CANELA – Sob aplausos e felicitações dos que acompanhavam a sessão ordinária da Câmara de Vereadores, a oposição ao governo saiu fortalecida após o arquivamento do PL/45, que buscava autorização para que o Centro de Feiras fosse permutado para a construção de um Centro Cultural de Convenções e Congresso, no Parque do Palácio, na noite de segunda-feira (14).
Mas um voto pegou até os opositores de surpresa. A vereadora Carla Reis (MDB) deixou o público atônito quando subiu a Tribuna para uma das explanações e revelou voto favorável ao arquivamento do projeto. Ela também revelou que não é contra o Centro de Convenções, mas entende que o Parque não é o lugar correto.

“Referente ao PL/45, que hoje está em discussão o voto da CCJ-R, entendi que ele possui os elementos legais e necessários para tramitar na casa. A matéria deve ser enfrentada pelo órgão máximo do Poder Legislativo, que é o Plenário. Meu voto foi contrário na Comissão, mas hoje é diferente, para não dizerem que me contradigo, lá eu votei tecnicamente, mas aqui voto com meus eleitores e com a minha convicção”, revelou.
A edil faz parte da Comissão de Constituição, Justiça e Redação Final que apresentou parecer positivo ao arquivamento da matéria. A CCJ-R também é composta por Jerônimo Terra Rolim (PDT) e Carmem Seibt (PSDB), que se manifestaram contra a tramitação do projeto na comissão. Carla deu parecer positivo a tramitação no grupo formado pelos três vereadores, mas votou pelo arquivamento do projeto em plenário.
Após a votação, Carmem Seibt (PSDB) demonstrou sua alegria e disse que não é contrária a construção de um Centro de Convenções, mas que ele deveria ser instalado em outro local.
“Não posso deixar de manifestar minha alegria pela decisão em favor do arquivamento do PL. É uma história aquele Parque na minha vida, família e cidade. Quem dera eu possa ir um dia com meus bisnetos passear no Parque e fazer um piquenique, como eu fazia quando criança. Não era o momento, não era dessa forma. Não somos contra o Centro de Eventos, temos que ter um conforme a nossa cidade merece, mas que não seja na entrada da cidade, não no Parque do Palácio”
Carmem completou a fala sugestionando que fosse descentralizada esta construção. “Como eu já disse várias vezes, vamos valorizar o Cassino que tem um ponto turístico maravilhoso para os visitantes conhecer. Quem sabe no Saiqui, temos tantos outros lugares. Temos que descentralizar”, sublinhou.
Votação
A matéria foi votada e arquivada por seis a quatro. Votaram a favor do arquivamento Jerônimo Rolim (PDT), Vellinho Pinto (PDT), Jone Wulff (PDT), Felipe Caputo (PSDB) Carmen Seibt (PSDB) e Carla Reis (MDB).

Os votos contrários foram de Mana Andresa (MDB), Roberto Grulke (MDB), Alberi Dias (MDB) e Emília Fulcher (Republicanos).
Carla aproveitou um dos espaços também para justificar o voto. “Quero deixar claro que não sou contra o Centro de Convenções. Tivemos uma reunião com a Associação Comercial e Industrial de Canela (ACIC) até pela questão do turismo de negócios e sabemos que precisamos de um Centro de Convenções. Não concordo que seja no Parque do Palácio, pra mim é difícil por ser da situação, da base, e ter esse voto contrário. O que eu fiz? Escutei as pessoas, a comunidade. É para isso que estou aqui e por isso coloquei meu nome à disposição”, declarou Carla, acrescentando que visitou os arredores do Parque para pensar sobre a decisão.
A vereadora reforçou que Canela precisa de um Centro de Convenções urgentemente, mas que outro lugar fosse escolhido para receber a estrutura. “Sou a favor de um Centro de Convenções para o nosso município, mas que possamos ter o Parque do Palácio como um lugar para fazer encontros e usufruir da natureza”, completou.
A Audiência Pública, marcada para o dia 23 de agosto, para tratar sobre o assunto foi cancelada.
Prefeitura vai se reunir para tomar decisão
O Executivo deve se reunir hoje (15) para tomar uma decisão acerca do arquivamento. A Prefeitura tem um prazo que vai até janeiro de 2025 para que um Centro de Convenções seja construído no Parque. Caso não ocorra, o espaço será devolvido ao Estado, que concedeu o imóvel ao Município em 2010.