GRAMADO – Clima de tensão e ao mesmo tempo de solidariedade e de emoções. Cada morador do bairro Três Pinheiros externava um sentimento na tarde de domingo (19) na expectativa de sair de suas residências, por conta do risco de desabamento do barranco localizado acima do bairro.
Sacolas com roupas, carros com porta-malas cheios e alguns improvisando na rua, uma pequena cozinha onde vizinhos compartilhavam alimentos e suas angústias. Um destes moradores é Rafael Klemente, 32 anos, residente da rua da Perimetral.
Junto com amigos, uma mesa no improviso foi colocada na frente de uma casa, esquina com a Perimetral, na rua de acesso ao Três Pinheiros. Ele que mora com a esposa Luana de 22 anos e a mãe, Rosilei, 56 anos, descreveu este momento de incertezas. Pela manhã, falou que de sua casa escutava os barulhos de estalos vindo do prédio, situado acima, na rua Ladeira das Azaléias, bairro Planalto.
Até o final da tarde de domingo, não sabia para onde iriam e a interrogação de quando poderá voltar para casa. No entanto, admitiu que a medida é necessária para evitar risco para as vidas.
“Hoje [domingo] de manhã, por volta das 9h, escutei barulhos vindo do prédio e do muro de contenção. Ainda não sei para onde ir. É uma incerteza o que vai acontecer, mas sei que vai dar problema. Tiramos somente o básico de dentro de casa. Não é possível arriscar e tirar os móveis. Estou ciente de que esta é a melhor medida de sair de casa. Moro desde quando nasci. É uma vida inteira. É um sentimento muito complicado de explicar. Agora, só por Deus, vamos aguardar”, enfatizou.
Texto: Tiago Manique – [email protected].
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