Tiago Manique
CANELA – Um novo QG foi montado para o recebimento e entrega das doações para famílias vítimas da catástrofe climática que assolou o Rio Grande do Sul. Até semana passada, o local era o São Paroquial ao lado da Catedral de Pedra e coordenado pela Prefeitura de Canela. Agora quem está administrando a Central de Doações é a Acic e parceiros, na sede da Paróquia da Comunidade da Vila Boeira.
Diariamente, inclusive aos finais de semana o espaço está aberto das 7h45 às 18h. Para quem for doar, é necessário fazer um cadastro do que está entregando e após passa por uma triagem de separação dos itens e uma terceira etapa da separação dos kits para serem entregues.
“Estamos recebendo [doações] tudo. Temos que reconstruir todo o estado. Qualquer doação, principalmente alimentos e cesta básica é necessária. Também pedimos brinquedos e utensílios de cozinha”, disse Lucas Dias, um dos voluntários. Um dos diferenciais citados por Lucas destas Central de Doações que o critério para entrega dos mantimentos é evitar ao máximo questões burocráticas e priorizar quem está precisando, seja em Canela ou em municípios que foram mais afetados.
“A logística e a entrega segue um critério, mas sem burocracia. Algumas pessoas de nossa confiança, chegam e solicitam que necessitam levar doações, liberamos para ser entregue de forma imediata estão levando para outros municípios também, uma rede de voluntários está nessa força tarefa para conseguir chegar em quem precisa. Muitas doações estão chegando Toda ajuda é bem-vinda independente da quantidade, se pode doar um litro de água ou de leite pode trazer que será bastante grandiosa”, disse Dias.
Coordenação
Quem organiza e faz toda a projeção dos voluntários que atuam no recolhimento e separação dos mantimentos, é a também voluntária Graziela Hoffmann. Coordenadora de Voluntários, ela mencionou que cerca de 350 voluntários já estão cadastrados, sendo responsável em organizar em três turnos as pessoas nesta ação, por meio de um grupo de WhatsApp. Atuam aproximadamente 14 voluntários em cada turno.
“Nós tivemos um volume muito grande de pessoas se solidarizando e querendo participar como voluntário. Toda e qualquer ajuda é bem-vinda, não tem nenhum tipo de limitação, de idade. Tem várias funções aqui e qualquer pessoa pode executar. Por exemplo, temos a função do recebimento de doações, onde é feito cadastro, então uma pessoa que tenha dificuldade motora pode ficar nesse setor. Tem a parte de triagem, e onde as pessoas têm que pegar cargas mais pesadas, tem atividades para diversos perfis aqui dentro. É muito emocionante trabalhar aqui todos os dias com os voluntários e ver o quanto as pessoas estão dispostas a ajudar quem sofreu com a catástrofe. É realmente muito comovente”, comentou.

“Estou com saúde e podendo auxiliar quem está precisando”
A professora Mariane Velho, 33 anos, quando não está lecionando em Gramado, dedica-se seu tempo a Central de Doações para ajudar na triagem dos mantimentos que lá são entregues. Ela destaca este sentimento de estar conseguindo ajudar quem mais está necessitando. “É um momento bem difícil. Inclusive para todas as pessoas que perderam tudo e terão que recomeçar. Então eu acho que é o mínimo que a gente consegue fazer. Estou com saúde e podendo auxiliar quem está precisando”.

“O mínimo que puder ajudar é interessante, pois tem muitas pessoas passando por dificuldade”
Gustavo Neri, 36 anos e a família possuem uma pousada no Centro de Canela. Com o empreendimento da família fechado de forma temporária, sem turistas em virtude da catástrofe climática, ele e a mãe Hilda Suzana Veiga Settineri estão também engajados nesta missão de separar os mantimentos na Central de Doações da Acic. Sem poder trabalhar no momento, ele citou de neste período auxiliar quem está necessitando. “Acho muito gratificante poder fazer alguma coisa. O mínimo que puder ajudar é interessante, pois tem muitas pessoas passando por dificuldade. É um momento de união, não de discutir política ou futebol. Acredito que todo mundo que tem um tempo para se voluntariar, que possa comparecer, nem que seja uma meia hora, mas já está ajudando alguém”.

“Teve muitos animais que encontramos perdidos, vários estão em lares temporários, os donos não apareceram ainda”
Além do ser humano, os animais também estão necessitando de auxílio neste momento. Como muitas pessoas tiveram que sair às pressas de suas casas, muitos cães e gatos ficaram perdidos e sem lar. Viviane Pelissari, 38 anos, é integrante da Associação Amor Sem Raça, ONG que cuida dos animais também está junto na Central Solidária. Ele pede que a comunidade dentro das possibilidades doação de casinhas e ração para alimentar os animais. Muitos que foram recolhidos, estão em lares temporários, outros, algumas pessoas conseguiram adotar, além de uma parcela também estão no Cempra.
“Teve muitos animais que encontramos perdidos, vários estão em lares temporários, os donos não apareceram ainda. Alguns encontramos acorrentados e eram extremamente agressivos na corrente, mas que agora eles estão sentindo seguros, dócil. Por tudo que aconteceu, longe das famílias agora estão recebendo carinho nesses lares temporário. Estamos conseguindo reestruturar vários animais nisso”.

Saiba como ser voluntário
(54) 99712.7420 (Graziela Hoffmann).













