João Pedro Boch
CANELA – Em uma cidade marcada pelo turismo, a tecnologia também tem ganhado espaço. Em Canela, no coração da Serra Gaúcha, o futuro está sendo construído em peças, fios e sensores dentro do Centro Social Padre Franco. É ali que, todas as quintas-feiras, crianças e adolescentes aprendem a programar, montar e imaginar novos caminhos por meio da robótica.
O projeto é conduzido por Sandro Molling, um professor de apenas 18 anos, que encontrou na educação uma forma de compartilhar o que aprendeu ainda na adolescência. “Eu comecei a trabalhar com robótica aos 16, como jovem aprendiz na empresa JR Robótica, em Dois Irmãos. Este ano recebi a proposta de começar a dar aulas por conta, e tem sido uma experiência muito boa ter esse contato com os alunos”, contou.

As aulas de robótica são oferecidas todas as quintas-feiras, com quatro turmas, duas pela manhã e duas à tarde – e envolvem desde programação básica até montagem mecânica e eletrônica. Segundo o professor, o objetivo vai além de ensinar conteúdos técnicos: “A robótica incentiva muito o trabalho em equipe e a resolução de problemas. Os alunos precisam criar soluções juntos e propor desafios uns aos outros. Isso desenvolve a iniciativa e a cooperação entre eles.”
O comprometimento dos jovens se refletiu em resultados. Os alunos do Centro Social participaram recentemente da Mostratec, uma feira de ciências e tecnologia realizada no dia 30 de outubro, onde apresentaram um robô desenvolvido durante as aulas. “Com o tempo e o material que eles tiveram, o robô se saiu super bem, funcionou muito bem com o propósito dele”, destacou Sandro, orgulhoso da conquista da turma.
Apesar da pouca diferença de idade, ele acredita que isso ajuda na conexão com os alunos. “Consigo me colocar no lugar deles, porque há pouco tempo eu também estava aprendendo. Acho que isso facilita muito o entendimento das dificuldades e o diálogo.”
Entre os estudantes, o entusiasmo é evidente. Adam Lorenzo Antunes Pereira, de 14 anos, diz que o aprendizado vai muito além da técnica: “É muito legal, porque a gente tem a chance de aprender novas coisas e evoluir mais.”

Aquiles Lorandi Sartor, 13 anos, completa: “Na Mostratec a gente fez amizade com o pessoal e se saiu bem. Gosto de trabalhar em equipe e de programar para fazer jogo.”

Já Miguel Schiling da Silva, também de 13 anos, conta que aprendeu uma lição para a vida: “Nunca desistir e sempre ter esperança.”

Sandro acredita que a robótica é uma área em crescimento e que pode transformar o futuro de muitos jovens. “Mesmo que não sigam essa profissão, a robótica ensina muitas coisas para a vida. É uma experiência importante e que eu recomendo a todos”, concluiu.













