CANELA – Papai Noel, o emblemático símbolo do Natal, sentado na poltrona em sua residência na praça João Corrêa com pacotes de presentes no entorno, compartilhou memórias de sua infância e dos festejos natalinos em família.
O bom velhinho remeteu a uma jornada encantadora de sua infância. Contou que diferente dos dias atuais, o Natal não tinha todo este encanto midiático e de consumo. De uma família de quatro irmãos contou que apesar da simplicidade da família, alimento nunca faltou, fato que ocorre hoje é frequentemente relatado nas cartinhas que chegam a ele.
“Eu era um menino comum, cheio de curiosidade e alegria. Mas o Natal para nós era muito bom, reunia a família, claro que não tinha muitos presentes, era um que outro que as vezes ganhávamos de uma tia, mas sempre tinha uma boa expectativa”, contou.
Papai Noel, que atualmente está com 64, descreveu também da nostalgia que era enfeitar o pinheirinho. “Ficávamos aguardando para colocar os enfeites, mas lembro que era árvore de verdade, não destas que são compradas em lojas, tinha esta preparação também de pegar a árvore. Gostávamos muito, era diferente, uma vez por ano”, recorda-se.
Da magia da infância à realidade. O ingresso como Papai Noel surgiu de uma dificuldade que estava enfrentando. Com 26 anos estava desempregado na época, residia em Porto Alegre e estava com a esposa grávida e já tinha um filho pequeno.
Em um jornal da capital viu um anúncio que a CDL precisava de um Papai Noel. Foi contratado. Uma nova magia do Natal iniciava em sua vida, uma necessidade que batia a sua porta diante das dificuldades, mas que ali iniciava sua história de encantar as crianças.
“A barba era de pelego, saía pelas ruas e as pessoas iam junto. Fui o primeiro a andar pelas ruas de Porto Alegre”, comentou. Desde então, foram apenas dois anos sem ser Papai Noel, por motivo de saúde. Há 11 anos morando em Canela, atuou em ações de empresas, mas neste ano é a primeira vez em um evento de grande porte como o Sonho de Natal.
CARTINHAS – Na sua poltrona na Casa do Papai Noel recebeu centenas de cartinhas. Como a da pequena Valentina Silveira, 4 anos. A moradora do bairro Palace Hotel estava acompanhada do pai Marcelo Silveira, 37 anos, e já é considerada da “casa”, pois diariamente passa na praça João Corrêa e visita o Noel.
Quando o bom velhinho indagou a pequena sobre o que queria de Natal, Valentina foi taxativa. “Eu já te disse, quero uma Casa da Gabi”, disse ela arrancando risos de quem estava próximo. Marcelo, o pai de Valentina, fez uma reflexão do quanto o significado do Natal é para sua filha e família.
“Para nós é uma alegria imensa, ela gosta muito. De manhã e de tarde a Valentina visita o Papai Noel, qualquer horário ela passa aqui na casa. E o Natal celebramos em casa com a família, já é uma tradição”, contou.
Este encanto das crianças, para o Papai Noel, é o que move a magia do Natal. Sobre as cartas que recebe, são pedidos variados, mas em sua maioria são alimentos e material escolar. “Recebemos muitas cartas, cada uma delas especial à sua maneira. As crianças pediram bastante alimento e material escolar. Claro que tem brinquedos também, mas é muito bom receber elas aqui, ouvir e brincar é algo que não tem preço. É preciso manter esta magia”, descreveu.
Texto: Tiago Manique – [email protected].
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