SÃO FRANCISCO DE PAULA – A severa estiagem que minguou arroios, secou vertentes e açudes motivou o prefeito Marcos Aguzzolli a decretar estado de emergência em toda a área rural do município. A seca está afetando diretamente a produção agrícola. O decreto foi assinado sexta passada (27).
O decreto 1923/2020 prevê a atuação da Defesa Civil no caso e autoriza a construção de estrutura física para captação de água em nascentes, arroios, rios e banhados, visando a proteção e o atendimento das necessidades básicas das famílias rurais.
O secretário de Agricultura, Rafael Marques, destaca que o decreto de estado de emergência acaba sendo uma medida legal de ajuda, principalmente, ao produtor rural. “Esperamos que este decreto possibilite o acesso à água para as pessoas que moram na zona rural. Quem tem sua principal fonte de renda nos animais e na plantação está sofrendo muito com a escassez de água. Este também é instrumento legal que possibilitará que os pagamentos para instituições financeiras e revendas de insumos sejam flexibilizados, dando um fôlego extra para esse produtor”, explica.
Os produtores rurais sofrem com a estiagem desde dezembro de 2019. Estre as culturas mais afetadas está a produção de batata, de milho, soja, pastagem eolerícolas. Mais da metade da receita municipal advém da produção primária, além de ser a principal fonte de renda de quase todas as famílias que moram na zona rural. A Ematerrealiza um trabalho de acompanhamento com esses produtores e a partir de um estudo realizado em parceria com a Secretaria de Agricultura sobre o impacto da seca, emitiu o laudo que baseia o decreto municipal.
A Prefeitura trabalha para sanar a falta de água nas comunidades rurais desde 2017. Além de um novo contrato com a Corsan, em que a empresa é obrigada a disponibilizar água em três dos principais distritos do Município (Juá, Eletra e Cazuza Ferreira), dois poços artesianos foram perfurados e outros dois regularizados. O projeto agora deve receber expansão.
SISTEMA SALTO –Para Canela e Gramado, que dependem do recurso hídrico do Rio Santa Cruz para o abastecimento de água de suas comunidades, a preocupação cresce conforme os níveis das barragens do Sistema Salto descem. O sistema é interligado, a barragem Divisa abastece o Blang, que irriga o Salto. As duas primeiras estão com os níveis bem abaixo do normal, especialmente o Blang.
Canelenses que conhecem o sistema confirmam que não é comum ver o Blang com os níveis tão baixos. “Eu conheço o Blang há 25 anos e vi a barragem secar bastante uma vez, mas não tão seco como agora. Não vai ser fácil recuperar”, observou Joel Pinto.
Nesta semana a Corsan emitiu um comunicado dizendo que o Poço da Faca, onde é feita a captação para tratamento e posterior fornecimento, está suprindo a necessidade, mas reforçou a importância de reeducação com os hábitos de uso de água e adotar medidas que evitem o desperdício.