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Preço do café sobe 81% ao consumidor em um ano

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PAÍS – O preço do café continua subindo para o consumidor, mas, no campo as cotações começaram a cair em março, após o início da colheita no Brasil.

Na prévia da inflação de junho, o café moído foi o segundo item que mais pesou na inflação do mês, depois da energia elétrica, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (26).

Em relação a maio, o preço do café subiu 2,86%. Mas, no acumulado em 12 meses até junho, já encareceu 81,6%.

No campo, a cotação média mensal do café arábica, que é o mais consumido e produzido no Brasil, caiu 17% em junho em relação a fevereiro, quando o preço bateu recorde na série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP)

A tendência é de que a queda de preços no campo comece a chegar ao consumidor no segundo semestre, mas de forma lenta e gradual, segundo economistas.

Preço do café ao consumidor

Analistas dizem que o início da queda de preços do café para o consumidor começa este ano, mas tende a ganhar intensidade em 2026, caso não haja problemas na safra.

O repasse de preços do campo até o supermercado costuma demorar, explicam.

Desde março, porém, a inflação do café já vem diminuindo ritmo de alta mês a mês, segundo o IBGE.

“Existe um tempo entre o processo de colher o café, de secar, de beneficiar, até chegar na mão da indústria para ser torrado, embalado para, só depois, ser distribuído para os mercados”, explica Fernando Maximiliano, analista da consultoria StoneX Brasil.

A colheita de café no Brasil começou em março e vai até setembro.

“Em um horizonte de 60 a 90 dias, a gente pode começar a esperar uma transferência de preço mais expressiva ao consumidor”, diz o sócio-diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, Carlos Cogo.

“Mas ainda não vamos voltar aos patamares de preços praticados antes do segundo semestre de 2024. É o início de uma recuperação gradual”, acrescenta.

Maximiliano tem uma avaliação semelhante. Ele afirma que a inflação do café vai começar a cair mês a mês, mas ainda terá alta no acumulado em 12 meses.

Ou seja, o produto vai continuar caro, mesmo com o início de um alívio nos preços.

Para Cogo, o café só vai baratear mais no supermercado em 2026, ano para o qual se espera um crescimento maior da safra do Brasil.

Por que as cotações no campo caíram?

As cotações no campo começaram a cair após o início da colheita no Brasil, em março, e com a expectativa de uma melhora na safra dos países do Sudeste Asiático, como o Vietnã e a Indonésia, diz Cogo.

A baixa também vem sendo provocada por uma redução do consumo de café no Brasil, puxada pelo encarecimento do produto.

A tendência é que o preço da saca vendida pelo produtor continue diminuindo com o avanço da colheita, cujo pico acontece agora em junho e julho.

  • Café robusta x arábica

Maximiliano, da StoneX Brasil, detalha que o aumento da safra de café robusta é o principal fator por trás da queda das cotações. Segundo a Conab, a safra atual dessa espécie deve crescer 28% em relação ao ciclo anterior.

“As plantações de robusta no Espírito Santo e na Bahia são praticamente todas irrigadas. Então, o clima não foi um problema”, diz Maximiliano.

Já o desenvolvimento das plantações de arábica foi prejudicado por secas, em um ano em que a colheita já seria naturalmente menor. Com isso, a produção deve cair 6,6% menor nesta safra em relação à anterior.

“As plantações de robusta no Espírito Santo e na Bahia são praticamente todas irrigadas. Então, o clima não foi um problema”, diz Maximiliano.

Já o desenvolvimento das plantações de arábica foi prejudicado por secas, em um ano em que a colheita já seria naturalmente menor. Com isso, a produção deve cair 6,6% menor nesta safra em relação à anterior.

Por que preço bateu recorde no início do ano?

No dia 12 fevereiro deste ano, a cotação diária do café arábica chegou a R$ 2.769,45, um recorde na série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), iniciada em 1996.

Já a maior cotação diária do robusta foi atingida em 23 de janeiro deste ano, quando bateu R$ 2.102,12.

Maximiliano explica que isso aconteceu porque o Brasil exportou mais que o normal em 2024, o que fez o país entrar em 2025 com baixos estoques.

“A gente viu a exportação ultrapassando 50 milhões de sacas, em um ano em que a produção não foi tão abundante”, diz.

Isso aconteceu porque o mundo passou a demandar mais café do Brasil.

“Houve problemas na produção do Vietnã, e um impacto geopolítico da guerra no Oriente Médio”, diz.

“Depois que começou a guerra entre o Hamas e Israel, os Huthis, grupo do Iêmen que apoia o Hamas, passou a atacar navios no Mar Vermelho, região que é a rota do café da Ásia para a Europa”, detalha o especialista da StoneX Brasil.

Com isso, os europeus passaram a comprar mais café do Brasil.

Além disso, no final de 2024, era esperado que entrasse em vigor uma lei europeia que bloqueia exportações de áreas desmatadas, o que fez com que muitas empresas do continente antecipassem importações, diante de incertezas sobre a aplicação da legislação.

implementação da lei acabou sendo adiada para o final de 2025.

Outro fator que pressionou os preços é que a indústria brasileira passou a operar com estoques menores dos grãos, especialmente após à disparada das cotações, diz o analista da StoneX Brasil.

Além disso, os contratos futuros de café estão menores do que os atuais, o que desincentiva a formação de estoques.

Fonte: G1

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