Coluna publicada no dia 27/10.

A semana começa movimentada em Canela — e olha que nem vai ter sessão da Câmara hoje, por conta do feriado. Mesmo assim, o assunto político ferveu nas redes sociais desde a noite de domingo, quando Luís Cláudio da Silva, mais conhecido como Ratinho, fez uma publicação que mexeu com muita gente por aqui.

Na postagem, ele disse ter sido “inocentado pela segunda vez”, num texto longo, carregado de emoção e lembranças de tudo o que viveu desde aquele novembro de 2021, quando foi preso durante a Operação Cáritas, da Polícia Civil, que investigava supostas irregularidades na Prefeitura de Canela.

O texto dele, publicado nas redes, traz um desabafo forte. Ele fala em “verdade e justiça”, em “um peso carregado por quase quatro anos” e agradece a Deus e aos amigos que não o abandonaram. Relembra o dia da prisão, dizendo que aquilo destruiu sua vida pessoal e profissional, e encerra afirmando que “a verdade venceu”.

Depois da prisão em 2021, ele foi denunciado em maio de 2022 por suposto envolvimento em um esquema de “rachadinha” na Secretaria de Obras, junto com outros ex-servidores. Agora, quase quatro anos depois, volta a se pronunciar publicamente sobre o tema, dizendo que a justiça foi feita.

Entrei em contato direto com o Ratinho nesta segunda-feira, e ele confirmou que pretende se manifestar novamente nos próximos dias, desta vez de forma mais completa, conversando e explicando pessoalmente o que motivou essa publicação.

De favorito a esquecido

Quem viveu a política canelense de 2021 lembra bem: Luís Cláudio da Silva era um dos nomes mais comentados, um dos favoritos a ser candidato a prefeito em 2024. Antes de tudo aquilo, era visto como o “grande nome” do MDB, alguém com popularidade, presença nas ruas e diálogo com várias frentes políticas.

O nome dele circulava com força nos bastidores, e muita gente via no Ratinho uma espécie de sucessor natural dentro do cenário local.

Mas o tempo passou, a política andou, e aquele protagonismo foi ficando pra trás. Na última eleição municipal, ele chegou a concorrer a vereador, e fez 208 votos — um resultado que mostrou o quanto o cenário havia mudado.

De favorito a um nome quase esquecido, o percurso dele mostra como a política é volátil e impiedosa. Quando o vento muda, quem estava no centro pode ser esquecido em questão de meses.

Agora, com essa publicação, ele tenta retomar o espaço que um dia teve — ou, ao menos, reconstruir sua imagem diante da cidade que o viu subir, cair e, talvez, tentar recomeçar.

A saída do Carlão

Agora, mudando de assunto, outro nome conhecido que também está em destaque é o de Carlos Oliveira, o Carlão, que até pouco tempo era o diretor de Roçadas da Prefeitura de Canela. Figura das mais conhecidas por aqui, Carlão é lembrado tanto pelo trabalho nas ruas quanto por episódios mais curiosos, como aquele depois da vitória do prefeito Gilberto Cezar, em outubro do ano passado, quando ele apareceu carregando uma galinha pra celebrar o resultado.

Pois bem. Agora, o nome dele volta aos comentários não por causa de festa, mas porque deixou o cargo. A exoneração aconteceu recentemente, e muita gente começou a se perguntar o motivo.

De acordo com informações que obtive de fonte segura, a saída de Carlão não foi apenas administrativa ou por vontade própria. Havia, sim, motivos sérios por trás da decisão, e ao longo da semana eu devo trazer mais detalhes sobre isso.

Não se trata de suposição ou fofoca política — é algo que, de fato, existiu nos bastidores, e que levou à decisão de afastá-lo da função.

E vale lembrar: quando o colega Tiago Manique publicou sobre a saída dele por meio de uma coluna no site, o próprio Carlão comentou a respeito, mas sem criar polêmica. Disse apenas que “tudo tem um começo e um fim”, que exerceu o trabalho com dedicação e que agora é hora de aguardar os próximos meses “pra ver o que acontece”.

O áudio e o desgaste

Quem acompanha a rotina da Prefeitura talvez lembre que, há cerca de um mês, um áudio começou a circular por aí. No áudio, o próprio Carlão falava, indignado, sobre o fato de não ter sido escolhido para o cargo de subsecretário de Obras. O destinatário? O próprio prefeito Gilberto Cezar.

O tom era de desabafo — forte, direto e claramente de alguém que se sentia injustiçado. Aquilo repercutiu bastante nos bastidores, e muita gente comentou a coragem (ou imprudência) de enviar algo assim diretamente ao prefeito.

Pois bem, passado um tempo, veio a exoneração. Coincidência? Difícil acreditar. O fato é que o nome dele, que até então era elogiado pelo trabalho à frente das Roçadas, saiu do organograma da Prefeitura e agora levanta dúvidas sobre o que realmente aconteceu.

É fato que os elogios ao trabalho dele não impediram a saída, o que reforça que a decisão teve peso e justificativa. Como disse, já há informações sobre os bastidores disso tudo e vou trazer, ao longo da semana, conforme for possível confirmar cada detalhe — pra que ninguém fale por ouvir dizer, mas sim com base em fato.

E a Câmara?

Por fim, pra quem acompanha a rotina da Câmara de Vereadores, vale lembrar que hoje não tem sessão, justamente por conta do feriado.

A próxima sessão está marcada para quarta-feira, às 19h, e deve trazer uma pauta mais enxuta, até porque o feriado acaba atrapalhando o ritmo de tramitação.