

Um ano após as cheias que atingiram o estado do Rio Grande do Sul, o setor de Varejo de Moda ainda sente os impactos da tragédia. De acordo com a pesquisa, 68,3% das empresas do segmento foram afetadas de forma direta ou indireta pelas enchentes, e 54% delas se recuperaram apenas parcialmente ou ainda não conseguiram se reerguer totalmente. Entre os principais efeitos ainda enfrentados estão a queda no faturamento (68,6%), perda de clientes (51,1%) e dificuldades financeiras (33,5%).

O desempenho das vendas nos últimos seis meses reflete esse cenário desafiador: 57,2% das empresas classificaram os resultados como regulares ou ruins, e 55,6% afirmaram que as vendas ficaram abaixo das expectativas. Os desafios internos mais recorrentes incluem a gestão de pessoas (34,3%) e a fidelização e o relacionamento com os clientes (30,6%). No ambiente externo, os principais obstáculos apontados foram a elevada carga tributária (57,4%) e a concorrência com sites e plataformas estrangeiras (31,4%).

Apesar do contexto adverso, a área de gestão apresenta sinais positivos. A grande maioria das empresas (89,7%) já utiliza controle informatizado de vendas e estoques, e 80,9% monitoram o desempenho dos produtos com frequência — seja de forma diária, semanal, quinzenal ou mensal. A precificação é feita, principalmente, com base em uma margem fixa sobre o custo total (42,1%) ou por categoria de produto (40,8%).

A introdução de novos produtos, por sua vez, é motivada majoritariamente pela demanda dos clientes (40,3%) e pelas tendências de mercado (37,1%). No entanto, ainda há pontos de atenção, especialmente em relação ao treinamento de novos colaboradores. Embora 62,9% das empresas ofereçam treinamento formal no momento da contratação, 11,9% não fornecem qualquer tipo de capacitação inicial.

No campo financeiro, o setor continua apresentando vulnerabilidades, com 39,2% das empresas relatando dificuldades para honrar compromissos financeiros ou enfrentando risco de insolvência e fechamento. Em 16,4% dos casos, não há separação clara entre as finanças da empresa e as dos sócios, o que prejudica a organização e o controle financeiro.

Além disso, 9,1% das empresas realizam o acompanhamento financeiro com pouca frequência, dificultando a tomada de decisões estratégicas. Por outro lado, a maioria das empresas busca manter a adimplência: embora 34,2% possuam empréstimos ou financiamentos, apenas 2,3% estão com pagamentos em atraso.

Apesar das dificuldades, o setor apresenta sinais de otimismo em relação aos próximos meses. Para o semestre seguinte, 59,0% das empresas esperam melhora nas vendas. A maioria (73,2%) pretende manter o atual quadro de funcionários, enquanto 22,6% sinalizam intenção de contratar. Além disso, 28,1% planejam realizar investimentos no mesmo período. Esse movimento ocorre mesmo com uma percepção limitada de melhora do ambiente econômico: apenas 24,7% dos entrevistados acreditam em avanço da economia estadual e 19,2%, em recuperação da economia nacional.

“Um ano após a tragédia de maio de 2024, o setor de Varejo de Moda ainda opera em cenário de recuperação parcial, com desempenho de vendas abaixo do esperado para grande parte das empresas pesquisadas. O levantamento mostra que os desafios financeiros persistem, mas, ao mesmo tempo, há avanços na adoção de práticas de gestão e na intenção de investir, o que reforça a expectativa de retomada. Diante de um ambiente econômico ainda instável, com juros elevados e pressão sobre custos, reforça-se a importância da organização financeira e da gestão estruturada como fatores determinantes para a continuidade e adaptação dos negócios”, afirmou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. A Sondagem completa está disponível no link.

Mais sobre a Sondagem de Varejo de Moda

A Sondagem de Moda faz um levantamento sobre as principais características dos negócios do segmento, identificando o perfil em termos de estrutura, finanças, gestão e estratégia das vendas, além de treinamento da força de trabalho. O panorama geral do segmento identifica que 63,9% das empresas atuam há pelo menos 10 anos no mercado. Em termos de pessoas trabalhando, mais da metade dos entrevistados (56,1%) operam com até 3 funcionários. Em relação ao principal segmento de atuação o mais citado foi o vestuário feminino (58,4%) seguido do vestuário masculino (16,6%), calçados (11,7%), vestuário infantil (9,6%) e acessórios (3,6%).

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