GRAMADO – A Fecomércio-RS divulgou os resultados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência das Famílias (PEIC-RS), da CNC, referentes a novembro de 2025. O levantamento indica que 85,0% das famílias estavam endividadas, leve aumento em relação a outubro (84,6%) e redução frente ao mesmo mês de 2024 (93,0%). Os dados foram coletados em Porto Alegre nos últimos dez dias de outubro. A pesquisa considera apenas dívidas ligadas à tomada de crédito — como cartão de crédito, financiamento e empréstimos — não incluindo contas de consumo, como água, energia ou telefonia.
O levantamento indica que o percentual de famílias com contas em atraso foi de 25,5% em novembro de 2025, aumentando em relação a outubro (24,5%), segundo mês consecutivo de aumento. Por outro lado, o percentual de famílias que declararam não ter condições de regularizar nenhuma parte das dívidas em atraso recuou para 1,3%, renovando o menor patamar da série histórica. Quanto ao não pagamento das contas em dia, nota-se que o resultado decorre da maior dificuldade de famílias com renda até 10 salários-mínimos, aumentando de 29,8% em outubro de 2025 para 31,5% em novembro de 2025; as famílias com renda maior que 10 salários-mínimos tiveram recuo de 6,6% para 5,7%. Para as famílias do grupo de renda menor, o comprometimento da renda atingiu o maior valor desde novembro de 2019, 29,9%, tendo apresentado alta ao longo de todo ano de 2025.
“Por mais que os dados da PEIC não mostrem um quadro de endividamento descontrolado, o atual cenário de juros elevados com crédito mais restrito é um limitador de um quadro melhor de endividamento das famílias, sendo esperada maior pressão do crédito sobre as finanças familiares. Principalmente nos orçamentos menores, apesar do suporte importante do emprego para a renda em 2025, o crédito, em geral mais caro, vai ocupando um maior espaço nas despesas mensais, aumentando o risco de alguma conta não conseguir ser paga”, avalia Luiz Carlos Bohn, presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac e IFEP.










