Já estamos no último mês do ano. Passou como fumaça, ou nuvem de cerração. Minha visão sobre o dezembro é a mesma da sexta-feira, quando se trata de uma semana:quem ainda não resolveu seu faturamento está por um milagre. Já é hora de planejar 2024 e seja o que Deus quiser neste último mês. É cuidar para que a execução do planejado em 2022 caminhe bem na reta final e nada mais.
E o que esperar de 2024? Aí está a questão. Será um ano de eleições municipais e isso deverá nortear o debate da parte pública durante todo o ano. Especialmente em Canela onde a sucessão promete disputas e debates frenéticos. Logo, projetos empresariais a serem aprovados terão ainda mais dificuldade nesta cidade. Em Gramado há a possibilidade de reeleição do Nestor o que deve manter o clima mais ameno.
Ele está de volta
Especula-se a volta de José Ivo Sartori para a Prefeitura de Caxias para 2025/2028. Pelo menos candidato deverá ser, mas claro, ele diz que vai definir isso “após a Festa da Uva (março)”. Se isso ocorrer, vai perceber uma grandessíssima piora no orçamento desde que deixou a cadeira de prefeito em 31 de dezembro de 2012. O Orçamento deste ano, 2023, está prevendo déficit acima de R$ 400 milhões.
Calmaria
Só citei o caso da vizinha Caxias e do seu ex-prefeito de dois excelentes mandatos porque sua chegada, ou sua volta, ao mundo político, porque ao que a coluna foi informada por Caxias silenciou o barraco. Estava igualzinha Canela com todo mundo achando que poderia ser o candidato até que ele chegou e colocou fim nas fofocas. E todos que sonhavam deram conta de se reorganizar em projetos possíveis de serem alcançados. Canela está esta bagunça toda, esta gritaria toda, por causa disso, porque todos acham que podem ser o próximo prefeito. Mas, infelizmente, não temos nenhum Zé Ivo por aqui para pôr fim na palhaçada.
Reestruturação
Com a limitação de candidatos a vereador por sigla a um a mais do que o número de cadeiras na Câmara (sendo 10 em Gramado e 12 em Canela), os políticos precisam se reorganizar. As coligações serão muito presentes no pleito de 24. Senão vejamos: Gramado teve mais de 90 concorrentes na eleição de 2020. Nesta eleição seriam, ou serão, necessários nove partidos para acomodar esse tanto.
Maioria na Câmara
Por outro lado, quem pretende se eleger prefeito precisa mais do que esse número de candidatos trabalhando e por isso terá de buscar conjuntura, coligações. Também para fazer a maioria na Câmara com um único partido é praticamente impossível. No caso de Gramado, 50% dos candidatos de uma sigla teriam que se eleger. Trazendo para o caso do PP, ou Progressistas, a tendência é de eleger 4, como na atual legislatura. Logo, precisa de mais um para garantir uma administração mais tranquila.
Ponto fraco
E este é exatamente o ponto fraco do prefeito Nestor. Ele tem muita dificuldade de compartilhar os feitos do PP com outras siglas. Pelo contrário, sua luta é para acabar com os demais partidos, todos, se desse. Por isso está dependendo da generosidade do Celso Fioreze do PSDB, um dos partidos que destruiu, cada vez que há um projeto polêmico de interesse do Governo. Ao que eu sei, no entanto, para esta eleição, Tissot está de olho nisso e apoiando o surgimento e fortalecimento de novas siglas para a eleição que se avizinha.
Confraternização do PSD
Um destes partidos que se fortalece para a eleição gramadense de 24 é o PSD que a nível de Brasil caminha para se tornar o maior de todos, bem próximo de mil prefeitos já.
Este estás com a confraternização de Fim de Ano marcada para dia 9, às 11h, com almoço, junto ao pavilhão dos 11 Canarinhos. “Venha participar deste encontro de amigos que querem uma ‘Gramado Cada Vez Melhor’, diz o convite, o que sugere de pronto o alinhamento com o Governo. O presidente é o ex-emedebista, vereador de dois mandatos, 2016 a 2020, mas que nos últimos quatro anos, declinou da vereança para cuidar da Secretaria de Saúde no Governo Fedoca, João Teixeira.
Emaranhado
Na reeleição de Constantino, em Canela, em 2020, uma grande conjuntura de partidos se formou, o que lhe garantiu quase 80% dos votos válidos naquela eleição. Como ele não pode mais ser candidato as peças estão frouxas, por enquanto, com todos os políticos avaliando cada situação para depois se afirmar em algum posto. Da parte do Governo tem 30 querendo o suceder e da oposição, três ou quatro, que restarão em um, Gilberto Cezar. Ocorre que este, hoje favorito, não tem vida fácil na busca de conjunturas. A ensaiada inicial de juntar PDT e PP ao seu PSDB já frustrou, como a coluna previu imediatamente após aquele ensaio. Assim, sem apoio de muitos, o caminho para um possível sucessor de Constantino, conforme ele próprio deseja muito, se abre. Porém, aqueles 30 teriam que chegar a um consenso, o que não é nada fácil. Demover alguém que acha que pode ser o próximo prefeito desta ideia não é mole. E isso fortalece Gilberto Cezar. O desgaste interno dos governistas é gigantesco e de difícil consenso.
Um pouco mais leve
Em Gramado, nesta eleição, a tendência é de que a maioria se junte ao Governo, buscando uma fatia na gestão 2025/2028, já que a reeleição de Nestor é dada como certa por muitos. Enquanto isso a oposição se vira nos trinta para arranjar um candidato a prefeito que dê suporte aos proponentes ao Legislativo. A princípio o que deve chegar para cumprir a tabela é o vereador petista, Professor Daniel, que deve se filiar ao MDB, na janela de março. Assim, porém, o próprio PT deve ficar sem representação na próxima legislatura. E ele mesmo ficar sem mandato e sem holofotes pelo menos por três anos até a aproximação do pleito de 2028. Seja como for, a tendência é de que os associados ao governo, PP e outros, elejam sete dos nove vereadores. Lembremos que Constantino elegeu 8 de 11 na eleição passada, em Canela.
Renato Feistensaiffer
O empresário fundador do Alpen Park, de Canela, RenatoFaistensaiffer, filiado ao PDT, disse ontem à coluna que não pretende se filiar a nenhum cargo na eleição de 2024. “Não sou candidato a nenhum cargo eletivo. Apenas estou disponível para contribuir com qualquer candidato que se eleja e que deseje minha contribuição”, escreveu. Aliás, o PDT canelense de três vereadores pode passar mal para eleger um na próxima eleição. Jonne do Jornal está de passagem para o PSD, Jerônimo, falam as más línguas, estaria desconfortável na sigla e visualizando outro partido e Vellinho Pinto ainda é uma curiosidade se vai concorrer novamente. Ontem à coluna, disse que não pretende concorrer a prefeito, mas que é partidário e por isso se sujeita ao que o PDT precisar: “A prefeito, entendo que já dei a minha contribuição. Sou um cara de partido. Outra possibilidade o PDT deve analisar o que é melhor para o PDT de Canela”.
Quero colo
Na sessão da Câmara de Gramado, segunda-feira, a maior grita dos vereadores da oposição foi por atenção da parte do prefeito. Ainda mais que tinha sido lhes pedido para não participarem da coletiva DE IMPRENSA, promovida pela Prefeitura na sexta anterior. Em uma de suas falas clamando por mais atenção, o vereador Professor Daniel lembrou que foi eleito presidente da Câmara em 2021 por unanimidade pelos vereadores. Na sequência foi a vez do Volnei da Saúde, do Progressistas, que aproveitou a deixa para reclamar um acordo de cavalheiros que foi rompido por ele e pelos vereadores do MDB e PSDB para a presidência da Câmara no último ano da legislatura, 2024, quando seria a vez do PP: “Daniel, acho que tu fez bem quando lembrou de primeiro de janeiro de 2021, só quero te lembrar que acordos são feitos, eu acredito, que paraserem cumpridos, mesmo que seja de palavra, às vezes a gente não precisa assinar nenhum documento. Quando você entrou na Sala da Democracia (umas das salas da Câmara) e pediu o voto aos quatro vereadores do PP, o que que foi tratado naquele dia lá? ‘Olha, vamos acordar que são quatro partidos que estão na Câmara e cada partido vai fazer a gestão de um ano da Câmara de Vereadores’ (teria dito Daniel). Tu pode até negar isso mas é da tua pessoa. Pediu o voto para nós lá e a gente acabou votando para que tu fosses o presidente”. Volnei acrescentou que este acordo tinha sido tratado em outros momentos, também.