Coluna publicada no dia 24/09.
Está tramitando na Câmara de Vereadores de Canela uma indicação interessante, feita pelo vereador Adir Júnior. Mas não foi só uma indicação qualquer daquelas que pedem uma providência vaga ao Executivo. Junto dela, veio também um projeto de lei sugestão, ou seja, o vereador não apenas disse o que gostaria de mudar: ele entregou já redigido o que pode ser o novo texto da lei.
Estamos falando da Lei 3.434, de 2013, que instituiu o sistema de estacionamento rotativo controlado em Canela. A proposta de Adir é atualizar esse sistema, que hoje está cheio de dificuldades para quem usa no dia a dia. Muita gente reclama.
O foco da indicação está em três pontos principais:
- Isenção de até 60 minutos por dia para veículos emplacados em Canela.
- Reestruturação do processo de regularização: ou seja, quem cometeu uma irregularidade teria um prazo razoável para resolver antes de levar aquela multinha marota.
- Modernização tecnológica do sistema, com controle em tempo real, aplicativos mais práticos, diferentes formas de pagamento e integração com a Lei Geral de Proteção de Dados.
Na prática, isso significa que a prefeitura já tem em mãos não só um pedido, mas também uma proposta de lei pronta para tramitar. Agora depende única e exclusivamente do Executivo avaliar.
A vida real de quem usa o rotativo
Pode parecer detalhe para alguns, mas quem vive em Canela sabe como é chato estacionar na correria do dia a dia. Vamos imaginar um cenário bem comum: o sujeito precisa ir ao banco e vai resolver algo que leva 20 minutos. Muitas vezes, ele estaciona e já precisa se preocupar em comprar o ticket, procurar totem, abrir o aplicativo. Isso para algo que mal dura um quarto de hora.
E aí tem outra situação: às vezes a pessoa estaciona num ponto onde não tem totem por perto. Aí tem que caminhar até outro quarteirão, perder tempo, ou depender só do celular. Claro, existe o aplicativo, mas nem todo mundo tem facilidade ou costume de usar. E tudo isso acaba incomodando mais do que deveria.
Por isso, a ideia de conceder um período de isenção para quem é morador faz muito sentido. Não é uma anarquia, não é liberar geral, mas sim dar condições de que pequenas demandas sejam atendidas sem transformar a vida em burocracia. A cidade é turística, mas precisa pensar também em quem mora e trabalha aqui.
Indicação não é lei
É importante frisar um detalhe: indicação não cria lei. O vereador pode sugerir, propor, encaminhar, mas no fim das contas quem precisa decidir se envia ou não o projeto é a Prefeitura. Ou seja, agora a bola está com o Executivo. E é aqui que entra também a cobrança da comunidade que reclama muito desta questão. Se essa não for a solução, que outra seja encontrada. Mas, convenhamos, não é algo que se resolve do dia para a noite.
A praça Ildo Meneguetti

Ontem eu passei pela praça do Meneguetti e notei que não tinha mais os balanços. Fui atrás da explicação e o secretário de Obras, César Prux, me contou que eles estão guardados, porque a praça está recebendo replantio de grama e logo deve ser reinaugurada. Até aí tudo bem. Só que hoje, voltando a passar por lá, o que encontrei foi muito lixo espalhado pelo chão. A prefeitura já foi avisada, mas fica aquela tristeza: não adianta reclamar depois que o espaço não existe, se quando ele está lá, pronto para ser usado, as pessoas não cuidam.
Transporte público
Falando em mobilidade, ontem também falamos sobre transporte público em Canela. Há expectativa de que seja aberto um processo licitatório para resolver a situação. Muita gente cobra melhorias, horários mais adequados e ônibus em melhores condições. Pelo que se sabe, o processo tramita dentro da Prefeitura, mas ainda sem data definida para sair do papel.
Já em Gramado a coisa está mais adiantada. Conversei hoje pela manhã com o secretário de Trânsito, Tiago Procópio, e ele confirmou: no dia 6 de outubro será lançado o edital da licitação do transporte coletivo. Boa notícia para os gramadenses, que podem esperar avanços nesse setor.
Obra malfeita de novo?
Agora vamos falar sério: o trecho da ERS-235, entre o Galo Vermelho e o Super Carros, já é a terceira ou quarta vez que mexem naquele mesmo trecho da rodovia, e a cada vez que entregam, o resultado não dura nada. Quem passa ali sabe bem: o asfalto mal assenta e já começa a soltar, formar buraco, irregularidade. É de fazer qualquer amortecedor pedir socorro.
Hoje a Corsan está refazendo novamente o pedaço, com previsão de concluir até sábado. São 12 horas de trabalho por dia, bloqueio de pista, desvio de tráfego, congestionamento que vai do Galo até o pórtico. A paciência do motorista vai junto com a gasolina extra para quem opta pelo desvio pelo Caracol/Mato Queimado.
Mas o problema não é só o transtorno temporário. O problema é o histórico: quantas vezes mais vão precisar mexer no mesmo lugar? Será que daqui a dois meses não estaremos falando de nova intervenção? Porque, convenhamos, obra bem feita não precisa de remendo a cada temporada.
A comunidade está cansada de ver serviço mal entregue. Não dá mais para aceitar que cada vez se gaste tempo e dinheiro para uma solução provisória, que nunca resolve de vez. É justo cobrar: dessa vez, que façam direito. Porque a paciência de quem usa aquela rodovia já se esgotou faz tempo.