Tiago Manique
REGIÃO – Referência no turismo, por que não se tornar também no esporte adaptado?Assim, Canela e Gramado podem avançar em inclusão e conscientização social com um projeto inovador que visa integrar pessoas com deficiência física ao universo esportivo. Sob a coordenação do professor de educação física da rede municipal de ensino, Alex Michel, que é o único docente deficiente físico do estado, foi criado, junto com outros parceiros, um novo programa de basquete em cadeira de rodas. O objetivo é não apenas oferecer oportunidades para pessoas com deficiência física, mas também engajar a comunidade e o poder público em apoiar o esporte adaptado.
Denominado Arcanjos da Serra, o clube busca parcerias em Canela para colocar o projeto em prática. Já em Gramado, as atividades estão acontecendo todas as segundas-feiras, na sede da AABB, das 15h às 17h.
“A proposta é transformar a percepção sobre a deficiência e o esporte adaptado, oferecendo às pessoas com deficiência a oportunidade de praticar esportes e, ao mesmo tempo, sensibilizar a sociedade e as autoridades sobre a importância desse tipo de esporte”, explicou Michel, que foi treinador de equipes de Novo Hamburgo e Caxias do Sul por 12 anos em basquete de cadeira de rodas.

Os desafios do projeto
Os desafios para as pessoas com deficiência são enormes no cotidiano, como o acesso pelas ruas. Mas um dos pontos apontados pelo próprio coordenador é a busca por pessoas com deficiência física interessadas em praticar o esporte.
“O esporte é fundamental para a pessoa com deficiência. Ele resgata quem está isolado ou em depressão. Este também é um desafio nosso: incutir nas pessoas com algum tipo de deficiência que elas podem sim ser incluídas no esporte, independente da modalidade. Cada deficiência se adapta ao esporte. A pessoa tem que sair de casa. Queremos fazer mais; quem sabe, ir às escolas e formar futuramente paratletas, e isso é possível”, descreveu.
Os desafios são enormes. Além de convencer as pessoas com deficiência física a se inserirem no esporte e da logística de transporte até os treinos, a busca por parcerias em Canela enfrenta o custo das cadeiras de rodas adaptadas para a prática do basquete. Michel pontuou que o projeto já possui três desses equipamentos, mas busca parcerias para adquirir mais cadeiras.
“O projeto é difícil, pois as cadeiras são diferentes, as esportivas. O custo de uma cadeira dessas é de aproximadamente R$ 5 mil. Estamos buscando mais cinco emprestadas que vão nos ajudar neste início de projeto. Pedimos que venham conhecer, sejam deficientes ou não, pois precisamos deste apoio. Temos a intenção primeiramente de socialização, mas futuramente, por que não representar Canela e Gramado em competições estaduais? A participação do poder público é essencial para garantir que o basquete em cadeira de rodas se desenvolva e prospere”, finalizou.
