Quem não chora não mama, diz o ditado. E nestes poucos dias sem trabalhar aprendemos mais uma coisa importante na prática: Quem não trabalha não come. Não há como conciliar paz com paralização. Sem trabalhar não há paz.
O trabalho dignifica
Desde criancinhas aprendemos que é o trabalho que dignifica o homem (ser humano). Sem trabalho não há dignidade, não há honra, não há nada.
Sensibilidade
As pessoas precisam ter sensibilidade. Era preciso fazer o isolamento, sim, mas agora que já entendemos melhor a doença é preciso liberar os trabalhadores. Neste ponto tenho certeza que os técnicos falharam. Eles precisariam ter nos orientado melhor e tomado decisões assertivas no sentido de superarmos este momento de maneira mais tranquila. Imagina, trancaram até as obras de construção civil. E é possível se organizar que dá para conciliar cuidados com produtividade.
Trabalhar cura
Pessoas em plena saúde, em plena condição de produzir foram mandadas ficar em casa. Em dois dias o desespero já se instalou. Sem economia não há saúde. Há 38 milhões de autônomos no Brasil (dito pelo presidente Bolsonaro), a maioria destes ficou sem grana no primeiro dia que não trabalhou. Os operários de carteira assinada sentirão o reflexo direto já no próximo pagamento, pois virou um não me paga e não te pago incrível, e os servidores públicos sentirão no segundo, terceiro mês, pois se tudo ficar à cargo do governo, nem este terá mais recursos. As famílias carentes tiveram a sua situação agravada.
Estudar é comer
Crianças que muitas vezes tem na merenda escolar a principal refeição do dia, não puderam (podem) ir à escola. Em Canela a Secretaria de Educação doou os alimentos que seriam servidos à assistência social, assim talvez cheguem às mesmas boquinhas, uma semana depois da fome. Para muitas crianças estudar é comer e sem comer não há saúde.
Nunca votei no Lula
Eu nunca votei no Lula, nem na sua sucessora, Dilma. Ainda assim, nos meus escritos, sempre tive a grandeza de observar suas atitudes sem ficar o tempo todo enchendo o saco. Até porque ele não nasceu ladrão… Lembro de 2009, com a chegada do vírus H1N1, a gripe suína. Lula, na função de protetor da economia, dos empregos, esbanjava otimismo, minimizando os efeitos da doença. Exatamente o papel que atualmente cabe a Bolsonaro, que também não nasceu ladrão, e não é até hoje, pois se devesse um alfinete… Mas agora, qualquer ‘arigó’ que não votou nele se acha no direito de soltar o verbo, com palavrões. Muito que tem teta, felizes achando que nunca vai secar, e outros porque ainda não sentiram o efeito de não trabalhar, mas o dia 5 está logo ali…
Bolsonaro é o cara
Embora nunca tenha sido empresário parece que compreende corretamente a nossa angústia. Como empregador de 25 pessoas, minha maior preocupação é exatamente com elas. Chegar no dia do pagamento com o recurso disponível. É o sonho número um de todos os empresários, tenho certeza. Mas, desde semana passada ninguém paga ninguém. A primeira medida tomada foi essa, não pagar, guardar o dinheiro. Então como fica o fluxo de caixa para pagarmos a folha dia 5?
Apelo
Por isso quero fazer um apelo aos nossos prefeitos, Constantino e Fedoca: flexibilizem os decretos. Deixem as pessoas trabalharem. Cada dia que passa a situação se agrava. Há muitas atividades que podem seguir normalmente. Fedoca já gravou vídeo dizendo que estuda isso, mas é preciso ser rápido. Os empresários estão angustiados, vendo o pior se apresentar no horizonte próximo. Se dia 5 não tivermos o pagamento dos nossos funcionários o caos estará instalado.
Trabalhando dá
Tenho dois lemas que me dão o norte nas minha empresas. O primeiro é ‘trabalhando dá”, uso desde o extinto messenger. O outro é ‘isso vai passar’. O primeiro sempre funcionou. Enfrentamos de tudo nas nossas empresas, não é caros empresários? mas sempre pudemos resolver trabalhando. Mas, neste momento, estamos proibidos de fazer isso. Trabalhar não dá! O segundo estou aguardando, acredito, mas estou angustiado, que passe logo tudo isso e que possamos voltar a trabalhar.
Eleições 2020
O vírus já contamina a eleição, que pode nem mais ocorrer este ano. Já há quem defenda o adiamento, mas por ora, está mantida. Os deputados que tem esse abacaxi nas mãos. Uma das alternativas que está sendo colocada em discussão seria prolongar os atuais mandatos dos prefeitos e vereadores por dois anos e assim unificar as eleições, juntar com a de presidente, governadores, deputados e senadores.
Atendimento à saúde
Junto com os decretos dos prefeitos caíram todos os atendimentos, grupos específicos como hipertensos etc. Consultas e exames, cirurgias marcadas, tudo caiu por terra. A pessoa estava há quem sabe lá três meses aguardando uma consulta e de repente tem de voltar para o final da fila. Ontem me ligou um cidadão de 73 anos. Tem arritmia, pressão, diabetes, toma 8 remédios por dia. Ele precisa fazer exames todos os meses e apresentar ao médico (no caso dele a doutora Tatiana, do postão), mas agora recebeu uma ligação dizendo que não é para ir pois está tudo dedicado aos casos de Coronavírus. Mandei mensagem aos secretários ontem sobre isso mas ainda não obtive resposta. Então, fica a sugestão, retomem isso. Imagina o cara que está com uma doença grave aguardando, sem data, para uma consulta. Fisioterapia interrompida, imagine.