Leonardo Santos
CANELA – Localizadas na zona rural, as escolas Santos Dumont e Zeferino José Lopes, ambas da rede municipal, desenvolvem projetos sustentáveis com seus alunos e professores. Com a realização de atividades nas lavouras, os educandários buscam introduzir na vida destas estudantes o trabalho sustentável e comunitário, gerando alimento e renda para a comunidade escolar. Fomentar hábitos alimentares saudáveis, por meio do plantio, manutenção, colheita e consumo de produtos orgânicos também são objetivas da iniciativa.
Com projetos muito parecidos e consolidados, as duas instituições trazem à tona a importância do incentivo nas escolas do interior, buscando também a participação dos alunos da zona urbana que cada vez mais têm se interessado pelas atividades com a terra.
Os programas também contemplam a questão de descaso dos jovens, levando-os a entender as atividades desenvolvidas na zona rural, mudando sua percepção em relação aos agricultores e incentivando-os a permanecerem na zona rural.
“Uma parceria que dá frutos”
Situada na linha Chapadão, a escola Santos Dumont desenvolve o projeto Cidadania e Sustentabilidade – Uma Parceria que dá Frutos. O projeto tem como objetivo incentivar os alunos a produzir e consumir alimentos sem agrotóxicos. O programa se iniciou em 1997, idealizado por Nildo Rosalém (secretário da Agricultura da época) e Dari Luiz, e se estende firme até os dias de hoje, atendendo os alunos do pré ao 9º ano e, aproximadamente, 50 alunos da zona urbana.
Dari Luiz, que continua à frente das lavouras ministrando as atividades, conta sobre como o projeto é passado para os alunos e como os alimentos são aproveitados. “Eles começam desde a semente sendo plantada em vasilhas, pegam todo o processo de manutenção das hortas, até a colheita. Os produtos colhidos são aproveitados na merenda e o excedente é doado à comunidade aqui da zona rural”, frisou o professor.
Os produtos cultivados na horta são: aipim, batata-doce, alface, repolho, brócolis, couve-flor, beterraba, nabo, rabanete, feijão-de-vagem, maracujá, almeirão, cenoura, pepino, pimentão, ervilha, fava. Nas lavouras destaca-se também o cultivo de algumas plantas exóticas como: estévia, staticia, physalis, lixia, pitaia, maxixe, melão-de-árvore, esponja vegetal e groselha.
A aluna Bianca Schmitt, de 14 anos, comenta sobre a divisão de categorias em que os produtos são alocados e ressalta a importância da horta para a comunidade.“Nós dividimos os alimentos em três categorias para melhor organização: a doação, venda e consumo. A horta é comunitária e tem reunido os moradores para trocar mudas e sementes conosco e entre si, o que tem aproximado cada vez mais a escola da comunidade”, disse a aluna.
“ALECRIM, alegria de viver”
Localizada no Morro Calçado, a Escola Zeferino José Lopes tem um programa criado há somente dois anos, mas que já traz retorno aos alunos e à comunidade. A escola foi contemplada com o valor de R$ 5 mil em 2017 com recurso do Fundo Social Sicredi, para o projeto ‘ALECRIM, alegria de viver’. Por meio deste projeto, foi construída uma estufa para plantas e hortaliças, com a intenção de mobilizar os estudantes para o cultivo de produtos orgânicos.
A diretora Adriana Selau, idealizadora da criação das estufas, destaca o processo até acriação das atividades de cultivo. “Pra mim foi uma vitória (a criação das estufas e lavouras), quando cheguei aqui não tinha horta, mas depois de insistir bastante criamos, então isso é uma conquista. Se tivermos vontade, as coisas se realizam, ano passado colhemos 400 kg de aipim”, destacou Adriana.
Atualmente há duas estufas e uma grande horta exterior na instituição, que estão sob os cuidados do servidor público Alenir da Silva, que, segundo Adriana, faz um grande trabalho à frente das lavouras. “As crianças ajudam muito, mas o Alenir faz o trabalho mais pesado, cuidando, lavrando as lavouras e auxiliando os alunos”, sublinhou a diretora. Apesar de um projeto novo, os produtos já cultivados são variados, sendo eles: aipim, alface, repolho, brócolis, couve-flor, cenoura, rabanete. O principal objetivo é incentivar os alunos a ficar na zona rural, mostrando que, pro meio das plantações o sustento é possível.
Créditos: Leonardo Santos/JIH e Zeferino José Lopes/Divulgação