GRAMADO – Na última quinta-feira (18), a cidade de Gramado foi convidada a apresentar sua bem-sucedida iniciativa em saúde durante a Oficina de Apoio Estratégico em Saúde da População Negra do Rio Grande do Sul, realizada em Canela e promovida pelo Ministério da Saúde. O foco da apresentação foi o Protocolo Municipal de Atenção à Saúde da População Negra de Gramado, um documento elaborado para enfrentar as desigualdades que afetam essa parcela da população.
A iniciativa de Gramado surge como resposta a dados nacionais que mostram uma maior incidência de mortes relacionadas à violência, mortalidade materna, diabetes, hipertensão e doença falciforme entre a população negra. Um dos pilares do protocolo é a obrigatoriedade do quesito raça/cor em todos os serviços de saúde do município. A coleta dessa informação, que deve respeitar a autodeclaração do paciente, está alinhada à Portaria nº 344 de 1º de fevereiro de 2017 e é crucial para a criação de políticas públicas mais eficazes e direcionadas.
O documento, já aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde, está em fase de implementação e se tornou um modelo para outros municípios da região, reforçando o compromisso de Gramado com a equidade e a diversidade na saúde.
A experiência foi apresentada pelo Grupo Técnico responsável pelo protocolo: Daniele Swaizer, Diretora da Atenção Básica; Viviane Ventura, médica de família e comunidade; Carla Rolão, enfermeira sanitarista; e Karolina Kanzler, enfermeira.
De acordo com a enfermeira Carla Rolão, “iniciativas como essa representam um passo fundamental para a redução das iniquidades em saúde, assegurando que as políticas públicas reconheçam e enfrentem as desigualdades históricas”. Ela acrescenta que o protocolo fortalece a construção de um sistema de saúde mais justo, inclusivo e comprometido com a vida de todos.