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Canela deve decretar emergência na próxima semana

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CANELA–Na tarde de quinta-feira (6), a Emater, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais e a Prefeitura estiveram reunidos para avaliar a situação do município devido à estiagem. Conforme apurado pela reportagem do Jornal Integração, o município deve decretar situação de emergência na próxima semana, pois as partes envolvidas estão reunindo a documentação necessária.

A falta de chuva que atinge a região está causando transtornos para agricultores e famílias que residem na zona rural. Muitas propriedades já estão sofrendo com a escassez e para minimizar os prejuízos, a Secretaria de Obras, Agricultura e Serviços Urbanos está intensificando o trabalho de transporte de água para diversas localidades.

Segundo o titular da pasta, Marcelo Savi, estão sendo levados diariamente cerca de 40 mil litros de água, beneficiando aproximadamente 120 famílias. “O momento é crítico e em algumas localidades os riachos e arroios estão praticamente secos. Inclusive, estamos avaliando a possibilidade de decretarmos situação de emergência”, alerta Savi.

A Secretaria de Obras está mantendo contato com entidades como o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Canela, Emater e Defesa Civil, com o objetivo de buscar alternativas para auxiliar os produtores rurais.O secretário Marcelo Savi destaca que a Prefeitura está trabalhando na ampliação de redes para aumentar a vazão de água para as localidades de Morro Calçado e Bugres. “Estamos com equipes e maquinário no interior, priorizando o atendimento destas propriedades”, afirma Savi.

Coordenadora da regional que envolve Gramado, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Canela, Ana Carolina Benetti, afirmou que a seca está impactando muito a população. “Temos pessoas com baixa renda que estão sem água potável e a Prefeitura está levando até eles. Além disso, o Conselho Rural está desativado no município e estamos reestruturando, pois é peça fundamental para ações de planejamento e para que nas próximas secas que irão ocorrer possamos estar preparados”, explicou Ana Carolina.

Caminhões pipa estão levando água potável para famílias em localidades do interior (Crédito: Divulgação PMC)

CHUVA – Para o técnico Agrícola e chefe da Emater em Canela, Alexandre Meneguzzo, a chuva de quarta-feira (5) foi positiva, mas não o suficiente para sanar os problemas da estiagem. “Foi uma chuva regeneradora. Porém, tecnicamente apenas muda um pouco o cenário para acultura do milho e em partes do feijão, mas não resolve a situação dos mananciais. Canela tem uma peculiaridade agrícola um pouco diferente. De forma geral, a chuva desta semana deu uma baita ajuda para as plantas. Já para os mananciais e vertentes não é o suficiente”, disse Meneguzzo. 

“A situação é preocupante, por mais que tenha chovido bem [terça e quarta-feira], isso ainda não é suficiente para garantir a produção. Ainda não temos como saber o percentual de perdas, esperamos que chova mais para amenizar os prejuízos. O Sindicato, por meio da nossa federação Fetag-RS, luta para que o governo cumpra a nossa pauta para mitigar os efeitos da estiagem 2021-2022”, falou a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Canela, Ana Carolina Benetti.

PREJUIZOS – Segundo informações elaboradas pela Emater de Canela, até o dia 31 de dezembro, estimam-se perdas na ordem de 30% para milho grão, 25% para silagem, 30% feijão primeira safra, 25% aipim e 40% hortaliças. As demais culturas e criações ainda não possuem perdas estimadas em virtude de seu estágio de desenvolvimento. Persistindo o fenômeno seca, essas condições e outras poderão se agravar e tornar mais difícil a situação.As principais culturas atingidas pela estiagem são milho, feijão, aipim e hortaliças. Nos locais em que há água e irrigação, as perdas são menores, sendo que verificou-se apenasas perdas decorrentes do calor excessivo nas duas últimas semanas de 2021.Entretanto, devido a diversos fatores, não é muita utilizada a prática da irrigação no município,reduzindo-se a atividades envolvendo hidroponia, cultivo em substrato e alguns produtores de olerícolas.

Dentre as criações, os principais problemas são o estresse causado pelo calor excessivo e adificuldade de acesso às fontes de água. No caso dos aviários, outro pontoimportantíssimo para geração de renda a cerca de 10 famílias e de grande retorno financeiropara o município, além do alto consumo de energia elétrica para manter temperaturasadequada ao desenvolvimento das aves, há o sério risco de comprometimento da atividade pelafalta de água para o consumo dos frangos se não ocorrerem chuvas nos próximos dias.

Lucas Brito

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