O Promotor de Justiça de Canela, Paulo Vieira, comprou uma pistola Glock .90 em 2017. Tudo dentro da lei, conforme comprova documentalmente a este colunista. Recentemente esta arma foi vendida ao ex-secretário do Meio Ambiente de Canela, Jackson Müller. Agora quando a Polícia Civil fez buscas em sua casa pela Operação Caritas, encontrou a pistola e a apreendeu. Mas, ainda conforme documento enviado a este colunista, também esta transição foi dentro da lei, de modo que o registro já foi transferido para Jackson, ainda em abril. Lembrando que a apreensão ocorreu em 19 de maio.
Um meio de comunicação da grande Porto Alegre deu com bastante destaque que a arma teria sido negociada irregularmente, criando constrangimento ao Promotor. Logo, ainda que não cumpre a este jornalista defender a autoridade, é justo que a comunidade canelense saiba da verdade, pois até isso ocorrer formalmente sempre demora um pouco mais.
Fica Vieira
Na edição passada escrevi que, diante de algumas polêmicas, certamente o Promotor acabaria transferido de Canela. Vieira também comentou sobre isso e avisa que não está pensando nisso, pelo menos por enquanto. Justificou que não tem amigos e nem inimigos em Canela, que não gosta e nem desgosta do Paulo Tomasini, do Constantino e do Cléo Port e que sempre atuou com lisura e dentro da legalidade nos processos que os envolvem ou envolveram.
“Não gosto e nem desgosto do Tomasini, assim como não gosto e nem desgosto do Constantino e do Cléo Port: O que eles têm em comum, estes três: AJUIZEI VÁRIAS AÇÕES DE IMPROBIDADE CONTRA ELES. Dito isso, apenas para consignar, Promotores de Justiça tem INAMOVIBILIDADE, só saem das Comarcas quando querem ou quando praticam atos gravíssimos e são afastados pelo Conselho Superior do MP. Assim, como jamais pratiquei uma ilegalidade na minha vida, para o desespero dos desonestos (e há alguns em Canela e o Senhor sabe muito bem – e com poder econômico), só sairei de Canela quando entender pertinente. No mais, como gosto do seu modo honesto e franco de fazer jornalismo, em um papo reto, não vejo motivo algum para sair de Canela. Especialmente, enquanto os Loteamentos de Luxo não pagarem aos cofres públicos os milhares de reais que devem à comunidade por usarem espaços públicos como seus. Especialmente, para que não se autorizem loteamentos em áreas de preservação permanente, que importe no corte de milhares de araucárias. Eu sei que já incomodei graúdos”. Achei justo oferecer este espaço ao Promotor e está feito o registro.
O Voto de Minerva
Mudamos a data da semana, de segundas para terças-feiras, das 9h30 em diante. Assim aproveita-se o calorzinho da sessão da noite anterior para esticar os debates com os vereadores. Na próxima terça, virão as vereadoras Emília Fulcher (presidente) e Andresa da Conceição (Mana).
No programa passado conversei com o vereador JonneWulf (Do Jornal). Jonne pouco se manifesta, mas tem uma boa oratória, se expressa bem nas poucas vezes que faz isso. Chamou atenção no programa sua visão sobre os efeitos da Caritas no Governo. Jonne acredita que hoje a aprovação do Governo está abaixo dos 50%. Quem ainda não assistiu pode ir lá na página do Focebook do JI e fazer isso, vale a pena.
Assistencialismo
Na sessão dos vereadores de segunda-feira, mais uma vez, o vereador Jefferson Oliveira (Jeff do Transporte) chamou atenção. Após ouvir uma série de reclamações apresentadas pelos demais vereadores sobre atendimento social, hospital, farmácia popular, habitação, creches etc., Jeff se indignou e ao iniciar sua fala disse que foi lá fora ver na frente do prédio se de fato estava na Câmara de Vereadores, pois lhe parecia a Assistência Social. Num discurso racional esclareceu que não é possível atender tudo e que em certos momentos é preciso que a população se adapte ao que é oferecido.
Hospital
A vereadora Mana trouxe àtribuna uma relação sobre o atendimento no HCC. A impressão que passa é que o médico de plantão espera a recepção lotar para só então atender um após o outro. A vereadora foi lá com uma criança da família em plena madrugada e quando foi se informar sobre o atendimento um outro paciente lhe disse que já esperava há horas. Aí ela tentou entrar para ver a situação, mas foi barrada de forma grosseira pelo segurança. Só após se identificar como vereadora é que teve acesso. Mais trabalho para o secretário Gralha…
Rota Panorâmica
Tudo andava muito bem, parecia um sonho até. A cada poucos dias mais o asfalto se estendia. Até que um certo dia a realidade bateu. A obra parou e não tem mais jeito. Deve ser o sapo aquele que o Promotor Paulo citou outro dia, enterrado. Agora, só me faltava vir alguém me falar agora em licença ambiental. Até ali meus bois não puxam! A estrada está fechada e a obra parada, parece, ao que disseram os vereadores segunda-feira, esperando a tal licença para rachar as lajes. Ora, mas a licença não tem que sair toda, antes com dinamite do início de uma determinada obra?
Habitação
O vereador JonneWulf levantou mais uma vez sua principal bandeira na sessão de segunda-feira, que é a habitação popular. Segundo ele há muita gente, inclusive crianças, sem um quarto quente para dormir sequer. Paulo Tomasini culpou a Prefeitura por isso. Segundo disse é o executivo que precisa flexibilizar e resolver as questões ligadas a moradias mais baratas à população.
Índios podem ser devolvidos
A vereadora Mana disse que os índios espalhados pela cidade podem ser levados de volta às suas cidades, se assim desejarem, com recursos do município. A Prefeitura também passou a notificar aqueles que vendem produtos industrializados, disputando o mercado com o comércio legal. Já em sessão anterior, Jerônimo Terra Rolim apresentou documento que recebeu da Funai esclarecendo que os indígenas não são diferenciados a qualquer brasileiro no trato e portanto devem se adequar às normas gerais brasileiras. Alberi Dias colocou em discussão as lojas “dos haitianos” que vendem tênis de marca por R$ 50, quando todos sabem que um Adidas custa muito mais. O vereador disse tratar-se de produtos de origem duvidosa, assim como o caso dos índios.
Creches e farmácia fecham cedo
O vereador Alberi Dias sugeriu que a Secretaria da Educação mantenha um servidor nas escolinhas por um período, de meia hora, após as 18h para que os pais consigam chagar para pegar seus filhos. Disse que os servidores xingam os pais se chegarem cinco minutos mais tarde “só falta surrar os pais”, disse. Foi ele também que apresentou queixa de munícipe que esperou muito tempo para consultar no posto e depois não teve tempo suficiente para retirar os remédios na farmácia, que fecha às 17 horas. Pelo menos em véspera de feriados e fim de semana este horário precisa ser estendido para dar este tempo após a consulta da população.
Puxão de orelha
Os vereadores Vellinho Pinto e Paulo Tomasini são os mais críticos em relação a mobilidade urbana e habitação. Mas, fica a lembrança de que desde os anos 80 ambos participam ativamente da vida política da cidade. Vellinho foi três vezes prefeito, Paulo umas cinco vezes vereador, secretário e mais uma gestão de vice-prefeito. Logo, não podem se eximir e atribuir culpa a outros, apenas.
Texto: Cláudio Scherer