InícioNotíciasPolíticaSecretário de Segurança define guardas como intolerantes

Secretário de Segurança define guardas como intolerantes

Tempo de leitura: < 1 minuto

O secretário de Segurança Pública e Proteção Social de Caxias do Sul, Ederson de Albuquerque Cunha, cumpriu convocação do Legislativo, na sessão desta terça-feira (17). Ele foi convocado pela Comissão homônima, por meio de documento aprovado no dia 5 de setembro. Conforme a Lei Orgânica, ele teria até a sessão de hoje (18) para comparecer ao plenário.

A finalidade da convocatória foi esclarecer suposto conflito entre a Guarda Municipal e a gestão do prefeito Daniel Guerra/Republicanos. A base foi a tentativa deles de entregar uma pauta de reivindicações ao Executivo. O fato ocorreu no dia 2 de maio, quando um grupo de guardas foi até o Centro Administrativo, com um abaixo-assinado de mais de 120 dos 169 servidores da corporação, pedindo a reposição de uniformes, entre outras demandas. Naquele dia, o prefeito Daniel Guerra estava viajando e eles não foram recebidos por nenhum representante do Executivo.

 

SEM CONFLITO

 

Ederson Cunha negou que haja algum conflito. Ele disse que o atual governo é o que mais investiu na corporação, com aquisição de novas viaturas e equipamentos. Mesmo com mais de 100 nomes no abaixo-assinado, o secretário classificou como minoria o grupo de insatisfeitos.

Garantiu que a cúpula da segurança pública de Caxias tem dialogado com representantes da Guarda Municipal. Também justificou a ausência à audiência pública, promovida pela Câmara. “Na realidade, dialogo com as chefias para que a gente possa construir todas as ordens de serviço. O fato de eu não ter vindo na audiência, mas hoje [ontem] estou aqui e não tenho receio de discutir com quem quer que seja qualquer assunto da minha pasta”, afirmou.

O secretário criticou a postura do grupo de guardas que foi ao Executivo, definindo-os como intransigentes. “Eu jamais deixei de receber qualquer guarda. Naquele dia, houve forçamento da porta. Nós temos as imagens. Esse comportamento não é um procedimento de quem está pensando no coletivo. Infelizmente, estamos em situações de intolerância. Mas queremos construir políticas públicas sem fazer proselitismo político”, ressaltou.

Ainda segundo o secretário, a falta de adequação da Guarda Municipal à Lei 13.022 se deve ao fato de a legislação estar sob judice. Isso porque corre no Supremo Tribunal Federal uma Ação Direta de Inconstitucionalidade. Ele disse que o Executivo decidiu aguardar o julgamento. “Por ser matéria constitucional, o Município poderia somente legislar em termos de interesse local. Em razão disso, a ordem pública é diferente. Esse é o grande impedimento que temos e, por isso, não avança. Então, enquanto não tivermos resolvido esse impasse constitucional, não teremos a segurança pretendida”, explicou.

 

“O grande conflito é a falta de diálogo”

 

Foi esta a avaliação da presidente da Comissão de Segurança, vereadora Paula Ioris/PSDB, sobre as declarações do secretário Ederson Cunha. Segundo ela, as respostas não convenceram os vereadores de que o comando dialoga com os servidores da Guarda Municipal. “Ficou evidente que não tem diálogo. Se tivesse, ele teria comparecido à audiência pública. Isso seria uma demonstração natural desse diálogo. Ele falou que não está disposto a bate-boca. Eu continuo vendo o mesmo sentido de enfrentamento”, analisou.

Ainda conforme a parlamentar, o secretário não dialoga nem com a Câmara de Vereadores. A prova é que a Casa não foi convidada para discutir sobre projetos do setor. “O secretário disse que estão com um projeto de um videomonitoramento moderno, que ninguém vai fazer igual. Mas como que a gente não sabe a respeito disso? O Executivo e o Legislativo precisam andar juntos. Temos que conhecer os planos que existem”, ponderou.

Paula Ioris também questionou a justificativa de que o Município aguarda a decisão judicial para adequar a Guarda Municipal. “Houve uma reunião sobre a lei 13.022. Se não houve entendimento, teria que continuar tentando até esgotar o diálogo. Na audiência, disseram que a Adin não impede a implementação, mas o Executivo diz que aguarda o julgamento. Isso foi promessa de campanha do prefeito, em 2016”, concluiu.

 

O QUE ALGUNS QUESTIONARAM

 

ALBERTO MENEGUZZI/PSB – “Confesso que não entendi qual vai ser o papel do lutador de jiu-jítsu na questão de situações inconvenientes da Guarda. Eu queria saber a respeito da intervenção que foi feita no Euzébio Beltrão de Queiroz. O senhor também deu aval para que o Senai José Gazola fosse cedido dessa forma arbitrária, sem diálogo, para a instalação do Batalhão de Choque da Brigada Militar?”.

 

DENISE PESSÔA/PT – “O senhor deixou entender que só conversa com quem concorda com o senhor. Quando não concorda, não vale a pena conversar. Se está tudo bem, por que o senhor não recebeu o Sindiserv e a Guarda Municipal para conversar? Por que o senhor abriu uma sindicância contra os guardas, servidores que foram entregar um documento na prefeitura?”.

 

GUSTAVO TOIGO/PDT – “Hoje, o clima é o pior já visto na história da Guarda Municipal. Mesmo que o senhor tente afirmar que não é a maioria, o que percebemos é que o descontentamento está muito presente na tropa. Isso não é bom para a cidade, não é bom para a Guarda e muito menos para o senhor. A hierarquia pode estar funcionando, mas a simpatia não está em relação às atitudes tomadas pela chefia da Guarda”.

 

RENATO OLIVEIRA/PCdoB – “O senhor tem autonomia na Secretaria? Se tivesse, tenho certeza que não estava desse jeito. O prefeito deixa o senhor trabalhar? Acredito que se depender da sua vontade, esse diálogo haverá. O abaixo-assinado veio de 120, mais da metade da Guarda. O senhor não veio na audiência, não designou ninguém. Foi de sua vontade ou vontade superior? Entendo que, se dependesse do senhor, estaria presente na audiência pública”.

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Dono de restaurante em Canela morre aos 47 anos após mal súbito

Gabriel Sarago Cattólica, 47 anos, faleceu neste sábado (9) após sofrer um mal súbito pela manhã, de acordo com a Brigada Militar. Ele era...

Trânsito é liberado na Estrada Velha após adiamento de obras da Corsan

O secretário de Obras, Tiago Procópio, confirmou à reportagem que a Rua Emílio Leobet, conhecida como Estrada Velha, está totalmente liberada para o tráfego...

Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul homenageia os 50 anos da Prawer Chocolates

Cerimônia enalteceu a trajetória da marca pioneira do chocolate artesanal no Brasil e contou com a presença de autoridades e colaboradores da empresa Na tarde...

Morre Eraldo da Rosa Pereira, genro do vereador Jone Wulff

CANELA - Faleceu na madrugada desta segunda-feira (4), no Hospital de Caridade de Canela, Eraldo da Rosa Pereira, aos 48 anos, genro do vereador...

Quatro jogos que separam o Gramadense da elite do futebol gaúcho

Tiago Manique [email protected] GRAMADO – O Centro Esportivo Gramadense (CEG) encerrou no domingo (27), a primeira fase da Divisão de Acesso. Jogando pela 14ª rodada da...
error: Conteúdo protegido