Coluna publicada no dia 28/10.

Tem viagem que é mais que deslocamento. É ponte. E foi exatamente isso que fez o presidente da Câmara de Vereadores de Gramado, Ike Koetz, acompanhado dos vereadores Maria de Fátima e Pedro Lazaretti, ao chegar em Uruguaiana. Uma ponte de ideias, de gestos e de vontade de aprender — ou melhor, de integrar.
Eles foram recebidos pelo prefeito Carlos Delgado e pelos vereadores de lá, e o que me chamou atenção não foi só a agenda, mas uma palavra. Uma simples palavra que, às vezes, diz mais do que todo o discurso: integração. Foi ela que o prefeito usou quando publicou o registro do encontro.
Uruguaiana é a maior porta de entrada do Rio Grande do Sul para argentinos e chilenos. Gramado, o maior receptivo turístico do Estado. Duas pontas do mesmo mapa, dois extremos que se encontram num mesmo propósito: receber bem, conectar pessoas, fortalecer laços. Ike comentou comigo que mais de um milhão e meio de pessoas cruzam a fronteira todos os anos, e cerca de 7% seguem rumo a Gramado e, consequentemente, Canela.
O gesto e o sentido
Na fala do presidente da Câmara, deu pra sentir que não era só uma visita protocolar. Ele falou sobre a importância de unir forças, aprender com o trabalho da Escola do Legislativo de Uruguaiana — que, aliás, já representou o Brasil na ONU, lá na Suíça — e fortalecer esse intercâmbio com a Escola do Legislativo de Gramado. “A nossa também tem sido uma baita de uma escola”, disse ele.
E é aí que a palavra volta a ecoar: integração. Porque se tem algo que o poder público precisa mais do que nunca é se conectar. Conectar boas práticas, boas ideias, boas pessoas. Gramado e Uruguaiana, cada uma do seu jeito, estão fazendo isso — mostrando que o Rio Grande do Sul cresce quando deixa de olhar só pro próprio umbigo e começa a enxergar o Estado como um todo, de ponta a ponta.
Quando o nome fala por si
E aí vem a parte curiosa. Quando li a postagem do prefeito de Uruguaiana, usando exatamente essa palavra — integração —, não deu pra não pensar no nosso Jornal. No Jornal Integração.
Dizem que nome é destino, e eu começo a acreditar que é mesmo. Porque lá em 2003, quando o Cláudio — diretor e fundador do Jornal — escolheu esse nome, eu tenho quase certeza que Deus desceu do lado dele e sussurrou no ouvido: “vai ser esse”. E foi. Não tem nome melhor pra falar de Gramado e Canela, e agora, olha só, ele ecoa até lá na fronteira oeste.
O nome “Integração” carrega um sentido que ultrapassa o papel e a tinta. Ele fala de conexão entre cidades, mas também entre pessoas, entre ideias, entre o ontem e o amanhã. É um nome que une quem lê e quem escreve. Que junta o que às vezes parece distante — como Gramado e Uruguaiana, ou como o poder público e a comunidade — num mesmo propósito de construir junto.
Trilhos que se encontram
E foi pensando nisso que me veio à cabeça outra notícia da semana, dessa vez em Canela. A ACIC, Associação Comercial e Industrial da cidade, lançou a campanha “Nos Trilhos da Magia – Natal 2025”. Um convite pra que o comércio local abrace o espírito natalino e transforme a cidade numa vitrine viva de oportunidades.
Não é só sobre decorar fachadas e pinheirinhos — embora isso também conte, e muito. É sobre vestir a cidade com o sentimento de pertencimento. É sobre integração, de novo. Porque quando um restaurante se enfeita, quando uma loja acende suas luzes, quando um parque se decora e quando o visitante se sente acolhido, o que está acontecendo ali é uma soma de esforços.
A campanha da ACIC é bonita justamente por isso: une criatividade, cooperação e oportunidade. E ainda premia quem fizer bonito, com R$ 10 mil, R$ 5 mil e R$ 3 mil pras melhores decorações. Além disso, oferece workshops gratuitos pra quem participar — sobre vendas, posicionamento de marca e fortalecimento do comércio. É um movimento que une capacitação e encanto, lucro e afeto, estratégia e emoção.
Nos trilhos da magia — e da união
O presidente da ACIC, Maurício Boniatti, resumiu bem: “O Natal é um momento em que Canela se transforma e o espírito de união toma conta da cidade.” E é isso. União. Integração. São palavras diferentes pra um mesmo sentimento.
O que a ACIC propõe não é só deixar Canela mais bonita, mas mais coesa. É dar às pessoas o orgulho de olhar pra sua cidade e ver nela a força do coletivo. A campanha ainda traz a Compra Premiada, que distribui prêmios tanto pra moradores quanto pra turistas — outra forma de aproximar quem mora e quem visita.













