ESTADO – Um novo recurso do aplicativo Celular Seguro, do governo federal, permite que qualquer pessoa verifique se um celular tem registro de roubo ou furto antes de fechar a compra de um aparelho usado.
A consulta é simples e pode ser feita diretamente pelo app, a partir do número do IMEI, uma espécie de CPF do aparelho — ou seja, um código único que identifica cada dispositivo.
- Como funciona a consulta: para usar a ferramenta, basta baixar o aplicativo Celular Seguro e digitar o número do IMEI do aparelho que pretende adquirir. O sistema verifica se há alguma restrição ou ocorrência policial vinculada ao dispositivo.
Esse recurso é especialmente útil para quem compra celulares usados, já que muitos aparelhos roubados acabam sendo revendidos no mercado informal. Lojistas do RS, inclusive, usam o sistema para evitar venda de produtos que passaram pelas mãos de criminosos.
“A gente faz o controle de todos os IMEIs, tanto de aparelhos novos quanto seminovos, justamente pra garantir que o cliente leve um produto de procedência segura”, explicou Gabriel Camboim Ourique, dono de uma loja de celulares em Porto Alegre.
Passo a passo: como usar o Celular Seguro para consultar um aparelho usado
- Baixe o aplicativo Celular Seguro na Google Play Store ou na App Store;
- Cadastre-se com a conta gov.br;
- Acesse a função “celulares com restrição” no menu inicial. Digite o número do IMEI do celular que pretende comprar ou escaneie o código de barras;
- Para descobrir o IMEI, digite #06# no discador do aparelho. O número também aparece na caixa do aparelho;
- O sistema vai mostrar se há alguma restrição, roubo ou furto vinculado ao número.
Bloqueio remoto ajuda a proteger dados
Além da consulta prévia, o aplicativo também oferece uma função de bloqueio remoto do celular, caso ele seja levado. O usuário pode, por outro dispositivo, impedir o acesso a dados pessoais, aplicativos bancários e à linha telefônica.
“A pessoa que tiver o aplicativo habilitado pode emitir um alerta a partir de outro dispositivo, informando que o celular foi roubado. A partir disso, pode decidir se quer bloquear tudo”, explicou Eibert Moreira Neto, delegado do Departamento de Repressão aos Crimes Cibernéticos do RS.
Segundo o delegado, esse tipo de bloqueio também ajuda na investigação e na recuperação do celular.
Crescimento do uso no RS
Mais de 2 milhões de usuários já se cadastraram na plataforma do governo federal em todo o país. No Rio Grande do Sul, são 103 mil celulares vinculados ao app, segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
A expectativa da segurança pública é que a adesão crescente ajude a reduzir o número de roubos e furtos.
“O aparelho vai ficar sem utilidade para o mercado negro. Não tem como revender”, afirma o delegado Eibert.
Dicas de segurança
Mesmo com o uso do aplicativo, especialistas recomendam manter cuidados básicos de proteção:
- Usar bloqueio por biometria, senha ou padrão de desenho;
- Evitar salvar senhas em navegadores;
- Memorizar dados de acesso a aplicativos e sites sensíveis.
“Se as senhas estiverem salvas, quem roubar o celular pode acessar tudo com facilidade”, alerta o professor Maurício Rodrigues Cerqueira, especialista em telecomunicações do Senai Porto Alegre.