Redução no endividamento revela maior cautela no consumo (Foto Elaine Nardes, Divulgação/Banco de Dados)
A Fecomércio-RS divulgou nessa sexta-feira, 17, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência para o Rio Grande do Sul (PEIC-RS). A pesquisa de abril mostra nova redução no índice de famílias endividadas ante o mês anterior, registrando 59,1% – em março, o indicador marcava 61%. A queda pode estar refletindo maior cautela no consumo diante do cenário de incertezas. Também foi apurado recuo no índice de famílias com contas em atraso, de 27,6% para 26,6%.
O índice de famílias que não terão condições de pagar suas contas no horizonte de 30 dias, por sua vez, ficou praticamente estável, em 12,7%. Contudo, observado por grupo de renda, houve queda de 8,3% para 6,4% nas famílias com renda superior a 10 salários mínimos, mas alta de 13,3% para 14,6% nos núcleos com valor inferior a este patamar. “Nesse grupo de famílias com renda menor que 10 salários mínimos, existem muitas que dependem do rendimento de ocupações informais, assim como de prestação de serviços, atividades que foram duramente afetadas pelas medidas de isolamento social adotadas em razão da pandemia do coronavírus. Famílias nessas condições sofreram duramente com a redução da renda já nos primeiros dias em que as medidas começaram a vigorar, algo que, em um orçamento sem folgas, compromete ou agrava rapidamente a capacidade de pagamento das famílias”, comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
A pesquisa mostrou que, para esse mesmo grupo de renda, que compõe 80,7% da amostra, 53,9% das famílias com contas em atraso referiram tempo com pagamento em atraso maior que 90 dias, alta de 4,5 pontos percentuais sobre o mês anterior. “Como a pesquisa foi feita nos últimos 10 dias de março, o período contempla as medidas aplicadas para a contenção da pandemia e, portanto, pode já refletir seus primeiros efeitos sobre a perspectiva de pagamento de contas em atraso de famílias mais vulneráveis financeiramente”, concluiu Bohn.