CANELA – O município recebeu nesta terça-feira (10) uma audiência pública com a presença de autoridades locais, representantes da Infraero e especialistas do setor para discutir a reestruturação do Aeroporto de Canela, que foi recentemente transferido para operação da Infraero. O encontro visou abordar a adequação das instalações e a implementação das melhorias necessárias para atender a demanda crescente e minimizar impactos ambientais e de vizinhança.
Rogério Amado Bazerlay, presidente da Infraero, abriu a sessão abordando a questão do impacto ambiental e a adequação do aeroporto às normas vigentes. Bazerlay destacou que a discussão sobre ruídos será abordada de acordo com a legislação que, conforme ele, aponta que o Aeroporto não enfrentaria problemas nesta questão já que possui licença de operação. “Eu só quero dizer que o aeroporto é licenciado, ele tem um cone de aproximação, ele tem um estudo de ruído. Se está adequado ou não, no segundo momento, é que se pretende levar essa discussão”, afirmou. O presidente enfatizou a importância de equilibrar a questão ambiental com a necessidade de desenvolvimento econômico, dizendo que a Infraero está comprometida em encontrar uma solução que beneficie tanto a população quanto a operação do aeroporto.
Bazerlay também abordou questões técnicas relacionadas ao alargamento da pista do aeroporto. “Todos os cálculos foram feitos pelas companhias aéreas com a utilização do ATR e com o cumprimento da pista atual”, explicou. Segundo ele, o alargamento da pista para 30 metros, com um investimento previsto de R$ 20 a 22 milhões, é essencial para garantir a segurança das operações. O aeroporto deverá ser fechado a partir do dia 21 de outubro para que sejam feitas as devidas adequações.
Milton Zuanazzi, responsável pela área de projetos do Ministério da Reconstrução, abordou o impacto da nova estrutura sobre a oferta e demanda de voos. Ele destacou a importância de melhorar a infraestrutura aeroportuária para o desenvolvimento turístico da região. “Esse mercado vai depender do trabalho de todos nós, no sentido de poder ver realmente quem vende, onde vende, a autonomia”, afirmou Zuanazzi. Ele também mencionou que o aeroporto será predominantemente diurno, minimizando o impacto ambiental noturno. “Temos que fazer o que é melhor para todo mundo, dentro das possibilidades de menor impacto possível”, concluiu.
Gramado e Canela asfixiados turisticamente
José Paim de Andrade Jr, CEO da MaxCap e sócio do Laje de Pedra, ressaltou a importância estratégica do aeroporto para o setor turístico da Serra Gaúcha. “O Rio Grande do Sul e Gramado e Canela têm uma asfixia do turismo”, afirmou. Andrade comparou a situação do estado com a de Santa Catarina, que possui uma infraestrutura aeroportuária mais robusta e, consequentemente, um PIB de turismo significativamente maior. “Só o Rio Grande do Sul tem o que temos em Gramado e Canela, mas temos apenas 4% do nosso PIB derivado do turismo, comparado a 12% de Santa Catarina”, disse. Ele enfatizou que a ausência de aeroportos adequados é um fator crítico para a estagnação do setor turístico na região.
Felipe Peccin, empresário local, classificou o momento como histórico e crucial para a recuperação econômica da região. “Estamos há mais ou menos 30 anos esperando por esse momento”, declarou Peccin. Ele sugeriu que, se todos os trâmites forem concluídos a tempo, o fechamento temporário do aeroporto pode ser benéfico para acelerar as reformas necessárias e atender à demanda reprimida.














Uma pena ampliarem o de Canela, e não construírem o que estava projetado, após o Centro, na saída para São Francisco. Temos diversas áreas de APPs no local atual. Não só a população da Vila Dante e loteamentos em volta estará prejudicada pela poluição, mas também a Fauna local.