MARTINA BELOTTO
GRAMADO – Câmera fotográfica, luvas, planilha de anotações e uma caixa de ferramentas acompanham os alunos do Clube de Ciências da Escola Municipal Maximiliano Hahn. Pelo bairro Carniel, o grupo de estudantes se desloca para as saídas de campo, onde trabalham com a descoberta do ecossistema. Orientados pelo professor Erivelton Tomazoni, os jovens encontram um momento de distração e desenvolvem o hábito de preservar o meio ambiente.
A atividade, realizada em contraturno escolar, busca fomentar o conhecimento dos estudantes a partir de experiências práticas. Além de trabalhar conteúdos estudados dentro de sala de aula, o projeto aposta na conscientização da garotada para preservação do ecossistema. Fundado em 2015, o Clube de Ciências conta, atualmente, com cerca de 15 estudantes de 5° a 8° ano. Os encontros do grupo ocorrem uma vez por semana, durante a tarde. Outra turma do Clube, para alunos menores, possui aulas no turno da manhã e aposta em atividades mais didáticas para iniciantes.
As saídas de campo costumam ser realizadas em áreas verdes do bairro para que os estudantes façam o diagnóstico de problemas ambientais e para que coletem materiais para análise em laboratório. Na última excursão, os jovens foram ao lago do loteamento Vivendas do Arvoredo, onde fizeram um teste de oxigênio dissolvido com a água do local. Durante o caminho, também coletaram algumas espécies de cogumelos para catalogação e observaram o descarte incorreto de resíduos pela natureza.
A empolgação foi marca registrada do momento, e a divisão de tarefas possibilitou que cada um tivesse participação no processo. “Essa é a minha primeira experiência, e eu já estou muito animada”, avalia Maria Freitas, de 12 anos. Já para Thalya Adams, de 13 anos, o Clube de ciências é um momento de distração para a rotina. Ela conta que, normalmente, passa as tardes mexendo no celular, mas que o projeto traz outra possibilidade. “É muito melhor do que ficar em casa, usando o celular, que é o que a gente já faz todos os dias. Aqui podemos aprender outras coisas e nos distrair”, aponta.
Além de ser visto como um passatempo, o projeto contribui para o desempenho em sala de aula. “Melhora o nosso conhecimento e ajuda em coisas para a aula”, comenta Sarah da Silva, de 11 anos. “Nós aprendemos muitas coisas, fazemos novas experiências”, acrescenta Vitória Reck, de 12 anos. Outras atividades já desenvolvidas pelo Clube foi o trabalho com uma horta nos fundos da escola, a criação de uma composteira e um jardim de bromélias.
Para o professor Erivelton, o Clube de Ciências vai além de uma atividade extra classe. Ele acredita que a proposta possa mudar a percepção dos jovens com relação ao local onde moram. “Eles têm um convívio direto com a natureza, o que possibilita que eles interpretem o ambiente em que vivem. Normalmente as coisas passam despercebidas, então tentamos despertar essa conscientização, que também acaba sendo levada por eles para dentro de casa”, ressalta.