Coluna publicada no dia 29/09.
Se tem uma coisa que ficou clara hoje na coletiva sobre o Plano de Investimento de Esgotamento Sanitário de Gramado (matéria nesta edição) é que, se você quer água, precisa de paciência. E paciência, meus amigos, é algo que a gente aqui na Serra não tem em excesso. Confesso: sou daqueles que fica P da vida, faz careta e já solta uns palavrões quando encontra um engarrafamento. Mas, depois de ouvir todo mundo hoje, percebi que a paciência não é só um conselho bonitinho. É quase uma obrigação.
Todo mundo pediu
Todo mundo pediu paciência. E quando eu digo todo mundo, é todo mundo mesmo: a Corsan, o Ministério Público, a Prefeitura. Eles pediram para a comunidade entender que, quando se abre uma rua, não é por capricho. Abrir rua em Gramado hoje significa garantir que, lá na frente, a torneira vai jorrar água. Não aquela água que some na alta temporada, mas água de verdade. Água que a gente precisa no Natal Luz, na temporada, no dia a dia da cidade.
O preço da água
E quem vive Gramado/Canela sabe: falta de água não é frescura. Já teve gente sem água por cinco, dez dias. Eu mesmo já visitei casas assim. Então, antes de xingar a empresa, o trabalhador ou o prefeito, vale pensar que aquele transtorno temporário é investimento em vida. Um desvio de rua ou trânsito parado é ruim, mas pior é não ter água na torneira.
O eterno vai-e-vem do asfalto
Mas, claro, ninguém gosta de trânsito parado, desvios intermináveis, buracos que parecem crateras de Marte. Especialmente na Avenida das Hortênsias, a ERS-235, que já foi aberta mais de três vezes. Quem acompanha minha coluna sabe que eu já reclamei disso. É um absurdo. Mas, segundo a Corsan, agora as empresas terceirizadas mudaram. Uma delas, especializada em pavimentação, promete que o asfalto não vai mais sofrer tanto. Se cumprirem, ótimo. Mas o recado da coletiva é claro: a paciência ainda vai ser necessária por algum tempo.
Paciência é entender o processo
E paciência, meu amigo, não é só ficar quieto no trânsito. É relembrar que essas obras de infraestrutura são para garantir que ninguém fique cinco dias sem água. É tentar entender que o desvio, o atraso, a rua fechada, o recapeamento que leva dias, tudo isso é menor do que a consequência de faltar água no dia mais cheio da cidade. É duro engolir, eu sei. Também sou reclamão, e esse texto aqui é quase um lembrete pra mim mesmo: gritar, xingar, reclamar não adianta.
Impacto que se espalha
O impacto não é só na rua que está sendo aberta. Ele se espalha. É no trânsito do centro, é na logística das lojas, é no turismo, é no dia a dia de quem mora aqui. Mas a promessa de quem cuida disso, principalmente a Corsan, é clara: não é só abrir e fechar. É planejar, executar com empresas que saibam o que estão fazendo, evitar retrabalho, minimizar transtorno. E ainda assim, vai ter impacto. Sempre terá. Por isso, o grito de hoje é por paciência para nós todos.
Preço necessário
Eu sei que é difícil. Eu mesmo queria que tudo fosse feito de forma invisível, que ninguém percebesse. Mas Gramado e Canela não são assim. Crescem, se modernizam, se estruturam. E às vezes, para ter água, precisamos de buracos na rua. Para ter saneamento decente, precisamos de obras que atrasam o carro do vizinho. Para garantir segurança, precisamos de desvio e sinalização. E, no fim das contas, quando a água finalmente chega, o trânsito não nos assusta, a alta temporada não nos pega desprevenidos, e a cidade continua funcionando.












