Trabalhadores se reuniram presencialmente e online e decidiram pela paralisação
PAÍS – Em assembleia presencial realizada na noite da segunda-feira (17), na Praça da Alfândega, em Porto Alegre, os trabalhadores dos Correios no Rio Grande do Sul, decidiram pela greve. Além das presenças durante o encontro que ocorreu observando todas as medidas de segurança conforme orientação dos órgãos de saúde, mais de 500 pessoas participaram e acompanharam pelo Facebook do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do RS (Sintect-RS).
A assembleia iniciou com os dirigentes do Sintect-RS dando um relato sobre a proposta da empresa e a situação do acordo no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo eles, a proposta dos Correios é “inaceitável” e praticamente acaba com o Acordo Coletivo. Já quanto a votação no STF, alertaram que se trata de uma sentença normativa em relação a negociação de 2019 e da validade do acordo, se é até 2020 ou 2021.
Também foi lembrado que com a pandemia, os serviços cresceram mais de 20% enquanto o número de trabalhadores diminuiu isso além da carência de pessoal que já havia antes. Com isso, a empresa tem exigido trabalhos em sábados, domingos, sobrecarregando e expondo ainda mais os trabalhadores ao coronavírus.
Outro ponto assinalado é que a extinção de 70 cláusulas do Acordo tem um impacto ainda pior para a trabalhadora, já que acaba com diversos itens que dizem respeito a elas.
Em relação a pandemia, foi denunciado que a empresa não preenche a CAT, não faz testagem, apesar dos trabalhadores estarem nas ruas, diariamente. “Não vamos recuar e vamos mostrar a força dos trabalhadores de Correios para que os direitos sejam mantidos, nossa vida preservada e a empresa continue como uma empresa pública, do povo brasileiro. Queremos a presença do Correios em todos os municípios brasileiros, entregando de porta em porta, e respeito pela população”, pontuaram em documento.
O Correios é o único serviço público presente em praticamente todas as cidades do país e conforme o Sintect-RS, a empresa é auto sustentável e tem tido lucros sequenciais, inclusive dando retorno ao governo.