CANELA – No último dia da 63ª Festa de Nossa Senhora do Caravaggio, no domingo (28), ocorreu a Romaria Motorizada. Pouco antes das 9h, horário de partida dos fieis, o caminhão do Corpo de Bombeiros apareceu na rua lateral da Catedral de Pedrae soou a sirene. Em cima a imagem da ‘Mãezinha de Caravaggio’, como é carinhosamente chamada pelos devotos.
O veículo parou, centralizado na rua Felisberto Soares, pronto para partir. Desce do caminhão, a soldado Jéssika Assmann com semblante de realização. Em seguida, apareceu seu pai, o agente de trânsito da Prefeitura de Canela, Jair Assmann, destacado também em conduzir a Romaria.
Pai e filha, se abraçam de forma fraterna, trocam rapidamente algumas palavras. Ela o beija, ele da mesma forma e cada um partiu para suas viaturas. Pouco depois das 9h, iniciava a jornada de fé e devoção rumo ao Saiqui. O orvalho da chuva fina naquele instante, contracenava com os olhos marejados da soldado, que pela primeira vez estava com a missão de levar a imagem de Caravaggio o Santuário.
Sobre a devoção pela ‘Santinha’, Jéssika conta que foi por meio de um milagre ocorrido ainda quando estava na barriga de sua mãe. “Já na barriga de minha mãe em função de complicações na gestação, ela pediu para que cuidasse de mim. Já com seis anos tive meningite e fui transferida para Porto Alegre, o que para época era grave. Novamente Nossa Senhora me protegeu e me manteve debaixo de seu manto. Hoje, em cada ocorrência que vou, peço a ela proteção no que irei enfrentar, seja por mim ou pelas pessoas que estão lá lutando pela vida”, descreveu.
A soldado que está há 12 anos mensurou o momento de estar junto com seu pai, na condução da Romaria Motorizada e da chegada ao Santuário no abraço coletivo com os colegas bombeiros.
“Ver nos olhos do meu pai o orgulho de me ver conduzir a Nossa Senhora ficará para sempre na minha memória, no trajeto encontrei vários familiares me cumprimentando e assim como eles as lágrimas correram pelos olhos de tanta felicidade. Eu e meu pai estivemos juntos levando ela! Essa imagem jamais sairá da minha memória. Sobre o abraço, nós bombeiros nos preparamos muito a cada missão que nos é dado. Nos empenhamos em desempenhar com excelência”, comentou.
Mais econômico nas palavras, mas com a mesma emoção que Jéssika, Jair descreveu o momento vivenciado no último dia das festividades de estar junto com sua filha.
“Muito orgulho da minha filha, como ser humano e profissional. Nesta data especial que sou devoto foi muito abençoado de abraçar minha filha na frente da imagem [Nossa Senhora do Caravaggio] e ao fundo a nossa linda Catedral de Pedra. É um momento que estará eternizado para sempre em nossas memórias. Fiquei muito feliz quando soube que seria o Corpo de Bombeiros que levaria a Nossa Senhora e que minha filha seria a motorista fiquei emocionado e orgulhoso. Sempre acompanhamos [Departamento de Trânsito] a Romaria e consegui conciliar neste grande momento de fé em família, jamais esquecerei, finalizou.
Texto: Tiago Manique – [email protected]