Coluna publicada no dia 31/10.
Pra ser bem sincero, eu nem sei como começar essa coluna. Depois de seis anos, chegou a hora de me despedir do Jornal Integração. Na próxima semana eu encerro meu ciclo por aqui, mas hoje é o adeus desse espaço — da coluna que me acompanhou e que me deu tantas alegrias.
Foram seis anos em que minha vida foi o Integração. Minha rotina era vir pra redação, escrever, rir, aprender e viver o jornal todos os dias. E eu ainda lembro muito bem daquele guri de 18 anos que chegou ali, meio perdido, meio sem saber o que estava fazendo, e recebeu a ligação do Cláudio numa sexta-feira.
Naquele tempo, eu fazia faculdade de jornalismo e nunca tinha trabalhado na área.
Foi minha primeira experiência. Lembro da entrevista na redação da Borges de Medeiros, em Canela. O Fernando Gusen, que era o editor-chefe na época, olhou pra mim e só fez uma pergunta: “Tu é gremista ou colorado?”
Eu disse: “Gremista.”
Ele riu e respondeu: “Então tá contratado.”
Do lado dele tava o Tiago Manique, que continua até hoje no Integração.
Esses dois e o Cláudio foram meus primeiros professores.
E posso dizer que aprendi muito com eles. Não foi só elogio — teve muito puxão de orelha também — mas é isso que faz a gente crescer.
Sou muito grato por ter aprendido com eles e por ter convivido com pessoas que me ensinaram com paciência, exigência e carinho.
A história começou antes de tudo isso
O mais curioso é que a minha relação com o Jornal Integração começou muito antes de 2019.
Eu devia ter uns cinco ou seis anos quando as edições impressas do jornal chegavam na casa da minha tia. Eu lia tudo. Às vezes no mesmo dia, às vezes no fim de semana.
Lembro do jornal com a logo azul. E lembro do barulho do caminhão do gás subindo a Rua Maria Seibt, lá no bairro São José, e eu já sabia que o Integração tinha chegado.
O barulho do caminhão era o sinal de que o jornal tava lá dentro da casa. O engraçado é que o jornal chegava muito antes do caminhão, não por qual motivo eu via relação das duas coisas.
E quando fui contratado, anos depois, as minhas tias já não moravam mais naquela casa. Eu é que morava lá em 2019. A vida tem dessas coincidências que parecem feitas de propósito.
De quem entrou pelo esporte e ficou por tudo
Eu escolhi jornalismo em 2017 por causa do esporte. Era o que eu gostava.
Mas dentro do Integração eu aprendi a gostar de tudo.
Passei por polícia, por comunidade, por cultura, por entretenimento, por política.
E foi a política que mais me ganhou.
Hoje eu gosto de ver as sessões da Câmara, de ouvir o que os políticos falam, seja em Canela, em Gramado, no Estado ou no país.
Antes, como qualquer jovem, tinha restrições. Hoje eu entendo que é o que move tudo.
É o que decide o que vai acontecer com as pessoas, com as cidades, com a vida da gente.
E nesse tempo todo, só tenho a agradecer.
Agradecer por cada pessoa que me recebeu bem.
Nunca fui destratado, nunca fui mal recebido.
Desde autoridades até famílias que abriram as portas da casa pra mim.
Fiz matérias tristes, de perda, de dor.
Mas também fiz matérias felizes, de conquistas, de vitórias.
E em todas elas fui tratado com respeito e carinho.
O carinho e a gratidão
Não tem como eu não falar do Cláudio e da Ivanir Scherer.
Antes de cuidarem do funcionário, eles cuidaram da pessoa.
E isso, pra mim, é o que mais importa.
Sempre estiveram do meu lado quando eu precisei.
Nunca mediram esforço pra me ajudar.
Foram pais pra mim dentro e fora do jornal.
E eu tenho uma gratidão enorme por isso.
E o Cláudio… bom, o Cláudio é uma figura.
Quem não conhece bem acha que ele é bravo, turrão, grosso, como ele mesmo diz.
Mas quem convive com ele sabe o coração que ele tem.
O ‘alemão’ tira do dele pra te ajudar.
É generoso, é do bem, é humilde.
Tem o coração mais mole que a maioria das pessoas.
E depois da chegada do netinho dele, o Matteo, então… amoleceu de vez.
Eu vi isso de perto, no dia a dia. Vi o quanto ele se transforma quando fala do neto. Todo mundo vê. Agora vai chegar mais um. Ah, eu voto por Lucca, viu, Diuli?
Chimarrão & Atualidades
Trabalhar com o Cláudio no Chimarrão em Atualidades foi uma das coisas mais legais que já vivi. Quando ele me convidou pra fazer o programa com ele, há um ano e meio, eu fiquei muito feliz.
Porque aquele programa é um pedaço dele.
É o que ele mais gosta de fazer.
E pra mim foi uma honra poder dividir aquele espaço.
Aprendi demais.
O que eu tenho de idade ele tem de experiência.
Então imagina o quanto eu cresci ao lado dele.
A rotina do jornalismo daqui
O jornalismo em cidade pequena é diferente.
A gente conhece todo mundo, fala com todo mundo, entende as histórias.
Não é só notícia, é convivência.
E eu sempre fui muito bem tratado.
Por todo mundo.
Pelas assessorias, pelas prefeituras, pelas câmaras.
A Rita Souza, o Rafael Zimmermann, o Fábio Schmatz, o Ilton Muller, que sempre me ajudaram.
Gente boa, sempre parceira, sempre disposta a ajudar.
Gente que entende o valor do jornalismo local, que respeita o trabalho e faz junto.
Lembro das vezes em que o Fernando sentava comigo pra explicar as coisas com calma.
Do Cláudio e do Tiago fazendo o mesmo.
Eles tiveram muita paciência comigo.
E graças a isso eu cresci.
Cresci como repórter e como pessoa.
O crescimento junto com o Integração
Dentro do Integração eu cresci.
Deixei de fazer matéria pequena pra entrevistar prefeito, secretário, liderança.
Cada reportagem teve sua história, sua importância, seu peso.
E cada uma delas me ensinou alguma coisa.
Eu vi o Integração crescer mais ainda.
Lembro quando chegamos a 50 mil seguidores no Facebook.
Depois 70, 80, 90, 100 mil…
Hoje já passa de 122 mil.
Fora o Instagram e todo o alcance que o jornal tem.
É o maior veículo de comunicação da região.
E é um orgulho ter feito parte disso.
Quando entrei, eu era um “foca”, como o Cláudio dizia.
Mas ali dentro aprendi de tudo.
Aprendi a escrever, a entrevistar, a ter calma, a ouvir, a entender o outro lado.
Aprendi a correr atrás da informação, a corrigir erro, a assumir quando errava, a querer melhorar.
Cada fechamento de edição, cada pauta em cima da hora fez parte do que eu sou hoje.
A despedida de verdade
A verdade é que eu ainda nem sei como terminar isso aqui.
Assim como não sabia como começar.
Talvez porque despedida nunca seja fácil.
Mas eu precisava escrever isso pra agradecer.
Agradecer à família Scherer: ao Cláudio, à Iva, à Katy, à Diuli, ao Marcelo.
Ao Fernando Gusen, ao Tiago Manique, ao Weto e a todos os colegas que, em algum momento, fizeram parte da minha caminhada.
Cada um teve um papel importante nessa história.
E, claro, agradecer a vocês que sempre leram, que acompanharam a coluna, que mandaram mensagem, que deram força, que comentaram, que participaram.
Sem vocês, nada disso faria sentido.
O Jornal Integração é mais que um trabalho.
É uma família.
E eu tive a sorte de poder fazer parte dessa família por seis anos da minha vida.
A próxima semana marca minha saída definitiva do jornal, mas o carinho, a gratidão e o amor por tudo que vivi aqui seguem comigo.
Obrigado por tudo.
Por cada texto, cada risada, cada pauta, cada bronca, cada conversa.
O Integração sempre vai ser parte de mim.













