Coluna publicada no dia 26/09.
Quando a gente fala de Canela, muita gente lá de fora — e até de dentro — ainda pensa direto na Igreja Matriz. É um cartão-postal, claro, mas Canela precisa ser pensada muito além da igreja. Canela além da igreja, e esse é o espírito da coisa. Temos que olhar para o Parque do Lago, para o Centro de Feiras, para ruas que seguem cheias de buracos e poeira, para os bairros onde ainda falta asfalto e até para a nossa iluminação pública e fiação, que ainda deixa muito a desejar. Não adianta pensar só em habitação, ou só em turismo, ou só em saúde. Tem que pensar em tudo. E a coluna de hoje vem justamente pra isso: mostrar que os corredores da Prefeitura andam falando, e muito, sobre soluções que estão em andamento ou prometidas, e também sobre os problemas que ainda resistem.
Parque do Lago
O Parque do Lago já teve tempos de abandono, mas agora há uma movimentação forte em torno de uma revitalização. E não se trata de uma obra pequena. A ideia é fazer uma revolução por lá. O cronograma já está em pauta: início em outubro deste ano e conclusão até março de 2026. De onde vem o investimento? Ainda não posso falar.
Pelo que ouvi, a ideia é transformar o Parque do Lago em um verdadeiro cartão-postal da cidade, capaz de atrair famílias, turistas e eventos culturais. O que se imagina não é só pintura de meio-fio ou corte de grama: é reestruturação de acessos, melhorias na iluminação, revitalização de áreas de lazer e espaço para eventos ao ar livre. Em agosto, o local já foi usado para iniciativas culturais, como o projeto Mistura de Rua. Isso mostra que não é só promessa no papel, mas que o espaço já começa a ser preparado para voltar a ter protagonismo.
Se tudo for cumprido dentro do prazo, em março do ano que vem teremos um Parque do Lago de cara nova, pronto para receber tanto a comunidade quanto visitantes, com outro patamar de infraestrutura.
Centro de Feiras
Outra pauta que volta e meia circula pelos corredores da Prefeitura é o futuro do Centro de Feiras. Não é uma questão de construir algo do zero, mas sim de revitalizar o que já existe. O espaço precisa urgentemente de melhorias estruturais para voltar a ter utilidade e relevância.
A ideia é dar nova vida ao Centro, tornando-o mais adequado para receber feiras, convenções e eventos culturais. A revitalização do espaço pode trazer dinamismo econômico, gerar renda e valorizar ainda mais Canela no cenário regional. Para as paredes, perguntei se é viável. A resposta é sim. Então, podemos esperar algo nesse sentido.
Fios subterrâneos na Felisberto
Uma das principais vias comerciais de Canela, a Felisberto Soares, também está na lista de prioridades. A intensão é começar a obra de enterramento dos fios em 2026, após a temporada de Natal. Mas até lá, ainda tem chão. O projeto técnico continua nas mãos da RGE, que precisa concluir o planejamento.
Os corredores comentam que a preocupação é não atrapalhar o comércio durante as obras, por isso a execução precisa ser bem planejada, com cronograma pensado para minimizar impactos.
Corsan, Agesan e a novela dos consertos malfeitos
Um dos maiores calos em Canela segue sendo a relação com a Corsan. A cada obra ou manutenção, sobra reclamação de ruas remendadas de qualquer jeito, buracos deixados pela metade, passeios mal recuperados. Não é de hoje que a Prefeitura cobra providências. A coluna apurou que já foram trocadas três empresas terceirizadas responsáveis pelas manutenções, mas uma acaba sendo tão ruim quanto a outra.
A Agesan, agência reguladora, aprovou neste ano uma resolução que nasceu de uma sugestão do prefeito Gilberto Cezar. A partir de 25 de outubro, será lei no Rio Grande do Sul inteiro: toda obra da Corsan precisa ser acompanhada de registros fotográficos, antes e depois, com georreferenciamento, e precisa ser concluída em até 15 dias. Isso muda o jogo. E foi justamente uma ideia levada daqui que ganhou repercussão estadual.
Ou seja: a cobrança local gerou resultado amplo. A esperança é que, com a força da lei e com possibilidade de multa, a má vontade das empresas terceirizadas dê lugar a serviços decentes.
Praças, escola e esportes
Outra pauta que chega aos ouvidos da coluna é a revitalização da praça central, onde está previsto até um forno novo. O processo está em licenciamento e logo deve seguir para licitação.
Na área esportiva e educacional, também tem novidades. O ginásio da Santa Marta deve ganhar piso novo e estacionamento reformulado. A Escola Noeli segue em obras, enquanto o Campo do Tatu também recebe melhorias. São iniciativas que mostram atenção não apenas ao centro da cidade, mas também aos bairros.
Rota Panorâmica
Uma das grandes expectativas dos canelenses gira em torno da revitalização da Rota Panorâmica. Há R$ 5,4 milhões empenhados pelo governo federal para a obra. Já falei dela antes — e volta sempre, porque mais do que entender quando vai começar, importa saber se dá para realmente começar com segurança.
O que apurou esta coluna é que esses recursos não bastam para cobrir toda a obra da estrada, que é complexa. Ou seja: não dá para fazer “meia obra”. Se começar pela metade, corre o risco de deixar trechos vulneráveis, de repetir ou de comprometer a segurança. Coisas que o governo não vai fazer.
Por isso o projeto está em fase técnica — ainda precisa incorporar mais R$ 3 milhões para fechar esse gap financeiro. Até que isso aconteça, não há prazo definido para o edital nem para o início de execução. Não se pode colocar máquinas na estrada sem que todo o arranjo estrutural esteja bem planejado.
Portanto: aguardamos que o projeto técnico seja concluído, que o recurso restante seja confirmado e que, com isso, se defina o prazo de licitação.