Na manhã de segunda-feira conversei com os vereadores Alfredo Schaffer (PSDB), presidente da Câmara e Roberto Grulk (MDB), presidente da Comissão Processante do caso Alberi Dias (MDB). Sobre a Comissão Processante, que tem prazo de 90 dias para apresentar o relatório final, Roberto afirma que será dado o direito total de defesa para Alberi Dias. “Já notificamos ele. Agora ele tem 10 dias para nos responder por escrito. Depois vai ser feita a analise dentro da comissão. E depois tem mais 10 dias para fazer o relatório de prosseguimento ou não. Se for decidido por arquivamento, vai para o plenário votar. Se a Comissão decidir por dar seguimento nos trabalhos, somente após o relatório final, que aí vai para o plenário”, explicou Grulk.
“O bom é esclarecer que tanto uma CPI, quanto um processo como esse trata estritamente da questão política. Uma coisa é na esfera da Justiça, outra é na Câmara de Vereadores. A denúncia é por quebra de decoro, o que está previsto no nosso Regimento Interno. Agora está nas mãos da Comissão e, particularmente, acredito muito no presidente [Roberto], que vai conduzir com isenção”, afirmou o presidente da Câmara de Vereadores, Alfredo Schaffer.
A situação do Hospital de Caridade de Canela, a decoração de Páscoa no município, Caritas, loteamentos, Corsan, entre outros assuntos referentes ao município de Canela também estiveram em pauta no bate-papo. A entrevista pode ser conferida no Facebook do Jornal Integração (Vídeos) e no Leia Fácil (leiafacil.com.br/podcasts).
Na próxima segunda-feira conversaremos com mais dois vereadores.
De olho no HCC
Durante entrevista à rádio do Jornal Integração na manhã de segunda-feira, o secretário da Saúde, Leandro Gralha, falou dos primeiros 30 dias em que está à frente da pasta mais complexa de um município. No domingo acompanhou durante 4 horas o atendimento no HCC, das 20h às 24h… Segundo relatou, já têm interessados em assumir a gestão do HCC, mas ainda não tem definição.
O projeto 09/2022, aprovado na Câmara de Vereadores na sessão de segunda-feira, autoriza o Município a fazer convênio com a Associação Proprietária do hospital no sentido de melhoramentos e manutenção do prédio e dos equipamentos. Segundo explicou os convênios que existem hoje são para o atendimento à saúde, propriamente dito, apenas.
Alberi se declara inocente
Em entrevista à rádio Integração Digital, a Rádio do Jornal Integração, na manhã de segunda-feira e na primeira sessão ordinária em que participou após sua prisão e afastamento das funções públicas desde 8 de novembro de 2021, o vereador Aberi Dias se declarou inocente. Alberi descreveu como foram os 38 dias em que esteve preso. No período, conviveu na cela com mais 16 presos durante a noite e de dia ficava sozinho, já que os demais são do regime semiaberto, que trabalham de dia. A cela, conforme descreveu, não chega a 15m². Para passar o tempo e se ocupar com coisas boas, leu a bíblia. Segundo relatou, um dos que mais sofreu com sua prisão foi seu pai, que o visitava regularmente. Sobre o momento em que vive, também destacou ser útil para perceber os amigos de verdade. Mas, declarou também que não guarda mágoa alguma, sequer dos investigadores ou outra autoridade qualquer.
“Eu me sinto injustiçado”
Na sua volta às sessões, segunda-feira à noite, Alberi Dias repetiu o que disse na Rádio Integração Digital naquela manhã: Que é inocente! Pois não participa de licitações, nem na Prefeitura e nem no Hospital. Que não entrou na política para ganhar dinheiro e que há 32 anos só trabalhou no escritório de contabilidade e colocou suas contas à disposição. Ratificou que não cometeu nenhum deslize e desafiou que provem sua participação em ilícitos. “Eu me sinto injustiçado, tem que ter a ampla defesa, e isso eu não tive, simplesmente me encarceraram e pronto”. Também se queixou por ser somente o seu nome que está sendo discutido, quando os investigados são 40. Também disse que é “cagão” (medroso) com a justiça e por isso jamais se atreveria a fazer algum erro, assim como pela sua criação interiorana, com a cultura do seu avô. Sobre a possível instalação de CPI disse que deveria ser algo em união entre todos os vereadores e elogiou a postura dos colegas da Câmara sobre a condução do seu caso.
Os demais vereadores que se manifestaram na sessão que está em andamento, se referiam ao caso superficialmente, todos dizendo que respeitam o direito à ampla defesa e defendem o tramite dentro da lei.
Atestado de sanidade
O vereador Jefferson de Oliveira, o Jef do Transporte, veio com mais uma pérola na sessão passada, durante a discussão do projeto de lei nº 9, que autoriza o Executivo a conveniar com o Hospital de Caridade de Canela, com a associação proprietária, expressou: “Acho que vou pedir um atestado de sanidade mental, Executivo diz que só assim para passar verba ao hospital, francamente”.
Aprovado por 7 a 3
Falou mais alto a força do Governo. E a confiança neste para que encaminhe uma solução ao hospital. Se é isso que o governo precisa para dar andamento e seguir na busca de um novo gestor para o hospital, que seja. Foi este o entendimento dos vereadores que votaram a favor mesmo com as devidas ressalvas como foi o caso de Caputo (PSDB) e do próprio Líder de Governo, Roberto Grulk.
Desafio
Jefferson de Oliveira provocou Alberi Dias na sessão passada para que assine a criação da CPI sobre a operação Caritas, já que falta apenas um voto para isso. Assim, tudo seria esclarecido e os demais nomes seriam também trazidos a público. E prometeu que se Alberi assinar a criação da CPI, ele vota contra sua cassação no processo por quebra de decoro que está em andamento. Alberi respondeu que deve ser feito o que interessa à Câmara, decidido em reunião. “Nós precisamos pensar como Câmara de Vereadores o que é bom para a Câmara de Vereadores e se reunir para cada um dar sua ideia. O presidente pode fazer uma reunião e cada um dar uma ideia, por que só abrir processo contra mim fica esquisito. E eu sou inocente, isso pode ter certeza de 100%. Eu não quero ser tirado para Cristo, Cristo já derramou seu sangue por nós”, disse. Alberi também agradeceu a delicadeza dos vereadores ao se referirem a ele sempre lembrando que é apenas investigado, o que poderia acontecer com qualquer um, a qualquer tempo, precisando apenas haver uma denúncia.
Texto: Cláudio Scherer | [email protected]
