GRAMADO – O projeto do executivo que tramita na Câmara de Vereadores com o objetivo de aumentar o número de Cargos de Confiança na Prefeitura terá votação apertada no plenário. É o que indica as manifestações dos vereadores na última sessão ordinária.
Os quatro vereadores de situação, aliados ao governo, se manifestaram favoráveis ao projeto e defenderam a contratação dos cargos. Joel Reis (Progressistas) afirmou que a cidade precisa desses cargos para funcionar. “Gente, a cidade é administrada por CCs, sempre foi assim. E aqueles que hoje criticam as contratações, há quatro anos também eram CCs. Estão tentando se aproveitar politicamente da situação”, disse.
Os vereadores Neri da Farmácia, Roberto Cavallin e Rosi Ecker Shmitt, todos do Progressistas, mantiveram a mesma linha de Joel em seus discursos e também defenderam o projeto do Executivo, enquanto os vereadores de oposição, Renan Sartori (MDB), Rodrigo Paim (MDB), Cícero Altreiter (MDB) e Professor Daniel (PT), se mostraram totalmente contrários ao projeto.
O vereador Cícero alegou que os valores gastos com os salários destes cargos poderiam ser utilizados em outras áreas do desenvolvimento da cidade. “Esses valores de salários poderiam ser investidos para diminuir as vagas nas escolas de educação infantil, melhorar a infraestrutura, trânsito, saneamento básico, temos que ter prioridades. Dar emprego por promessas de campanha? ou futuros cabos eleitorais? ou investir esse dinheiro na comunidade?”, indagou o emedebista.
Com esse cenário, a votação do projeto em plenário ficaria em 4 a 4, precisando do voto do presidente da casa legislativa, Celso Fioreze (PSDB) para o desempate. Durante a última sessão, Fioreze não se manifestou sobre o tema. Ao término da sessão, nossa reportagem procurou o presidente da Câmara para conversar, mas o mesmo optou por não falar sobre o assunto.
Porém, na manhã de quarta-feira (10), Celso Fioreze participou do programa Voto de Minerva, na Rádio Integração Digital. Questionado pelo jornalista Fernando Gusen sobre sua posição em relação ao projeto, Celso explanou seu ponto de vista ressaltando o momento econômico, o índice de empregos na cidade e falou em cautela. O presidente da Câmara ressaltou a importância do debate com a comunidade. “Eu vou decidir meu voto ouvindo as pessoas, as entidades, escutar as pessoas que nos elegeram. No momento não me sinto confortável para dizer ‘ah, tudo bem, voto sim’. E o executivo precisa avaliar se é o momento de contratar ou de segurar um pouco”, disse Celso.
Outro ponto destacado por Celso no programa Voto de Minerva foi a pressão que ele está recebendo para votar. “Tenho recebido ligações de pessoas pedindo para aprovarmos rápido o projeto. Isso me assusta muito. Os cargos precisam ser preenchidos de forma técnica, se for político, aí estão de brincadeira, até porque é dinheiro público envolvido”, afirmou. O projeto segue em tramitação nas comissões da Câmara de Vereadores e ainda não se tem uma data definida para a votação.
Texto: Gabriel Bremstrop