Tiago Manique
REGIÃO – A Região das Hortênsias passa a integrar oficialmente a mobilização nacional do Plebiscito Popular, iniciativa liderada por centrais sindicais e movimentos sociais como a Frente Brasil Popular e o Povo Sem Medo. O lançamento regional será realizado na próxima segunda-feira (28), às 19h, na sede do Sindicato dos Trabalhadores da Hotelaria e Gastronomia de Gramado (Sintrahg), no bairro Carniel.
Na manhã de hoje, sexta-feira (25), durante entrevista ao Jornal Integração, o presidente do Sintrahg, Rodrigo Calais, explicou os objetivos do plebiscito e reforçou a importância da participação dos trabalhadores e da população em geral. A votação, que ocorre até o dia 7 de setembro, é presencial — com urnas fixas e itinerantes — e também contará com opção online em sua fase final.
Propostas em votação
Fim da jornada 6 por 1 e redução da carga horária semanal: A proposta prevê a substituição da jornada de seis dias de trabalho por um de folga (6×1) pela escala 5×2, com dois dias consecutivos de descanso, além da redução da carga semanal de 44 para 40 horas, sem corte de salários. A medida busca melhorar a saúde mental, qualidade de vida e o desempenho profissional dos trabalhadores, principalmente em setores como hotelaria, gastronomia e comércio — altamente presentes na realidade local.
Justiça tributária: isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e taxação dos super-ricos: A segunda proposta trata da reformulação do sistema tributário brasileiro. A ideia é garantir isenção para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil mensais e aplicar alíquotas sobre rendas superiores a R$ 50 mil. Segundo Calais, essa mudança garantiria maior justiça fiscal, ampliando a arrecadação de forma progressiva e aliviando a carga sobre os trabalhadores de menor renda.
Pressão política e mobilização popular
Embora o plebiscito não tenha caráter vinculativo, ele é visto como uma ferramenta de pressão política para sensibilizar o Congresso Nacional. “Já temos projetos de lei tramitando, como o da deputada federal Daiana Santos (RS), que propõe o 5×2 e a redução da jornada. Mas sem mobilização, esses projetos seguem parados”, explicou Callais. Segundo ele, enquanto 85% da população se mostra favorável às pautas, 75% dos parlamentares são contrários — evidenciando a desconexão entre representantes e representados.
Urnas na rua e participação ativa
Além da urna fixa no Sintrahg, as urnas itinerantes já estão circulando em eventos e locais públicos como a Festa Colonial de Canela, a Feirinha Ecológica e o Parque do Lago. Em Gramado, espaços públicos receberão as urnas itinerantes do Plebiscito Popular. A meta nacional é alcançar 15 milhões de votos.
“Não se trata apenas de votar, mas de se apropriar do tema, entender o impacto dessas mudanças na vida de cada trabalhador e trabalhadora. É uma pauta civilizatória”, afirmou Callais.
“O plebiscito popular representa uma tentativa de reconectar o debate político com as demandas reais da classe trabalhadora brasileira. Em tempos de sobrecarga laboral e crescente desigualdade, a consulta pública emerge como instrumento legítimo de voz popular — mesmo sem força de lei”, finalizou.
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A entrevista completa pode ser conferida na aba vídeo no Facebook do Jornal Integração ou clicando neste link https://www.facebook.com/jornalintegracaohortensias/videos/24217856534540874
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