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Empresas Randon elevam receita líquida em 45%

O desempenho geral das Empresas Randon em 2018, apresentado ao mercado nesta quarta (20), superou até mesmo as metas estabelecidas para o ano e anunciadas em fevereiro. A fabricante de implementos rodoviários, veículos fora de estrada e autopeças, além de prestadora de serviços financeiros, atingiu receita bruta de R$ 6 bilhões e líquida de R$ 4,3 bilhões, altas respectivas de 43,4% e 45% sobre 2017. Em relação aos valores inicialmente estimados para o ano, de R$ 5 bilhões brutos e R$ 3,6 bilhões líquidos, os incrementos são de 20% e 18%. O PIB de 2018, recentemente anunciado pelo governo, foi de apenas 1,1%.

Dentre os principais fatores para este crescimento, que se estendeu ao mercado automotivo pesado de forma geral, a diretoria do conglomerado citou o envelhecimento da frota no período da crise, juros em taxas mínimas históricas e a safra agrícola positiva. Ainda é listada a expectativa de retomada econômica mais vigorosa, refletida nos atuais índices de confiança do mercado, e o reposicionamento dos preços dos fretes após a greve dos caminhoneiros em maio do ano passado.

Segundo a empresa, o movimento liderado pelo setor de transportes gerou uma mudança na dinâmica da demanda de caminhões e semirreboques, com formação de frotas próprias pelos geradores de cargas e incremento pelas transportadoras, repercutindo na redução da atividade para os motoristas autônomos. No entanto, o entendimento é de ser prematuro afirmar que se trata de uma nova tendência no mercado.

O conglomerado apresentou lucro líquido consolidado de R$ 151,7 milhões, expansão de 224,8% sobre o ano anterior. A margem líquida atingiu 3,6%, em alta de dois pontos na comparação com 2017. Mas ficou abaixo de registros de outros anos, quando alcançou perto de 8%.

A empresa consolidou ebitda de R$ 559,8 milhões, crescimento de 82%, equivalente a 13% da receita líquida, e avanço de três pontos em relação ao registrado no ano anterior. Segundo a diretoria, este resultado foi possível pelas condições mais favoráveis do mercado, recuperação de preços e contenção da pressão de custos.

Os investimentos somaram R$ 335 milhões, crescimento de 55% sobre 2017. Do valor total, R$ 137 milhões foram aplicados em manutenção e expansão fabril e R$ 197 milhões em aquisições. O principal aporte foi na Fremax, fabricante de freios com sede em Joinville, de R$ 162 milhões. Ao longo do ano, a empresa aumentou em 37% o seu quadro funcional, passando de 7.821 no final de 2017 para 10.714 em dezembro passado.

 

Implementos e veículos aumentam participação

 

Na composição da receita do ano passado, a divisão autopeças participou com 50,8%, com total acima de R$ 2,2 bilhões, em alta de 43%. A divisão montadoras superou R$ 1,9 bilhão, crescimento de 51%, e participação de 45%, alta de quase dois pontos em relação ao ano anterior. Segundo Alexandre Gazzi, diretor da divisão, a marca consolidou 38,6% de participação no mercado nacional. Para 2019, a meta é alcançar 40% num universo estimado entre 50 mil a 55 mil veículos rebocados. Entre 40% a 45% dos implementos estão vinculados ao agronegócio por meio de modelos graneleiros e basculantes. Em relação ao segmento ferroviário, Gazzi avaliou que a retomada depende, exclusivamente, da definição em torno das concessões.

As vendas para o exterior totalizaram US$ 182,3 milhões, aumento de 17%. A principal expansão ocorreu na venda de veículos rebocados, com alta de 50%, com destaque para o mercado chileno. Em volumes, a Fras-le se destacou, aproveitando o bom momento da economia dos Estados Unidos, responsável por 47% das exportações da controlada.

 

Projeção de 18% para este ano

 

A projeção do grupo para este o ano é de crescer na ordem de 18%, totalizando receita bruta de R$ 7 bilhões e líquida de R$ 5 bilhões. As receitas com origem externa estão estimadas em US$ 300 milhões e as importações em R$ 75 milhões. Os investimentos deverão somar R$ 220 milhões.

De acordo com o presidente da diretoria executiva, David Randon, o mercado tem dado sinais positivos, principalmente pelo encaminhamento das reformas propostas pelo governo, em especial da Previdência. Ponderou, no entanto, que a empresa se mantém cuidadosa. Relatou que as empresas estão operando muito perto de suas capacidades totais. Em relação a aquisições, o diretor da divisão de autopeças, Sérgio Carvalho, explicou que o foco segue em duas linhas: expansão de portfólio e globalização da empresa. Mas não antecipou nenhuma negociação, apenas prospecções.

 

VINICULTURA: ProWein gera US$ 2 milhões em vendas

Os mais de 500 atendimentos feitos pelas 11 vinícolas brasileiras com compradores de 20 países, no estande coletivo do Wines of Brasil, durante os três dias de ProWein, encerrada na terça (19), em Düsseldorf, na Alemanha, podem resultar em US$ 2 milhões em negócios nos próximos 12 meses. A projeção é 25% superior à edição anterior, realizada em 2018. A presença brasileira na principal feira de vinhos do mundo foi viabilizada pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, com o apoio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Turismo do Rio Grande do Sul.

Na 15ª participação consecutiva do Wines of Brasil no evento, o país apresentou o novo posicionamento setorial, “A Sparkling New World” (Espumantes do Novo Mundo, em tradução livre), apostando na promoção exclusiva das borbulhas verde-amarelas. Neste ano, no estande coletivo, estavam presentes as vinícolas Aurora, Bueno Wines, Casa Perini, Casa Valduga, Garibaldi, Lidio Carraro, Miolo, Peterlongo, Pizzato, Salton e Zanlorenzi.

Diego Bertolini, gerente de Promoção do Ibravin, acredita que, além de auxiliar na prospecção de negócios, a feira validou a nova estratégia setorial, percebida na procura maior dos importadores da Europa, Ásia e Américas. O interesse também foi observado com a presença de duas Master of Wine e das principais revistas especializadas internacionais, que estavam buscando mais informações sobre o setor e querendo conhecer mais rótulos.

Nesta quarta-feira (20), um grupo de 12 pessoas viajou para uma missão técnica na Itália, na região Franciacorta. Até sábado (23), integrantes do Wines of Brasil e das empresas Aurora, Casa Perini, Casa Valduga, Pizzato e Salton farão visitas em vinícolas e empreendimentos turísticos. O objetivo é aprimorar os métodos de elaboração dos espumantes pelo método champenoise e ampliar o conhecimento do mercado local.

 

LAZER: Acqua Lokos amplia opções para a temporada de inverno

A 3ª edição da Temporada Inverno do Acqua Lokos Parque Hotel teve início no dia 15 de março em ritmo acelerado, com aproximadamente 40 atrações para os mais variados públicos. Uma das novidades no mix de opções é o funcionamento de alguns brinquedos na área aquática, até o final de março, como a piscina com ondas, o kamikaze 22 metros e free fall. Na área de diversão 12 brinquedos estão à disposição.

Para os que gostam do contato mais próximo à natureza estão confirmadas as atrações na área fazenda: passeios a cavalo e de charrete, galpão dos animais, campo de futebol, quadra de vôlei, horta, trilhas na mata, chimarródromo, cancha de bocha e playground. O visitante agora tem duas novas opções dentro das top funs (atrações opcionais não inclusas no passaporte e pagas à parte): uma Casa do Terror totalmente remodelada e uma parede de escalada radical, que se juntam ao desafio noturno, quadriciclos, tiro ao alvo, arvorismo, tirolesa e paintball.
De acordo com o diretor do Acqua Lokos Parque Hotel, Fabiano Brogni, o interesse pela “estação seca” aumenta a cada ano. “Estamos trabalhando para que a temporada de Inverno se consolide cada vez mais como alternativa de entretenimento para as pessoas que moram no litoral e turistas”, explica. As áreas diversão e fazenda funcionam de sexta a domingo e nos feriados, das 10h às 17h. O hotel funciona atende todo o ano. O encerramento da temporada está marcada para 24 de novembro.

 

Trabalho: Sentença obriga empresa a preencher vagas de PCDs

O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Caxias do Sul obteve decisão favorável em ação civil pública (ACP), ajuizada contra a Protesul Vigilância Caxiense, pelo descumprimento da cota de vagas reservadas por lei para pessoas com deficiência (PCDs) e reabilitados pela Previdência Social. A sentença reconhece a obrigatoriedade de se cumprir a cota mínima, tomando como base de cálculo o número total de empregados da empresa, inclusive vigilantes, e colocando multa para o caso de persistência da irregularidade.

A Protesul tem 60 dias para preencher as vagas, contando da notificação da sentença, sob pena de multa diária de R$ 20 mil, por vaga não preenchida, reversível à comunidade local. A sentença abrange, além da sede, todas as filiais da empresa no país.

A irregularidade foi constatada ao longo de projeto do MPT voltado ao cumprimento da cota de PCDs, definida pela lei 8213, de 1991. A empresa alegou à época que havia incompatibilidade de contratação de PCDs e exigências legais para o exercício da profissão de vigilante.​ A sentença foi proferida pelo juiz do trabalho, Rafael da Silva Marques, da 4ª Vara do Trabalho de Caxias do Sul. Cabe recurso da decisão.

 

CULTURA: Prataviera abre mostra SoU Mulheres Artistas

Marias, Rosas, Joanas, Marinas em suas diferentes facetas, dificuldades, vivências e alegrias. A Exposição SOU Mulheres Artistas reúne a arte de quatro artistas para mostrar que existe uma batalha a ser travada perante a sociedade em busca do espaço feminino.

Marina Rombaldi, Marina Prochaska, Marina Luisa Almeida e Nicole Martinatto expõem 22 obras, entre pinturas e gravuras, em que cada uma faz uma imersão em seu universo. A entrada é gratuita e a visitação ocorre no horário de funcionamento do shopping, das 9h às 21h. Localizada no terceiro andar do prédio, a mostra segue até o dia 30 de março.

 

Preços dos hortifrutigranjeiros têm alta bem acima da inflação

A Adcointer Ceasa Serra movimentou mais de R$ 93 milhões, em 2018, com a venda superior a 38 mil toneladas de hortifrutigranjeiros. Em relação ao ano anterior houve crescimento de 13% em valores e 5% em volume. “Desde 2012, gradativamente, os hortifrutigranjeiros vêm sendo valorizados. Dentre os principais fatores que contribuem estão a inflação e o clima que interfere diretamente no aumento ou na diminuição da oferta. No entanto, a quantidade de produtos ofertados se mantém estável, tendência que deve se repetir neste ano”, avalia Marcelo Nunes, gerente da Ceasa Serra.

Segundo Nunes, o produto mais vendido é o tomate longa vida, repetindo situação nacional, representando quase 50% de todo o volume. Na Ceasa Serra, em 2018, ainda se destacaram a cenoura e a batata-doce. “A batata-doce teve valorização de 50%, com receita na ordem de R$ 3 milhões contra R$ 2 milhões do ano anterior. Já o volume vendido evoluiu apenas 6%, passando de 1,5 milhão de quilos para 1,6 milhão. Com isso, superou produtos tradicionais em anos anteriores, como cebola e batata branca”, detalhou.

Em 2018, a Ceasa Serra, por meio do consórcio municipal, teve receita próxima de R$ 338 mil, crescimento de 293% sobre 2017. Conforme Marcelo Nunes, o desempenho foi impactado pela licitação de 23 boxes, que se agregaram aos 36 já existentes. Com isso, 80% dos espaços estão ocupados. O valor do aluguel de cada boxe de 32m² é de R$ 879,36, além de despesas variáveis. “Em razão disto, a Ceasa registrou sua maior receita nos últimos anos”, destacou.

O resultado do exercício é reinvestido em melhorias no complexo. Segundo Nunes, nos últimos dois anos, foi revitalizado o processo de higienização, realizadas reformas, de pintura a cercamento, e investido em logística, com novos portões de acesso e saída, além da contratação de serviços de assistência técnica. “Estamos trabalhando em melhorias internas dos boxes para atender a legislação de segurança alimentar. Também para este ano pretendemos iniciar a construção de uma cobertura no espaço dos boxistas, ampliando a área de venda e protegendo contra intempéries climáticas”, ressaltou.

A Ceasa Serra conta com quase 500 pessoas entre o setor atacadista e o Pavilhão do Produtor. Tanto os produtores como os atacadistas comercializam mais de 60 variedades de produtos. Segundo Nunes, por semana, transitam cerca de 5 mil pessoas. “De segunda a sexta-feira, das 14h as 17h30, a Ceasa está aberta também para pessoas físicas, público ainda pequeno, cerca de 1% do total. É importante divulgar esse serviço, pois os preços são menores em função da venda direta”, assinalou.

 

 

 

Tiro Livre 7

O técnico caxiense Rafael dos Santos, também conhecido como Brasa, comandará a Seleção Gaúcha de Handebol de Surdos na primeira edição da Surdolimpíada Brasileira, que ocorrerá entre os dias 20 e 23 de junho, na cidade de Pará de Minas (MG). “Nunca havia atuado na Seleção Gaúcha. É um grande desafio, pois o Rio Grande do Sul jamais venceu uma competição nacional”, destacou Rafael, que é professor do Cetec e acumula a função de técnico da Seleção Brasileira Masculina. Ele também é preparador físico da Sociedade Esportiva e Recreativa Caxias do Sul e da Seleção Brasileira Feminina. Novo no comando da Seleção Gaúcha, ele deverá avaliar jogadores que possam participar do Sul-Americano, que será disputado no segundo semestre de 2019.

 

CITADINO DE FUTEBOL

 

O Campeonato Municipal de Futebol de Caxias do Sul começou a ser disputado no final de semana em diversos gramados da cidade. Pelo grupo A, o Águia Dourada goleou o Atlético Mariani por 9 a 1; e o 1º de Maio fez 5 a 2 no Unidos. No Grupo B, o Guarani perdeu para o Londrina por 4 a 0. Já no Grupo C, o Vindima fez 3 a 0 no Az de Ouro. E no Grupo D, o Goiás venceu o Villa Lobos por 3 a 1, enquanto o Santa Cruz fez 3 a 2 na equipe do XV de Novembro. A segunda rodada do citadino será realizada neste final de semana. Em caso de mau tempo, os jogos serão transferidos.

 

JUDOCAS CAXIENSES SE CLASSIFICAM

 

Seis judocas caxienses participaram, no domingo (17), da seletiva para formação das seleções gaúchas sub 13 a sênior que disputarão o Campeonato Sul Brasileiro nos dias 13 e 14 de abril, em Brusque (SC). A seletiva também prioriza a formação do time sub 18 que disputará o Combat Games/Brasileiro Escolar, que ocorrerá no Tocantins, em abril. O vencedor deste torneio garante a vaga no Mundial da Hungria no segundo semestre. Os judocas representam a Academia Torino/Nintai, de Caxias do Sul. Duas judocas se classificaram: no Campeonato Brasileiro, Carolina Cruz Marcon avançou no sub 13 e Maria Angelina da Rosa passou no sub 18. Maria Angelina também conquistou vaga na Seleção Gaúcha que disputará o Brasileiro Escolar.

 

Caxiense compete na Super Week – Insano 2

Praticante de ciclismo há 29 anos. Dedicou um ano e meio de sua vida para percorrer a América do Sul e Central, chegando ao México em fevereiro de 2017. Este é o ciclista e artesão caxiense Jair Melo, 52 anos. “Com a grana contada, tive que aprender e aprimorar a técnica do artesanato para poder me custear ao longo deste período. Contemplar paisagens diferentes, conviver com pessoas de outras culturas, são lembranças que se leva para a vida toda. Além disso, as dificuldades e os riscos que uma jornada desse porte impõe nos fazem enxergar a vida de uma maneira totalmente diferente. Tudo é muito mais valorizado”, ressaltou.

Sempre ativo nas provas de ciclismo em que seu orçamento financeiro permite ou nas que os amigos e patrocinadores contribuem, Melo será o único representante de Caxias do Sul na prova de ciclismo de resistência Super Week – Insano 2. Para participar da competição é necessário que o ciclista comprove o título de Super Randonneurs, atribuído a quem conclui provas em qualquer um dos tempos (200 km, 300 km, 400 km e 600 km).  Em Caxias do Sul, além de Melo, só outras quatro pessoas atendem a estes requisitos. “Eu me sinto orgulhoso em poder representar a cidade nesta prova que, com certeza, será a mais dura e longa já realizada na Serra Gaúcha”, frisou.

Serão cinco dias de pedal. A largada dos 1,5 mil quilômetros será em São Francisco de Paula, no dia 26 de março, a 1h da manhã, passando por cidades dos Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, retornando a São Chico no dia 31. “Questões de hospedagem e alimentação são por minha conta. Pelos cálculos já feitos, são necessários cerca de R$ 1,5 mil, dos quais ainda preciso juntar mais R$ 500. Sei que são tempos difíceis, mas espero contar com auxílio dos amigos. É o nome de Caxias do Sul que será representado, e da melhor maneira possível”, garantiu.

Além de parte do montante já recebido, Melo também agradece ao apoio de todos que já contribuíram doando peças de bicicleta, suplementos e roupas. Toda e qualquer ajuda é bem vinda. “Por ser uma prova tão longa não dá para levar muito peso. Além disso, os gastos com alimentação são caros. Mas tenho como objetivo terminar a competição. Creio que metade dos atletas não vai conseguir concluir 50% do percurso”, afirmou.

Quem quiser ajudar pode depositar qualquer valor na conta bancária do ciclista. A conta está na Caixa Econômica Federal: agência 0465, operação 013, conta 00268440-4. Mais informações no Facebook de Jair Melo. 

Organizado pela Sociedade Audax de Ciclismo, a Super Week é uma prova realizada no período de cinco dias, de forma consecutiva, com um intervalo pré-definido entre cada dia. Todos os percursos iniciam e terminam no mesmo local. A competição de 2019 tem limite para 40 participantes.

 

Edição 1744

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Cesarianas representam média de 78,52% dos partos na região

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CANELA/GRAMADO – O Brasil ocupa o segundo lugar no mundo em número de cesarianas. Enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece em até 15% a proporção recomendada para cesáreas, esse percentual chegou a 78,52% aqui na região em 2018. Para acentuar a situação, muitas dessas cesarianas são feitas de forma eletiva, sem fatores de risco que a justifiquem, e antes de a mulher entrar em trabalho de parto. Hoje, a cesariana tornou-se um hábito, substituindo a naturalidade do nascimento por intervenções cirúrgicas mais rápidas e cômodas, mas nem sempre mais seguras e saudáveis para a mãe e para o bebê.

A cesariana é um procedimento cirúrgico que, quando realizado por razões médicas, pode salvar a vida da mulher e de seu filho. No entanto, muitas delas são realizadas desnecessariamente. Em muitos hospitais, faltam condições de assistência que favoreçam o sucesso do parto vaginal, o que acaba induzindo a mulher a optar pelas cesarianas. “Se tu não deixa uma mulher se alimentar ou beber água durante o trabalho de parto, por exemplo, ela vai ficar fraca no final. Se tu não deixa a mulher tomar um banho quente ou se tu não deixa ela se movimentar, a dor piora. São diversas boas práticas para que esse parto não seja sofrido. A ideia é que o parto seja um momento bonito, não pode ser associado a uma coisa ruim”, aponta a enfermeira obstétrica Vanessa Candido.

Com as pressões externas, a dor do parto pode se intensificar e, nessas horas, a cesárea surge como uma opção salvadora. “Tem um momento em que a mulher chega no ápice da dor. Por mais empoderada que ela esteja, se tu oferecer uma cesárea, ela vai acabar aceitando porque ela só quer parar com a dor. Então, o que precisa ser feito é incentivar a mulher e não ficar esperando que ela peça uma cesárea”, afirma Vanessa.

Em Gramado, o índice de cesarianas ficou em 81,38% entre os partos em 2017, 79,46% em 2018 e 89,66% nos primeiros meses de 2019. Já em Canela, a porcentagem ficou em 80,99% em 2017, 77,59% em 2018 e 82,09% neste ano. Enquanto isso, a meta estadual de partos normais era de 42% em 2017, de 43% no ano passado e de 45% para este ano. Para tentar alterar esses índices, algumas recomendações da OMS foram atualizadas em 2018.

O Unicef, inclusive, afirma que os direitos da criança começam antes mesmo do nascimento, sendo fundamental que as mulheres tenham acesso a um pré-natal de qualidade e recebam todas as orientações para que seus filhos possam nascer no momento certo e de forma humanizada. Conforme Vanessa, Gramado já iniciou um trabalho de plano de parto, que visa orientar a mulher sobre os direitos que ela tem na hora do nascimento. “É um documento feito durante a atenção básica em que ela coloca como ela deseja que seja o parto. É uma forma de esclarecer o que é melhor e mais saudável para a mulher e para o bebê”, comenta.

Esse trabalho de orientação também tem como foco a desmistificação de algumas ideias. Com as intervenções cirurgias realizadas durante os partos normais, alguns medos foram sendo criados. Por outro lado, as cesarianas passaram a ser vistas de maneira vantajosa. “Chegamos em um ponto em que te chamam de corajosa porque tu vai ter um parto normal. Não se fala do lado ruim da cesárea e não se fala do lado positivo do parto natural. A gente precisa trabalhar para que a mulher opte entre parto normal ou cesárea porque ela deseja e não por uma imposição cultural”, salienta Vanessa.

Para entender esse comportamento cultural, Vanessa realizou uma pesquisa para um trabalho da pós-graduação. Ela entrevistou 21 mulheres após o parto com o objetivo de entender o porquê as mulheres optaram pelas cesáreas. Das entrevistadas, 81% iniciaram o pré-natal querendo o parto normal, mas 76% acabaram fazendo cesariana. Vanessa também questionou os motivos para que as mulheres tenham acabado mudando para as cesarianas. De acordo com ela, as razões apresentadas não exigem que realmente fossem feitas cirurgias. “Relacionando os motivos ditos por elas com embasamentos teóricos, pude ver que nenhuma realmente justificava a cirurgia”, explica.

 

Cesáreas influenciam nascimento prematuros

Um dos grandes pontos para reverter os altos índices de cesarianas é estimular as vantagens do parto natural e orientar as mulheres sobre o risco de fazer uma cesariana. A prematuridade, por exemplo, tem aumentado cada vez mais devido às cesáreas. “A única coisa que garante que o bebê está pronto para nascer é quando a mulher entra em trabalho de parto. Se tu marcar uma cirurgia pra tirar ele antes, não vai ser natural. Mesmo que tu tenha indicação para fazer cesárea em um caso de risco, o ideal é esperar entrar em trabalho de parto antes”, relata a diretora da atenção básica de Gramado, Fernanda Meireles.

Outro fator positivo do parto natural é a recuperação da mulher. A cesariana implica em uma série de pontos devido ao corte na barriga. “Quando tu começa a entrar na fase de ter que cuidar do bebê, tu está 100%, porque no parto normal a dor vem antes. Na cesárea tu não consegue cuidar tão bem da criança porque tu fica com dor da cirurgia. O período de pós-parto já traz muitas alterações hormonais pra mulher e, sentindo dor, pode piorar”, ressalta Vanessa.

Ela também acredita que o parto normal traz uma grande diferença no estabelecimento de vínculo entre a mãe e o bebê. “É muito mais difícil de tu receber o teu filho direto na hora que ele nasce quando é uma cirurgia. No parto natural é muito especial essa relação que se cria na hora que o bebê nasce. Esse vínculo da mãe pegar o bebê, amamentar ele, ter esse contato pele a pele fica muito fortalecido”, destaca.

 

Parto humanizado pode ser alternativa para reduzir cesarianas

O parto humanizado caracteriza-se por um conjunto de práticas que buscam readequar o processo de parto dentro de uma perspectiva menos hospitalar, acolhendo a mulher e o bebê de uma forma mais respeitosa. A humanização do nascimento é uma das grandes bandeiras do grupo Nascer Sorrindo Região das Hortênsias, que reúne mães e mulheres interessadas em debater temas da maternidade.

Com reuniões em Gramado e Canela, o grupo aborda questões ligadas ao parto, aos mitos, às fases do trabalho de parto, à amamentação e ao puerpério, visando a troca de experiências e o esclarecimento das participantes. Dentro dos debates levantados pelo grupo está a cultura das cesáreas. “É uma cultura que se instalou a partir de uma imagem de que o parto normal é ruim. É tão comum as cesarianas que hoje elas são o parto normal”, comenta Hanna TreinDrecksler, de 58 anos, que é doula desde 2003 (assistente de parto que acompanha a gestante durante o período da gestação até os primeiros meses após o parto).

Conforme ela, a popularização das cesáreas aconteceu devido aos procedimentos cirúrgicos inseridos durante o parto normal, como a episiotomia (corte vaginal). Algumas dessas práticas começaram a ser feitas sem a autorização prévia da mulher e acabaram tornando a experiência do parto um momento ruim. “As imposições dessas práticas ou exigências da posição em que a mulher deve parir foram traumatizando as mulheres e deixando elas com medo do parto normal”, conta.

Diante disso, a cesárea veio como uma possibilidade que, teoricamente, seria mais simples e tranquila. “A maioria das mães que escolhem cesáreas justificam a escolha porque não querem sentir dor, mas a cesárea tem seus riscos e ninguém te apresenta isso. A mulher tem o direito de escolher a cesárea, mas ela precisa fazer isso de forma consciente e não de maneira induzida. Ainda há uma falsa segurança criada pelo espaço cirúrgico e uma ideia de que o médico é a voz absoluta. Temos que mudar o paradigma, lutar pelo empoderamento da mulher gestante”, aponta Cássia Barbosa, de 33 anos, que é mãe de uma menina de três anos e está grávida de outro bebê.

Para ela o grande desafio é fazer com que o parto natural volte a ser visto como normal. “Às vezes tu chega no consultório e fala que quer um parto natural, e os médicos já tratam a tua escolha com a frase: se der certo, se a gestação for tranquila, se tu conseguir. Sempre tem aquela condicional”, comenta.

Uma das grandes lutas defendidas pelo grupo é esclarecer as mulheres sobre a possibilidade dos partos domiciliares. De acordo com Hanna, nos partos domiciliares sempre há acompanhamento de enfermeiras obstétricas, que são preparadas para atender partos sem riscos. “Os partos em casa não são feitos de qualquer jeito. Há sempre um plano b, há acompanhamento. O pré-natal também não é deixado de lado”, explica.

Priscila Fioreze de Liz, de 34 anos, que é mãe de três filhos, viveu a experiência de ter um parto domiciliar. Para ela, a grande vantagem é a segurança trazida pelo ambiente aconchegante e a tranquilidade de não se sentir pressionada. “Tu está em um ambiente que conhece, rodeada das pessoas que escolheu para estarem ali, o que gera mais segurança. Tu não se sente pressionada, tu sabe que vai acontecer dentro do teu tempo”, afirma.

Cássia acredita que essa tranquilidade de não se sentir pressionada com relação ao tempo do nascimento também precisa ser respeitada nos hospitais. “As interferências externas minam muito a confiança da mulher. Com um parto mais humanizado, com profissionais que respeitam teu tempo, tu acaba tendo a segurança de que tu vai chegar onde planejou, isso tanto em casa quanto em um hospital”, enfatiza. “Precisamos entender que o parto não é uma questão só física, é psicoemocional”, acrescenta Hanna. 

 

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