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“Estamos vivendo um pesadelo que não acaba”

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CANELA – O drama da família Tomasi, moradores da rua Nossa Senhora Medianeira, bairro Vila Maggi, segue sem solução. Denunciado pelo Jornal Integração no final de março, o problema crônico de esgoto que escorre por dentro do terreno da residência persiste. No último final de semana, resultado das chuvas que atingiram a cidade, o problema se agravou novamente, dando um novo susto nos moradores.

Desde então, passaram-se mais de três meses e, apesar das promessas das autoridades, nada mudou. O vazamento na rede de esgoto continua jorrando com qualquer pequena chuva, invadindo o pátio da residência e comprometendo a saúde e a estrutura da casa. O mau cheiro é constante, e o medo de um desabamento mantém a família em estado de alerta.

Relembre o caso

A situação foi denunciada em março pela reportagem do Integração, quando a família relatou anos de sofrimento com esgoto a céu aberto. O líquido escuro e fétido escorre diretamente de redes próximas, atravessando o quintal e se acumulando em torno da residência de madeira, que já apresenta rachaduras nas paredes e sinais de instabilidade no solo.

“Nós fomos a todos os lugares, fizemos tudo o que tínhamos que fazer. Mas ninguém resolve nada. A casa da minha mãe está caindo e ninguém se responsabiliza”, desabafou na ocasião, Eduarda Tomasi.

Na residência vivem Elisete da Silva Tomasi, o marido, a filha Eduarda e os netos pequenos, de 1 e 4 anos. O cheiro forte impede a abertura de janelas e o uso do pátio. Ratos, mosquitos e baratas se proliferam no ambiente úmido e contaminado. “Os bichos andam com isso na boca. Até os cachorros e gatos daqui acabam ingerindo essa água suja”, disse Roseli Tomasi, irmã de Elisete.

Mais promessas, nenhum resultado

Ontem, quarta-feira (25), a família fez uma força tarefa para limpar o pátio para conter o cheiro

Desde a denúncia, a família afirma ter recebido novas visitas de técnicos e representantes públicos, mas nada além disso. “Eles vêm, olham, dizem que vão resolver, e somem. Depois aparece outro, faz a mesma coisa. Já não acreditamos mais em nada”, lamenta Eduarda.

A Corsan, segundo os moradores, se limitou a realizar serviços paliativos, que não resolvem o problema. “Quando vem limpam algo e vão embora. Depois de poucos dias volta tudo como estava”, afirmou Eduarda.

“Vivemos um pesadelo que não acaba”

Na noite de ontem, segunda-feira (24), a família Tomasi voltou a procurar o JI. O desabafo foi duro, direto e carregado de tristeza:

“Há anos estamos sofrendo com essa situação. Sempre a mesma história: vão, olham, depois vem outros, olham, e começa o empurra-empurra. O principal, que é resolver, ninguém faz. Estamos vivendo um pesadelo que não acaba. Casa caindo, a gente adoece por mal cheiro, esgoto escorrendo a céu aberto — e nem é o nosso, é da vizinhança que cai tudo aqui. Já foram procuradas todas as autoridades responsáveis, e nada, de solução. Só promessas não cumpridas. Indignação, revolta, tristeza de ser esquecido, de ser deixado de lado. Isso que é no bairro Centro. Não estamos falando de um ano para cá, estamos falando de anos de sofrimento. Não podemos mais sequer ter uma refeição normal, uma noite de descanso depois de um dia de trabalho na nossa própria casa, sem sentir esse cheiro horrível. E o pior de tudo é que todas autoridades responsáveis sabem disso, mas não são competentes o suficiente para manter a palavra. Indignação, revolta é o que sentimos, porque doentes já estamos”, relatou.

Risco real de tragédia

Família relata que encontra pedaços de pau e até garrafas pet onde o problema ocorre

A estrutura da residência está comprometida. Com o solo sempre encharcado, as paredes já apresentam deterioramento. “Meu maior medo é sair para trabalhar e voltar e não ter mais casa. Já deixei de aceitar serviço por isso. Estou presa aqui dentro, esperando o pior”, disse Elisete, que trabalha como diarista, na época da denúncia.

A família estuda agora ingressar com ação judicial contra os órgãos responsáveis. Segundo eles, não há mais tempo para esperar promessas. “Se ninguém resolver, a Justiça vai ter que obrigar. Não podemos continuar assim”, afirma Eduarda.

Até agora, nem a Corsan e Prefeitura apresentaram qualquer solução definitiva, segundo a família. As falas mais recorrentes ouvidas pelos Tomasi são de que “estão estudando o caso” ou de que o problema “é complexo”. Enquanto isso, o esgoto continua invadindo o quintal.

A reportagem do Jornal Integração segue acompanhando o caso e procurou a Corsan/Aegea, responsável pela questão, para buscar mais informações. Até o fechamento desta matéria, não houve posicionamento oficial.

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