Fernando Gusen
CANELA – Aumenta o número de famílias que buscam ajuda na Assistência Social; Prefeitura registra queda na arrecadação tributária; volta às aulas pode ocorrer em 4 de maio; saúde garante que tem plenas condições de atender os canelenses. Estes e outros detalhes foram apresentados pelo prefeito Constantino Orsolin durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira, por videoconferência. O vice e os secretário também participaram da atividade.
Uma das principais preocupações dos canelenses é quanto à capacidade do Hospital de Caridade em atender a demanda de casos do novo coronavírus, caso a cidade enfrente um surto da doença. Durante a coletiva o secretário da Saúde, Vilmar Santos, procurou tranquilizar a sociedade afirmando que “hoje, com a estrutura que temos, não tenho receio de dizer que estamos preparados para enfrentar essa crise do coronavírus”.
De acordo com ele, o HCC dispõe de seis aparelhos respiradores e conforme o corpo clínico é suficiente para suprir. “Hoje temos funcionando dentro do hospital seis respiradores e de acordo com o corpo clínico do hospital, isso é suficiente para atender a demanda, levando em conta que não tem UTI em Canela”, pondera Vilmar. Nos próximos dias serão sete respiradores disponíveis.
Vilmar reiterou que as medidas de combate a Covid-19 começaram a ser planejadas ainda em fevereiro e algumas já foram executadas como forma de prevenção ainda naquele momento, como a compra de medicamentos para a Farmácia Municipal que ficou com estoque para cinco meses.
Por causa do coronavírus, o posto de saúde central teve seu atendimento estendido. De segundas à sextas funciona até 21h, e aos sábados e domingos opera das 7h às 19h. Sobre este tema o Jornal Integração questionou a possibilidade de manter o postão aberto até mais tarde mesmo após a pandemia. O secretário confirmou que estuda a probabilidade e o prefeito, mais incisivo, disse que “temos que fazer todo o esforço possível para manter aberto”.
Entre as medidas adotadas, está uma tenda que foi erguida em frente ao HCC para atender casos específicos de pacientes com sintomas gripais. Também ocorreu a suspensão das consultas eletivas nas UBSs para priorizar atendimentos de menor gravidade. E uma parceria com a Rede Laghetto de Hotéisdisponibilizou apartamentos para os profissionais da saúde.
Outro detalhe citado por Vilmar é quanto a procura por atendimento no hospital. “A população entendeu e está deixando de ir ao hospital por qualquer coisa e isso é uma questão que a gente vinha há tempos questionando”, observou.
A Secretaria investiu R$ 110 mil em produtos recomendados para impedir a expansão do vírus como álcool em gel, álcool 70%, termômetros, máscaras descartáveis, máscaras PFF2, aventais e jalecos descartáveis. Também houve doação de empresas e de pessoas físicas em dinheiro e assessórios de EPIs e calçados.
Em Canela, até ontem, foram 15 casos suspeitos de pessoas infectadas, um ainda aguardava resultado dos exames laboratoriais e 14 já havia sido descartados.
VOLTA ÀS AULAS –O retorno das atividades escolares depende de uma decisão do governo estadual. O decreto em vigor prevê o reinício após 30 de abril e Canela já elaborou um plano de ação para reiniciar em 4 de maio.
“O decreto em vigor é até 30 de abril. Então estamos nos preparando para voltar com as aulas no dia 4 de maio (segunda-feira). E não podemos chegar ali sem ter um plano de ação. Se voltar neste dia, já temos todo o calendário remodelado para seguir até o final do ano. Mas se o retorno for jogado mais para frente e tivermos que voltar em junho, por exemplo, teremos que buscar alternativas mais radicais”, explicou o secretário de Educação, Gilberto Tegner.
Caso o decreto estadual não seja prorrogado e o retorno às aulas se confirmar para 4 de maio, serão 29 dias letivos parados. Tegner explica que o plano traçado prevê férias escolares de uma semana no inverno (eram duas), alguns feriados terão aulas e haverá uma compensação de mais meia hora de aula por dia avançando um pouco em dezembro.
Mas se o governador Eduardo Leite estender o decreto, aí as medidas terão que ser mais duras. “Se for em 4 de maio dá pra recuperar, o calendário é tranquilo, é contornável. Mas se passar, aí complica. Em ambas as hipóteses, palavra minha e do prefeito, a recuperação não será um faz de conta, será efetivamente cumprida as 800 horas letivas”, revelou.
ARRECADAÇÃO EM QUEDA – Todas as fontes de receita da Prefeitura tiveram queda acentuada. Os dados divulgados são de abril, do dia 1º ao dia 20, e comparados com o mesmo período do ano anterior. Os tributos municipais, na média, caíram mais da metade, IPTU teve baixa de 36%, a redução em ISSQN foi de 46%, ITBI chegou a 53% e Dívida Ativa foi de 77%.
Em números reais, somando estes tributos municipais, aos estaduais (ICMS e IPVA), e mais os da União (FPM e Fundeb), entraram nos cofres da Prefeitura R$ 5.149.295,83, enquanto que no mesmo período do ano passado a arrecadação chegou a R$ 7.248.703,23.
ASSISTÊNCIA SOCIAL– Em 17 dias de atendimento, entre os dias 26 de março e 16 de abril, a Secretaria, mais o CRAS Santa Marta e Canelinha, atendeu mais de 1.200 pessoas, distribuiu 654 cestas básicas (as cestas básicas distribuídas são oriundas de aquisição da própria Secretaria (328 cestas), doação da Secretaria de Educação (130 cestas), doação do Rissul (100 cestas), campanha Ajude Canela (71 cestas), e as demais vieram de outras doações.
