Gian Wagner
REGIÃO – Nesta quinta-feira, 5 de dezembro, comemora-se o Dia Internacional do Voluntário. Instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1985, a data homenageia e define como voluntário aquelas pessoas que têm espírito cívico e interesse por ajudar a construir uma sociedade melhor, dedicando para isso parte do seu tempo em trabalhos sociais, sem receber qualquer tipo de remuneração.
Ao redor do mundo, muitos trabalhos necessitam de ações voluntárias. A maior luta dos voluntários da ONU é contra a extrema pobreza e fome. Alguns locais também realizam trabalhos voluntários para promoção do ensino básico e igualdade de gêneros.
Nas comunidades os trabalhos voluntários também acontecem e são essenciais para o desenvolvimento da sociedade. As comunidades de Canela e Gramado se destacam com iniciativas desta natureza. Durante todos os dias do ano, em algum lugar, alguma pessoa está desenvolvendo alguma atividade de forma voluntária, se doando, se dedicando para melhorar o bem-estar do próximo.
Nas duas cidades as maiores lutas estão no amparo às famílias de baixa renda. Mas o radar dos milhares de voluntários está em sintonia com a comunidade. Existe trabalho voluntário auxiliando a luta das instituições que cuidam de questões pontuais como idosos, crianças, dependentes químicos, animais, bem como entidades que se prestam a levar educação, cultura, esporte e saúde para as comunidades mais carentes.
Mais de 30 anos fazendo voluntariado
Norma da Silva, conhecida também como Dona Norma ou Norminha é um exemplo de voluntariado a ser seguido. Moradora de Gramado, aos 70 anos ela conta que dedicou ao menos metade de sua vida a este serviço. Ela mesmo não recorda há quantos anos faz trabalho voluntário pela comunidade. “É menos que 38, uns 35, 34 anos eu acho”, recorda ela. Norma começou com o voluntariado na década de 1980, mesma década em que o Dia Internacional do Voluntário foi instituído pela ONU.
O primeiro trabalho deste gênero Norma lembra bem, e lembra também que ‘caiu de paraquedas’ no serviço. No hospital, há muitos anos em uma campanha de vacinação, faltaram pessoas para auxiliar na rua. “Me convidaram para ir e eu disse que nem sabia o que fazer. Insistiram e eu fui. Era uma campanha de vacinação no Hospital Santa Terezinha”, recorda.
Desde então o voluntariado ganhou espaço em seu coração. “É um sentimento muito bom poder e conseguir ajudar o outro”. Dona Norma passou ainda por diversas outras entidades e associações ligadas ao trabalho voluntário em prol da comunidade. Alguns desses grupos são as Parceiras Voluntárias, Damas, Amiga Solidária e participou de eventos como a Corrida Pela Vida. “Precisou, é só me chamar”, disse.
REFÚGIO – Norma é nascida em Nova Petrópolis. Morou em Linha Araripe e depois veio morar em Gramado, isso há mais de 50 anos. Ela casou e se instalou no bairro Floresta com o marido que hoje é falecido. Norma também tem dois filhos e uma neta de 10 anos. “Meus filhos sempre me apoiaram e me incentivaram. Minha neta diz que quer ser igual eu quando crescer”, conta ela aos sorrisos por ter o apoio da família. “É o meu refúgio. Às vezes a gente nem precisa ajudar com bens materiais. Às vezes só a palavra amiga já ajuda muito, muitas pessoas precisam”, conta. “A gente sempre faz o que pode”, acrescenta. Norma segue em atividade. Hoje, no Dia de Doar, Norma estará no Perinão fazendo sua parte, assim como dezenas de outros voluntários que dão o exemplo de amor pela comunidade.
HOJE É DIA DE DOAR EM GRAMADO
O Ginásio Perinão recebe hoje, a partir das 8h30, o Dia de Doar. O evento pretende arrecadar donativos para as entidades e qualquer pessoa pode participar. “Este é um dia muito importante para Gramado. Um dia em que as entidades do município são beneficiadas e que a comunidade se engaja para contribuir e ajudar os que mais precisam”, relata Evandro Moschem (MDB).
A ação beneficiará 13 instituições assistenciais de Gramado e região. Entre elas estão o Crerh, Hospital Arcanjo São Miguel, Pama, Apae, Liga, entre outros que atuam desde setores da saúde até proteção animal e escoteiros. “A atitude de doar não se resume somente a um bem físico, ou dinheiro. As pessoas podem doar o seu tempo, seu trabalho, seu dom”, disse o vereador Renan Sartori (MDB), que propôs a criação da data em 2017.