Coluna publicada no dia 18/07.
Tem coisa que não dá pra entender mesmo. A rua Cônego Alberto Hickmann, que podia ser só mais uma rua normal em Canela, virou símbolo de uma teimosia coletiva: o povo jogando lixo no chão sem dó nem piedade. A foto foi tirada quarta-feira, mas podia ser qualquer dia. Ali, entre a Pastor Herbert Wolf e a ERS-235, o que se vê é plástico, papel, garrafa, resto de comida, e um baita descaso. Um amontoado de “depois eu vejo” que nunca vê nada.
É o tipo de coisa que revolta, mas que, ao mesmo tempo, nos dá aquele soco no estômago: quem é que joga esse lixo? A prefeitura? Os ETs? Os cavaleiros do apocalipse? Claro que não. É a gente mesmo. A vizinhança. Os moradores. Os que passam ali e acham que a rua é lixeira.
Dedo apontado pro espelho
Te lembra do caso do óleo, né? Aquele em pleno centro de Canela, onde despejaram 40 litros de óleo de cozinha usado direto na rede pluvial. Quarenta. Litros. Um absurdo completo que ganhou repercussão, mas que também escancarou uma verdade que ninguém gosta de admitir: o ser humano tem uma facilidade inacreditável pra jogar a culpa nos outros enquanto vai empilhando erro atrás de erro no próprio quintal.
A gente vive achando culpados: a prefeitura não limpou, o fiscal não multou, o caminhão de lixo não passou. E, sim, às vezes tudo isso é verdade. Mas em quantas dessas a gente não é parte ativa do problema? O óleo não pulou da garrafa pro ralo sozinho. A sacola plástica não criou pernas e correu pro meio da rua. A bituca de cigarro não saiu voando da mão de alguém educado.
Viver em sociedade
É preciso dizer com todas as letras: a gente não sabe viver em sociedade. Não sabe. E isso não é discurso de ecochato nem de pregador de moral alheia. É constatação. A gente não sabe esperar na faixa, não sabe respeitar fila, não sabe separar o lixo, não sabe deixar a praça limpa depois de um mate no fim da tarde.
E o mais triste é que tem solução. Tem jeito. Falta é querer. Falta o mínimo de empatia, de pensar no outro, de pensar na cidade. Porque cidade é coletivo, e o coletivo depende de cada um. Cada um fazendo a sua parte. E a sua parte pode ser tão simples quanto não jogar o que sobra da tua marmita no chão.
E o óleo?
Pra quem ainda tá na dúvida e acha que jogar óleo usado na pia é a única saída, aqui vai o serviço: Canela tem um monte de pontos de coleta de óleo de cozinha usado. Um monte mesmo. Escolas, fórum, feira ecológica, hospital, UBS, CRAS… tem mais ponto de coleta do que padaria no centro.
Então, já que não custa repetir, se tu precisa descartar óleo, anota aí:
Escolas
Cônego João Marchesi, Noeli Silva, Santa Terezinha, Diva Pedroso, Bertholdo Oppitz, Sylvio Hoffmann, Eva Bianchi, Rodolfo Schlieper, Ítala Reis, Ernesto Dornelles, Serafina Seibt, Barão do Rio Branco, Severino Travi.
Outros pontos
Secretaria do Meio Ambiente, Fórum (ao lado da Prefeitura), Feira Ecológica, Hospital de Caridade, CRAS Santa Marta, UBS Santa Marta.
Interdição no trânsito
E pra quem gosta de sair de carro sem olhar pra frente (literalmente), fica o alerta da semana: vai ter intervenção em várias ruas de Canela entre os dias 21 e 23 de julho. A empresa Mercúrio Engenharia vai abrir cavas e mexer com infraestrutura em pontos bem movimentados. Vai ter máquina, sinalização e, claro, bloqueios parciais. Então, já vai te programando:
🗓 Segunda, 21
• Av. João Marchese – manhã
• Rua Antenor T. de Souza – tarde
🗓 Terça, 22
• Rua Augusto Pestana – manhã e tarde
• Bloqueio parcial no cruzamento com a Júlio de Castilhos – desde às 6h, pra remoção de poste.
🗓 Quarta, 23
• Rua Dona Carlinda – manhã
• Rua Danton Corrêa da Silva – manhã
🚧 As ruas podem ter faixa reduzida, interdições temporárias e maquinário pesado. E sim, vai atrapalhar a vida. Mas faz parte… ou não?
