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Ramos Pacheco incentiva produção textual entre os alunos

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GRAMADO – Os estudantes do ensino médio da Escola Estadual Ramos Pacheco foram desafiados a escreverem sobre temas relacionados à sociedade brasileira. 
Na aula de Sociologia da professora Caren Betina Schonardie, os estudantes do primeiro ano produziram textos sobre desigualdade social e preconceitos. Já na disciplina de Literatura, o tema proposto pela professora Caren aos alunos do terceiro ano foi o livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos, obra brasileira consagrada no século passado. 
As produções textuais, realizadas no últimos meses, tiveram alguns destaques. A estudante Bianca Fioreze, de 15 anos, escreveu um belo texto para a aula de Sociologia, enquanto as alunas Júlia Chaves Silveira, Viviane Souza de Moura e Amanda Lize, de 16 anos, fizeram um grande trabalho em cima da obra de Graciliano Ramos. Confira os textos:
 
Bianca Fioreze
De onde eu vim?
Onde eu estou?
Para onde eu vou?
Eu vim trazida da África a força até aqui. 
Eu vim da Europa para colonizar, extrair e levar.
Tempo depois vim atrás de condições de vidas melhores. 
Vim fugindo das guerras. 
Dos conflitos mal resolvidos. 
Eu vim daqui, terra de índios, onde seu território eles tomaram, os perderam e roubaram. 
Vim da cultura mista.
Índios africanos europeus …
Vim da capoeira, a luta trazida lá da África pra Bahia como forma de defesa. 
Eu vim dos pretos maltratados pelos brancos do racismo do preconceito e também do machismo. 
Eu vim da desigualdade. 
Da dor e da maldade. 
Eu vim da dança do axé do samba e do pagode. 
Eu vim da primeira república, vim do contestado, da vacina, da chibata, do cangaço. 
Vim do sangue derramado. 
Das mortes de todo o estado. 
Eu vim do estado provisório do estado, constitucional do Plano Cohen, do estado novo 
Da vaca fardada. 
Da ditadura de 64.
Das torturas. 
Vim pelo sangue inocente derramado. 
Eu vim de tempos difíceis… 
Eu vi tudo isso! eu vivi! e eu senti!
Onde eu estou?
Estou nas ruas lutando por direitos. 
Estou no crime sem nem saber o efeito. 
Estou na música, na dança, no cinema. 
Estou sendo agredida e abusada. 
Estou entre povo que se cala diante da mulher estuprada, do gay ou lésbica espancada. 
Estou na tecnologia nos smartphone e nos computadores. 
Estou nas redes sociais. 
Estou conectado. 
Estou no meio do possível golpe a ser dado.
Estou em tudo sempre bem informado.
Para onde eu vou? 
Vou para possíveis conflitos. 
Para mais sangue derramado. 
Para o medo que está sendo mostrado. 
Para a luta de sempre. 
Para onde o amor seja mais forte que qualquer diferença existente. 
Vou para mais tecnologia.
Para a evolução. 
Mas também para insatisfação. 
Vou para o cinema. 
Pra música e pra dança!
Eu vou mais, ainda temos as lembranças, as cartas as obras, o passado que não podemos apagar. 
É, eu vou!
Mas afinal quem eu sou?
Eu sou o resultado de alguém ter me pensado. 
Eu sou porque sou, porque sou o passado impossível de ser rasgado!”
 
Júlia Chaves Silveira, Viviane Souza de Moura e Amanda Lize
“Uma família, pai, mãe e dois filhos. Quando pensamos em família, pensamos em aqueles que sempre estarão do nosso lado, aqueles com quem temos a maior afinidade possível, com quem conversamos e onde podemos ser nós mesmos. 
Por meio deste conto viemos retratar a história de uma família que, infelizmente, é mais comum do que imaginamos. 
O pai fechado, sempre resolvendo seus problemas do trabalho, sem tempo e nem disposição de ajudar em casa ou de ficar com a sua família. 
A mãe, dona de casa e ao mesmo tempo fazendo seu papel de mãe e trabalhadora externa. Apesar de fazer tudo pela família, assim como o pai, não percebe que o mais importante não consegue fazer, que é passar tempo com seus filhos. 
Os filhos, tão preocupados em passar mais uma fase no jogo e estão perdendo a melhor fase da vida, que, apenas quando adultos irão perceber quanta falta a infância traz. 
Famílias e vidas secas, secas de amor, de conhecimento, de conversa, de companheirismo e de atenção. Estamos correndo a vida toda atrás de dinheiro e bens materiais, para, no fim ver que corremos tanto e não chegamos à lugar nenhum”.

 

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