Coluna publicada no dia 27/06.
Ver a própria casa pegando fogo é uma das cenas mais duras que alguém pode viver. Não é só madeira, tijolo e telha que se perde. Vai junto o que é mais difícil de repor: documentos, roupas, fotos antigas, móveis suados e toda uma vida de memórias. No bairro Canelinha, em Canela, algumas famílias enfrentaram exatamente isso.
O incêndio foi rápido, destruidor e deixou um rastro de perda e medo. Quando o fogo apaga, começa outro drama – o de recomeçar do zero. E aí entra uma etapa ainda mais difícil: pedir ajuda. Porque nem todo mundo tem pra onde correr quando tudo vira cinza. No episódio, dia 11 de junho, felizmente ninguém se feriu, apesar de uma residência destruída por completa e casas lindeiras atingidas parcialmente.
A presença da Prefeitura
A Prefeitura de Canela não ignorou a situação. O prefeito Gilberto Cezar foi até o local, olhou nos olhos das famílias e se colocou à disposição. Isso é importante. Nem sempre as autoridades aparecem nos momentos de maior vulnerabilidade, e, dessa vez, a presença do poder público foi um sinal positivo. Na minha percepção é o mínimo, mas há de se elogiar.
A Secretaria de Assistência, Desenvolvimento Social, Cidadania e Habitação – que tem um nome gigante, mas uma função essencial – acionou equipe de assistentes sociais e deu suporte emergencial. Foram entregues cestas básicas, colchões, roupas e o que mais fosse possível naquele primeiro momento. Foi uma resposta rápida, dentro do que o município consegue oferecer.
O trabalho prático
Além do apoio social, houve ação prática. A Secretaria de Obras foi até o local e fez a remoção dos entulhos. Nada glamouroso, mas absolutamente necessário. Uma casa destruída por incêndio não vira terreno pronto pra reconstrução sozinha. Precisa de limpeza, organização, logística. A Secretaria de Meio Ambiente também atuou, indicando o destino certo para os resíduos.
Esse tipo de apoio operacional faz diferença. A limpeza dá início à nova etapa. É o primeiro passo pra que a reconstrução aconteça – não só da casa, mas da rotina, da sensação de estabilidade, do mínimo necessário pra seguir em frente.
A reconstrução em andamento
Agora, com os primeiros atendimentos feitos, a Prefeitura deve entregar os kits casa, que incluem itens básicos pra montar um lar do zero. O processo está aberto para isso. A família que perdeu tudo vai receber um kit completo. Quem teve perda parcial, nas casas lindeiras atingidas, recebe madeira pra recuperar o que foi atingido. É uma ajuda que não resolve tudo, mas ameniza.
Também é uma resposta que precisa se manter no tempo. Não adianta entregar um colchão e desaparecer. Essas famílias vão continuar precisando de suporte nas próximas semanas e meses, até conseguirem se reerguer de fato. A crise não acaba no dia seguinte ao incêndio.
Mais atenção no inverno
Com a chegada do inverno, situações como essa infelizmente se tornam mais comuns. As temperaturas baixas fazem com que muitas famílias recorram a aquecedores, fogões ou outras formas de se proteger do frio – o que aumenta o risco de acidentes domésticos. Por isso, é um período que exige ainda mais atenção de todos.
Essas ocorrências acabam atingindo justamente quem já enfrenta mais dificuldades, e é nesse momento que o cuidado coletivo e o trabalho conjunto fazem a diferença. Estar atento, orientar, oferecer ajuda quando possível e garantir que as famílias tenham apoio nas ações de prevenção é fundamental.
É importante lembrar que os meses de frio exigem mais da população e também das instituições. Ficar de olho, estender a mão e reforçar o cuidado pode evitar novas perdas e ajudar quem mais precisa.