Tiago Manique
GRAMADO – A Câmara de Vereadores abriu espaço na manhã de hoje, terça-feira (16), para um importante debate voltado à juventude: os riscos do consumo de álcool, cigarro, vaporizadores e outras drogas. A atividade realizada no Teatro Elisabeth Rosenfeld foi promovida pelo gabinete do vereador Roberto Cavallin (Republicanos), pela Escola do Legislativo Ivo Bezzi e pelo vereador jovem Pyetro Mendonça, reunindo adolescentes para falar deste tema urgente que afeta muitas famílias.
Abrindo a programação, os policiais da Brigada Militar (BM) soldados Talita Raaber e Elizandro Cerri, alertaram sobre os perigos do início precoce do consumo de álcool, considerado uma das principais portas de entrada para a dependência química. Segundo os especialistas, o cérebro humano só está completamente desenvolvido após os 21 anos, o que torna adolescentes e jovens adultos mais vulneráveis ao vício.
Soldado Raaber também chamou a atenção para os riscos de situações indiretas, como aceitar carona de pessoas alcoolizadas ou sob efeito de drogas. “Não basta apenas escolher não beber. É preciso cuidado redobrado com quem está ao nosso lado”, reforçou.
Outro ponto de destaque foi a discussão sobre o cigarro eletrônico (vape), cujo uso cresce entre os jovens. Apesar da aparência inofensiva e dos sabores atrativos, estudos apontam que o dispositivo contém nicotina e outras substâncias tóxicas que podem causar sérios danos à saúde, como lesões pulmonares e maior risco de doenças neurológicas. “O vape surgiu para ajudar fumantes a abandonarem o cigarro, mas acabou se tornando uma armadilha para adolescentes curiosos”, destacou o soldado Cerri.
A Polícia Penal, por Rômulo Pressi, administrador do Presídio Estadual de Canela; e a Polícia Civil (PC), pela delegada Fernanda Aranha e a policial Silvia Berro, responsável pelo projeto Papo Responsa, também participaram do encontro.
Depoimento emocionante

Além das explicações técnicas, o evento trouxe um relato emocionante de Antônio Barbedo Júnior, o Duda, ex-dependente químico, que compartilhou sua trajetória marcada por mais de duas décadas de uso de drogas. Ele contou como iniciou o consumo ainda na adolescência, com apenas 13 anos, acreditando ser algo inofensivo, mas acabou enfrentando internações e perdas pessoais. “Eu perdi 22 anos da minha vida por causa de um baseado e de um copo de uísque. Não vale a pena. Experimentar não é solução, é perda de tempo”, afirmou, arrancando a atenção dos estudantes.
O encontro foi elogiado pelos vereadores mirins e pelos alunos do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Santos Dumont e das turmas finais do Ensino Fundamental da Escola Municipal Dr. Carlos Nelz (CAIC), que tiveram espaço para fazer perguntas e interagir com os palestrantes.