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Leite visita a 31ª Festa Colonial de Canela e celebra a valorização cultural dos imigrantes

O governador Eduardo Leite visitou na tarde deste sábado (12/7) a 31ª edição da Festa Colonial de Canela, na Serra Gaúcha. Realizado na Praça João Corrêa, o evento celebra as tradições dos imigrantes alemães, italianos e portugueses que ajudaram a construir a identidade cultural do Rio Grande do Sul. A festa começou na sexta-feira (11) e segue até o dia 27 de julho, com mais de 40 atrações gratuitas.

Durante a visita, o governador destacou a importância de manter vivas as manifestações culturais das diferentes origens que formaram o povo gaúcho. “Celebrar essa diversidade é também reconhecer o esforço, o trabalho e o legado dos nossos antepassados. A Festa Colonial é uma linda homenagem às raízes que nos sustentam e um convite à valorização da cultura em sua forma mais genuína. Convido a todos a virem a Canela, prestigiar nossos produtores, artistas e toda essa rica programação”, afirmou Leite.

O prefeito Gilberto Cezar ressaltou a expectativa positiva em torno da festa. “Serão 17 dias de muita cultura e muita festa, valorizando as raízes do nosso povo. Estamos trabalhando para entregar à comunidade e aos turistas a melhor Festa Colonial dos últimos tempos”, disse.

Atrações

O evento reúne apresentações artísticas, bandinhas, danças típicas e cortejos, além de uma feira com produtos coloniais como queijos, salames, geleias, cucas, bolinhos e outras delícias. A Festa Colonial é promovida pela Prefeitura de Canela, com apoio do governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural e da Secretaria da Cultura, via Pró-Cultura.

A programação completa está disponível no site da prefeitura: canela.rs.gov.br.

Carlos Moraes quer foco a cada jogo e projeta partida com o Lajeadense

Tiago Manique

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GRAMADO – O Gramadense entra em campo neste domingo (13), às 15h, na Vila Olímpica, para enfrentar o Lajeadense em partida válida pela 11ª rodada da Divisão de Acesso. O confronto, em caso de vitória, pode encaminhar de forma antecipada sua classificação para a próxima fase da competição.

Com campanha sólida até aqui, o técnico Carlos Moraes reforça que o grupo está focado em manter o mesmo padrão de jogo e a seriedade demonstrada desde o início da competição. “Desde o começo jogamos com o mesmo objetivo. O planejamento sempre foi trabalhar jogo a jogo e não será diferente agora. Sabemos das dificuldades, o Lajeadense é uma equipe tradicional, competitiva, que conhece bem a Divisão de Acesso, mas temos todas as condições de buscar esse resultado”, afirma o comandante.

Uma vitória contra o Lajeadense pode não apenas garantir uma vaga entre os classificados, mas também dar tranquilidade ao Gramadense nas rodadas finais da primeira fase. “Esses três pontos seriam fundamentais. Além da classificação, nos dariam melhores condições na tabela, o que pode trazer benefícios na próxima fase”, completa.

Apesar da boa campanha, o treinador destaca que ainda existem pontos de atenção dentro do grupo, especialmente no que diz respeito ao nível de competitividade e desempenho de todos os atletas. “A gente conversa muito com o grupo sobre a importância de manter o nível alto. A competição é dura, e não basta os titulares estarem bem. Precisamos que todo o elenco esteja em condições de disputar posição. Isso ainda é algo que me preocupa e seguimos trabalhando para melhorar”, conclui.

CLASSIFICAÇÃO

Fonte: FGF

Devedores do IPVA 2025 têm até 19 de julho para evitarem inscrição em dívida ativa

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A Receita Estadual inicia em 19 de julho o processo de inscrição dos contribuintes em situação de inadimplência com o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) de 2025 em Dívida Ativa da Fazenda Pública (DAT). Além da inclusão do nome, o contribuinte segue sujeito a um acréscimo de 5% sobre valor devido, além de multa diária de 0,334% ao dia até o limite de 20%.

De acordo com balanço da Secretaria da Fazenda (Sefaz), cerca de 10% dos proprietários de veículos estão em débito com o imposto há pelo menos 60 dias e estão sujeitos à execução da medida. A inclusão em DAT poderá abranger cerca de 390 mil veículos, pertencentes a mais de 346 mil contribuintes, que somam R$ 456 milhões em IPVA devido aos cofres públicos. Os inadimplentes, que estão recebendo notificações do débito via WhatsApp pela Receita, têm até o dia 18 de julho para pagar o tributo e evitar a sanção administrativa.

O débito com o fisco ainda poderá ser lançado no Cadastro Informativo (Cadin/RS) e nos Serviços de Proteção ao Crédito como o Serasa, o Boa Vista, o SPC, entre outros. Além disso, o saldo é corrigido pela taxa Selic, atualmente, em 15% ao ano e poderá ser protestado em cartório e levado à cobrança judicial. Os proprietários em situação irregular, caso sejam flagrados em circulação, ainda assumem o risco de serem multados.

A primeira inscrição como Dívida Ativa dos devedores do IPVA 2025 será gerada em lote pelos sistemas da Receita Estadual, respeitando os critérios estabelecidos pela Instrução Normativa RE 045/98. A norma define situações de não inclusão da inscrição em lote. Mais adiante, se for o caso, os demais contribuintes serão inscritos de forma manual.

Após inscrição em DAT, o IPVA 2025 somente poderá ser quitado à vista na rede credenciada. A opção pelo parcelamento do tributo em até cinco vezes pode ser usufruída por contribuintes com débitos relativos a exercícios anteriores.

Balanço

No encerramento do calendário anual do IPVA 2025, que ocorreu no final abril, o índice de inadimplência financeira era de aproximadamente 21%, o equivalente a R$ 1,1 bilhão. Cerca de 33% dos veículos, equivalente a 1,4 milhão da frota tributável do Estado, seguiam transitando com o imposto atrasado.

Até o último domingo (6/7), conforme levantamento da Receita Estadual, a inadimplência financeira do IPVA recuou para cerca de 10%, aproximadamente R$ 555 milhões. Já o índice de veículos com o imposto atrasado caiu para 14,7%, cerca de 594 mil automóveis. Os valores estão dentro da média histórica.

Sobre o IPVA

  • Quem deve pagar?

Proprietários de veículos fabricados a partir de 2006, exceto os isentos por lei.

  • Como pagar?

Basta apresentar a placa e o Renavam do veículo. Em alguns bancos, pode ser solicitado o CPF do proprietário. Também é possível quitar a taxa de licenciamento e eventuais multas junto com o IPVA.

  • Onde consultar o valor e gerar o QR Code?

No aplicativo IPVA RS, disponível na App Store e Google Play, ou no site da Sefaz

  • Onde pagar?

Bancos: Banrisul, Bradesco (somente para correntistas), Sicredi, Sicoob e Banco do Brasil (somente para correntistas);

Lotéricas da Caixa Econômica Federal;

PIX: disponível em mais de 760 instituições financeiras.

Outras informações no site do IPVA RS.

Futsal Feminino começa com 22 gols em três partidas

CANELA – A bola começou a rolar pelo Campeonato Municipal de Futsal Feminino. Três jogos agitaram a competição no ginásio Carlinhos da Vila. No confronto mais equilibrado da rodada, a UNPF venceu a Clínica Futsal por 2 a 1.

Já o destaque absoluto foi o Donna Futsal. Com uma atuação avassaladora, o Donna aplicou uma goleada de 13 a 0, diante do Elite Futsal, uma vitória expressiva reforçando o favoritismo da equipe na competição. No terceiro jogo, também teve goleada. O Blackout superou a equipe do União Gramado Feminino Futsal por 5 a 1.

A próxima rodada está marcada para o dia 24, próxima quinta-feira. A partir das 19h30, se enfrentam Donna Futsal x União Gramado Feminino Futsal, Antes do Bar/PFC x UNPF e Clínica Futsal x Blackout.

Adolescente que caiu de brinquedo em parque de diversões de Canela recebe alta

CANELA – O adolescente de 13 anos que caiu de um brinquedo no Alpen Park, em Canela, recebeu alta do hospital. O caso aconteceu na última quarta-feira (9). Em nota, o parque informou que o jovem passou por um procedimento de redução de luxação e passa bem. O nome dele não foi divulgado.

De acordo com o sargento Roger Martins, do Corpo de Bombeiros, o menino, natural de Montevidéu, no Uruguai, sofreu lesões na região do quadril após uma queda de 3 a 4 metros. Ainda segundo o sargento, quando a guarnição chegou ao parque, o adolescente já estava sendo atendido pela equipe de socorristas da empresa.

O Alpen Park afirmou que o acidente ocorreu na atração Alpen Turbo Drop e que, “conforme os protocolos de segurança do parque, a equipe de atendimento foi prontamente acionada e prestou todo o suporte necessário no local, de forma ágil e cuidadosa”. O brinquedo Alpen Turbo Drop segue fechado por tempo indeterminado.

De acordo com o delegado Vladimir Medeiros, perícia foi realizada e aguardam os resultados. Funcionários do parque, a família da vítima e pessoas que presenciaram o acidente estão sendo ouvidas pela Polícia Civil para esclarecer o funcionamento e o estado do brinquedo.

Confira a nota do Alpen Park na íntegra:

Sobre o ocorrido na última quarta-feira, 9 de julho, o Alpen Park informa que o visitante que estava hospitalizado passou pelo procedimento de redução de luxação, passa bem e já recebeu alta médica do Hospital de Caridade de Canela.

O brinquedo Alpen Turbo Drop permanece fechado sem previsão de reabertura. O Alpen Park segue seu funcionamento no horário regular com as demais atrações.

Canela terá ato nacional contra o “PL da Devastação”

CANELA – Diversas entidades e coletivos da Região das Hortênsias anunciaram mobilização conjunta contra o Projeto de Lei 2159/2021, também conhecido como “PL da Devastação”. O ato nacional ocorrerá domingo (13), às 11h, no Parque do Palácio.

A convocação parte de grupos organizados que atuam nas áreas ambiental, cultural, de direitos das mulheres e de alimentação saudável, como o Coletivo Mentes Verdes, Amigos do Parque do Palácio, Movimento Ambientalista da Região das Hortênsias (Marh), Feirinha Ecológica e Cultural de Canela, União Brasileira de Mulheres – Região das Hortênsias, e a Sociedade Vegetariana Brasileira – núcleo Gramado e Canela.

Os organizadores denunciam que o PL 2159/21 representa um grave retrocesso na política ambiental brasileira, ao flexibilizar regras do licenciamento ambiental e abrir brechas para a degradação de ecossistemas. O projeto já foi aprovado na Câmara dos Deputados e atualmente tramita no Senado.

O evento busca mobilizar a sociedade local e fortalecer a pressão popular contra a aprovação do projeto, integrando uma série de manifestações simultâneas que ocorrerão em diferentes regiões do país. A escolha do Parque do Palácio como local do ato tem significado simbólico: trata-se de uma área verde emblemática de Canela, símbolo da luta por preservação ambiental no município.

A mobilização convida toda a população a participar do protesto pacífico e reforçar a importância da proteção ambiental como responsabilidade coletiva.

Fraude no INSS: saiba como receber de volta os valores descontados

PAÍS – A partir desta sexta (11), aposentados e pensionistas podem aderir ao acordo para receber os valores dos descontos indevidos relacionados à fraude no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).

pagamento está previsto para começar em 24 de julho.

A adesão, que é gratuita, é necessária para que o beneficiário receba a devolução dos valores diretamente em sua conta, sem precisar recorrer à Justiça.

Como aceitar o acordo pelo aplicativo Meu INSS?

  • Acesse o aplicativo Meu INSS com CPF e senha.
  • Vá até “Consultar Pedidos” e clique em “Cumprir Exigência” em cada pedido (se houver mais de um).
  • Role a tela até o último comentário, leia com atenção e, no campo “Aceito receber”, selecione “Sim”.
  • Clique em “Enviar” e pronto. Depois é só aguardar o pagamento!

Quem pode ser ressarcido?

Segundo o governo, podem aderir ao plano de ressarcimento os beneficiários que fizeram a contestação dos descontos e não obtiveram resposta das entidades.

“As primeiras pessoas aptas para utilizar essa funcionalidade são aquelas que contestaram e não obtiveram qualquer tipo de resposta em 15 dias”, afirmou o presidente do INSS, Gilberto Waller.

Ainda segundo Waller, mais de 1,8 milhão de pessoas já estariam aptas a utilizarem a funcionalidade ou irem aos Correios. “Os primeiros 100 mil serão pagos no dia 24 [de julho] e assim sucessivamente”, explicou o presidente.

Os pagamentos serão diários. Dessa forma, o presidente acredita que todos que fizeram a contestação serão pagos nesse primeiro mês.

Não é necessário envio de documentos adicionais e, após o envio, o valor será depositado imediatamente na conta onde o beneficiário já recebe o benefício.

Outros casos

Sobre os casos de pensionistas e aposentados que estão em conversa com as associações, Waller afirmou que esses casos estão sendo subdivididos.

“Quando ele não concordar, é gerado uma GRU [Guia de Recolhimento da União] para a instituição fazer o pagamento administrativamente. Vencido esse prazo, estamos fazendo uma auditoria para saber se é caso para pagamento ou não. Para verificar se há fraude da fraude”, pontou.

Já nos casos de quem entrou com ação judicial, Waller esclareceu que o segurado ainda sim tem a opção de abrir mão do processo e solicitar o acordo, enquanto quem entrou com ação antes da operação da Polícia Federal, vai receber uma Requisição de Pequeno Valor e o valor dos honorários advocatícios fixados em 5%.

O presidente do INSS reforçou que o sistema continua aberto para contestações até, pelo menos, o mês de novembro.

Grupos especiais

O INSS informou que vai fazer automaticamente a contestação dos descontos indevidos para beneficiários em situações específicas que ainda não fizeram o pedido.

Esse procedimento, ainda segundo a entidade, é chamado de contestação de ofício, vai contemplar:

  • Pessoas idosas com descontos iniciados após março de 2024 que tinham 80 anos na ocasião
  • Indígenas
  • Quilombolas

Nas estimativas do Instituto, essa medida vai beneficiar diretamente cerca de 209 mil pessoas idosas, 17 mil indígenas e 38 mil quilombolas.

No caso de pessoas que moram em áreas de difícil acesso, o INSS informou que vai promover ações de busca ativa, com intensificação a partir de agosto.

Recursos fora do arcabouço fiscal

Para viabilizar o pagamento das vítimas da fraude no INSS, o ministro Dias Toffoli, do STF, autorizou que os recursos utilizados fiquem fora do limite do novo arcabouço fiscal. A decisão permite a abertura de crédito extraordinário, sem impacto na meta de resultado primário, destravando o acordo entre União e os prejudicados.

Paralelamente, a Advocacia-Geral da União, segundo o governo, já obteve decisões judiciais que bloquearam R$ 2,8 bilhões de 12 entidades investigadas, e novas medidas estão em curso para ampliar esse valor.

Parte desses recursos poderá ser recuperada por meio de ações de regresso contra associações responsáveis por fraudes, inclusive aquelas que apresentaram documentos falsos ou não responderam às notificações, ampliando o leque de responsabilizações e reforçando o caixa para ressarcir os cofres públicos.

As ações de regresso permitem a uma pessoa que pagou uma dívida ou indenização, que era de responsabilidade de outra pessoa, buscar o ressarcimento do valor pago junto ao verdadeiro responsável.

Nesse caso, o governo poderá cobrar das entidades responsáveis a devolução do que foi pago às vítimas com dinheiro público em caso de nova fraude verificada, isto é, a fraude da fraude.

Quem paga a conta do tarifaço? Entenda impactos para Brasil e EUA

PAÍS – A nova tarifa de 50% contra produtos brasileiros, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve afetar diretamente empresas e produtores de setores estratégicos da economia nacional, que vendem seus produtos para os norte-americanos.

É o caso dos exportadores de petróleo, de aço, café e carne bovina, por exemplo, produtos que lideram as vendas do Brasil para os EUA. As exportações de suco de laranja e de aeronaves também podem ser fortemente impactadas.

Outra preocupação no Brasil é a inflação. O mercado financeiro reagiu mal à nova taxa e o dólar subiu forte nas horas seguintes ao anúncio de Trump.

“Se o dólar permanecer alto, a inflação no Brasil persiste e o Banco Central mantém os juros altos [atualmente no patamar de 15%, o maior em quase 20 anos]. Isso desacelera a economia e pode entrar em recessão”, alerta o economista Robson Gonçalves, professor de MBAs da FGV.

  • Entre outros motivos, a alta do dólar gera inflação à medida que encarece as importações. A lógica do BC é que subir os juros desestimula o consumo pois fica mais caro fazer empréstimos ou compras a prazo. Ao reduzir o consumo, a demanda por produtos diminui, o que ajuda a controlar a inflação, que ocorre quando a oferta não acompanha a demanda.

Apesar disso, especialistas explicam que os consumidores brasileiros não são os únicos que podem vir a sentir o efeito da tarifa no bolso, ainda que em menor escala. A medida também pode impactar os preços dos alimentos nos EUA, principalmente do café.

Cerca de um terço do café consumido nos EUA, o maior consumidor mundial da bebida, vem do Brasil, que é o maior produtor mundial. As exportações anuais de café brasileiro para os EUA chegam a cerca de 8 milhões de sacas, segundo grupos do setor.

“Os americanos vão procurar outros produtores globais [para substituir as importações brasileiras], mas, no caso do café, não vão encontrar no mercado externo tudo o que precisam. E o preço já está caro no nível internacional”, diz Gonçalves, da FGV.

Veja abaixo mais detalhes sobre os impactos da nova tarifa para o Brasil e para os EUA.

Brasil

Os EUA são o segundo principal parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apontam que o Brasil vendeu US$ 40,33 bilhões em produtos para os americanos em 2024.

  • Mesmo assim, o Brasil tem déficit comercial em relação aos EUA desde 2009, ou seja, compra mais do que vende para o país.

A Associação Brasileira das Exportadoras de Carne declarou que o aumento da tarifa atrapalha o comércio e afeta negativamente o setor produtivo.

A avaliação do setor é de que as vendas de carne de boi aos americanos vão ficar praticamente “inviáveis” se não houver negociação. E a tendência é que os frigoríficos brasileiros se direcionem para outros mercados internacionais, como o asiático.

No caso do café, o Brasil dificilmente conseguirá redirecionar para outros países todo o volume que hoje exporta aos EUA, afirma Robson Gonçalves, da FGV.

E, com o aumento da oferta no mercado interno, a consequência pode ser uma queda nos preços por aqui. Porém, “se o dólar permanecer alto, pode ofuscar os efeitos desse aumento de oferta”, pondera.

A tarifa também deve afetar as vendas brasileiras de aeronaves (as ações da Embraer caíram mais de 3% nesta quinta-feira), de petróleo, de semimanufaturados de ferro ou aço, materiais de construção e engenharia, madeira, máquinas e motores, e eletrônicos.

Lembrando que, além da taxa anunciada nesta semana, produtos como o aço e o alumínio já enfrentam tarifas de 50%, o que tem impactado diretamente a siderurgia brasileira.

Estados Unidos

Do outro lado da balança, a decisão de Trump também deve impactar o consumidor americano, justamente porque o Brasil é um grande vendedor de café, suco de laranja, açúcar, carne bovina e etanol para os EUA, entre outros produtos.

Com a elevação da tarifa, os exportadores tendem a repassar o custo aos consumidores. E, como no caso do café, os EUA nem sempre conseguirão substituir totalmente as importações vindas do Brasil.

Mais da metade do suco de laranja vendido nos EUA, por exemplo, vem do Brasil, que detém 80% do comércio global do produto.

“Essa medida impacta não só o Brasil, mas toda a indústria de sucos dos EUA, que emprega milhares de pessoas e tem o Brasil como seu principal fornecedor há décadas”, disse Ibiapaba Netto, diretor executivo da CitrusBR, associação brasileira da indústria de suco de laranja.

Nesse sentido, a Associação dos Exportadores de Suco declarou que a sobretaxa é péssima para o setor como um todo e que atinge os próprios americanos, que há décadas têm o Brasil como principal fornecedor externo.

A carne bovina também tem sido um problema. A inflação do produto para o consumidor americano está batendo recorde por causa de uma redução histórica do rebanho do país, que encareceu o preço do boi por lá — ele está custando duas vezes mais que o boi brasileiro. Daí a disparada nas importações da carne.

Apesar disso, a analista de macroeconomia Sara Paixão, da InvestSmart, ressalta que o Brasil respondeu por apenas 1,4% das importações totais dos Estados Unidos em 2024. Por isso, o impacto direto da tarifa sobre a economia americana tende a ser limitado.

Segundo ela, outra questão que poderia impactar os EUA nesse contexto é que “a imposição de tarifas pode fazer com que outros blocos econômicos se juntem para fortalecer as relações comerciais”, deixando os EUA mais isolado.

Fonte: G1

Trump taxa, Brasil apanha!

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Coluna publicada no dia 11/07.

Guilherme Dettmer Drago. Sócio de Reimann & Drago Advogados. Professor universitário.

Era uma vez um mundo globalizado, onde os países faziam juras de amor eterno ao livre-comércio — até que a conta chegou. E, como sempre, quem paga é o povão, aquele mesmo que parcela carne moída no cartão e acha que “geopolítica” é nome de remédio pra coluna.

Donald Trump, o bom e velho cowboy do nacionalismo econômico, decidiu bater na porta do Itamaraty com uma carta nada cordial: 50% de tarifa sobre produtos brasileiros. O Brasil chorou. A esquerda bradou “imperialismo!”. A direita, “soberania!”. E os industriais… esses já estavam em Miami comprando iPhones.

A medida, é claro, foi recebida com aquele ar de surpresa hipócrita por parte de quem ainda acredita em igualdade comercial entre uma Ferrari e um Fusca 72. Sim, meus caros, o Brasil não tem como competir com os Estados Unidos em termos de poder, influência e capacidade de negociar.

E antes que o camarada da camisa vermelha comece a recitar Karl Marx na padaria, é bom lembrar: a esquerda vem tropeçando nas próprias utopias mundo afora. Na Europa, virou figura decorativa. Na América Latina, virou motivo de piada ou tragédia. E no Brasil? Ah, no Brasil ela sobrevive na bolha de hashtags, debatendo revoluções em salas com ar-condicionado e com um Rolex no pulso.

A verdade é que o jogo virou! Não se trata mais de economia, competitividade ou PIB. Isso agora é geopolítica pura, crua e com um tempero amargo de realpolitik.

As grandes potências tratam de proteger os seus — e o resto que se vire com os prejuízos. Multilateralismo? Só se for no discurso da ONU, enquanto drones sobrevoam alguma república esquecida.

O novo mantra do mundo é: proteja o seu, taxe o do outro e abrace o conservadorismo de mercado com a fé de um religioso fervoroso. E o Brasil, perdido entre slogans vazios e promessas de “potência verde”, continua a ser o bom e velho exportador de commodities, com selo de qualidade e imposto de importação.

Enquanto isso, o brasileiro segue pagando a conta — do pão, da gasolina, do plano de saúde, e agora, das tarifas norte-americanas. Mas tudo bem! A gente já se acostumou a pagar por aquilo que não consumiu e a aplaudir quem nos chama de “parceiro estratégico” com uma mão no bolso e a outra no mouse, comprando pelo AliExpress.

E viva o novo mundo! Com bandeiras antigas! E tarifas novíssimas!

Conselho final do tio: tem um dinheirinho guardado? Pois então dolarize!! O quanto antes!!

Nova transação da Receita: um alívio ou mais um remendo?

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Coluna publicada no dia 11/07.

Por Phillip Handow Krauspenhar, advogado tributarista

A Receita Federal lançou um novo edital de transação tributária, voltado a débitos de até R$ 50 milhões em discussão no contencioso administrativo. A proposta inclui descontos que podem chegar a 100% sobre multas, juros e encargos legais, além de parcelamentos em até 115 vezes. Para muitos contribuintes, especialmente os que discutem autuações no CARF ou nas Delegacias da Receita, a medida parece ser uma saída interessante. Mas é preciso cautela.

Do ponto de vista técnico, a transação é um avanço. Prevista na Lei nº 13.988/2020, ela representa uma mudança de lógica na cobrança de tributos. Em vez da insistência em execuções fiscais eternas e infrutíferas, o governo finalmente admite que receber menos, mas de forma mais célere, pode ser melhor do que insistir em dívidas que nunca serão pagas. Isso é positivo.

Por outro lado, não podemos ignorar a motivação por trás dessas transações. O governo precisa fazer caixa. E, nesse movimento, tenta resgatar até os créditos que ele mesmo classificou como de difícil recuperação ou praticamente irrecuperáveis. O Estado cria um sistema que pune quem empreende, sufoca quem erra e depois oferece “descontos” para quem topa desistir da briga. É a velha lógica do “complica primeiro, alivia depois”.

Para os contribuintes, principalmente os pequenos e médios, a oportunidade pode ser valiosa. Mas é fundamental entender que ao aderir à transação, o contribuinte renuncia ao direito de discutir o débito. E isso não é pouca coisa. Muitas autuações fiscais são discutíveis, exageradas ou simplesmente baseadas em interpretações que mudam a todo momento. Abrir mão dessa discussão sem uma boa análise pode ser um erro caro.

Ainda assim, em muitos casos, vale a pena negociar. Especialmente quando o valor do débito é elevado, a chance de êxito é incerta e a empresa precisa de regularidade fiscal para seguir operando. Nessas situações, os descontos e prazos oferecidos pela Receita podem ser um verdadeiro fôlego para o caixa.

Mas essa nova rodada de transações também revela uma verdade incômoda. O sistema continua doente. A cada ano, surgem novas normas, novas obrigações, novas interpretações. O contribuinte vive em constante insegurança. A Receita não simplifica. Apenas oferece alívio temporário para o caos que ela mesma alimenta.

Em resumo, a nova transação é uma oportunidade, sim. Mas também é um lembrete de que o problema não está sendo resolvido. Está apenas sendo empurrado com a barriga. E, mais uma vez, quem paga a conta é o contribuinte.

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