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Vidas transformadas dentro de uma academia

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CANELA – Sair de casa, entrar em uma academia e praticar alguma atividade física é indicado para quem quer ter uma vida mais saudável. Além disso, tem a questão estética onde em muitos casos, a vaidade se sobressai ao da saúde, o que não é preconizado por médicos e educadores físicos.

Mas um local, a prioridade, além das ações saudáveis para o corpo é um ponto de encontro para fazer novas amizades e faz bem para o mental das pessoas. Este espaço é a Academia Municipal de Canela.

De forma gratuita são atendidos cerca de 210 alunos dos 16 aos 87 anos que frequentam o local de segunda a sexta-feira. Cada um tem sua ficha cadastral, com os dias e horários específicos. Para frequentar o local, é necessário ter alguma comorbidade encaminhada por um médico por meio de alguma das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s). Para frequentar o espaço tem fila de espera.

“Tem os critérios para frequentar a Academia Municipal, necessário ser encaminhada por um médico do Sistema Único de Saúde (SUS) e ter alguma comorbidade constatada. O trabalho que fizemos aqui não é direcionada para a estética e sim a saúde dos alunos”, disse Cristina Viviane Herold dos Santos, professora de educação física e coordenadora da academia.

A própria profissional, além dos alunos tem também seu momento de superação. Hoje com 47 anos, Viviane contou que parou de estudar com 11, ainda criança e retornou aos 40 anos, fazendo o Educação de Jovens e Adultos (EJA) e depois disso, ingressou no ensino superior formando-se em educação física.

“Estudava de noite, acordava às 6h para trabalhar e só retornava para casa depois da meia noite. Mas faria tudo de novo. É muito gratificante estar aqui [Academia Municipal]. Sempre falo que me descobri aos 40 anos, amo este local. Não é somente atividade física, brinco com os alunos, coloco peruca e fizemos muitas ações de forma lúdica. Muitos têm vergonha de vir, porquê o corpo não é perfeito. Não forçamos nada, o limite do aluno é ele que vai dizer. Tem pessoas que não tomam mais remédios, qualidade de vida melhorou. Quando chegam, falam que estão melhor. Alunos que utilizavam muletas abandonaram, andam até na esteira. Ouvir o relato dos alunos é gratificante”, contou.

Os ‘filhos’ de Viviane

O carinho, forma de orientar e a atenção aos alunos dentro da academia e fora, como a professora Viviane contou é uma relação “de mãe”. E um destes filhos é a servidora pública aposentada Loiva Stahnke, 64 anos. Moradora da Vila Maggi, ela é uma destas personagens que frequenta a Academia Municipal.

Foto: Tiago Manique/JIHLoiva Stahnke contou da superação de um câncer

Com problema na coluna, passou a frequentar o local por indicação médica. Mas ano passado teve que interromper a frequência, pois foi constatado um câncer no pâncreas. Foi necessário em setembro de 2022, quatro intervenções cirúrgicas. Após curada, retornou a prática da atividade física e admite evolução em sua saúde.

“Não era para estar aqui, os médicos se surpreenderam. Voltei em março deste ano, me sinto bem, até digo que o espaço aqui é sagrado e a equipe da academia não mede esforços para ajudar. Os benefícios são enormes, faz toda a diferença para a minha saúde”, disse.

A policial civil aposentada Viviane Koch, 53 anos, ingressou na academia em março deste ano. Desde 2017, foi diagnosticada com lesão na medula o que dificultou a locomoção principalmente abaixo da cintura obrigando-a a utilização de cadeira de rodas, por falta de força nas pernas.

Foto: Tiago Manique/JIH – Cadeirante Viviane com a professora Vivi

Com depressão, procurou atendimento de uma psicóloga e depois de uma assistente social. Viviane foi orientada para buscar a Academia Municipal. Antes disso, já frequentava outros espaços privados deste segmento, porém segunda ela não se sentiu “acolhida”.

“Mudou muito a minha vida. A professora Vivi levanta o astral, às vezes pensava em não vir na academia e lembrava dela com seu entusiasmo e forma de ensinar e orientar. Estou em evolução, progredindo. Conversamos bastante, fizemos novas amizades, uma melhora fisicamente e mentalmente”, disse.

Superando diversos obstáculos, a moradora do bairro Leodoro de Azevedo, Daiane Tomazi, 35 anos. Ela que frequenta a academia desde 2016 quando fraturou a perna, vive há 12 anos com a falta de visão, pois foi acometida por uma doença o que deixou com deficiência visual. Mesmo com algumas limitações para se locomover, pratica com entusiasmo e disciplina aos exercícios propostos.

Foto: Tiago Manique/JIH – Deficiente visual, Daiane pratica todos os exercícios

“Faço os exercícios e vejo uma melhora significativa no meu bem-estar. Não convivo mais com depressão. A professora nos motivas muito, faz com que nos sentimos bem. Além de satisfazer fisicamente é bom para o nosso emocional”, finalizou. Também atua na Academia Municipal, o professor Alexandre Lazzaroto, Fernanda Dias e Sara Faez Velho. Mais informações pelos telefones 99123.8829 ou 991258462 (ambos possuem WhatsApp).

Texto: Tiago Manique – [email protected].

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