Os participantes da segunda convocação da assembleia de credores da Voges, realizada na manhã de quarta (19), rejeitaram as duas propostas de compra, que foram abertas pelo juiz Clóvis Mattana Ramos. A primeira, de autoria da Mercosul Indústria de Motores Elétricos, que tem como proprietário Carlos Eduardo França, adquirente que não efetivou o pagamento da compra anterior, ofereceu R$ 20 milhões, sendo R$ 1 milhão de entrada, 10 dias após a homologação da venda, e outras 36 parcelas. A segunda proposta apresentada pela Metalcorte Fundição trazia o valor de R$ 22 milhões, sendo R$ 4 milhões também após 10 dias de homologação da venda, e 60 parcelas de R$ 300 mil. Por meio de votação eletrônica, 56% dos presentes, na maioria trabalhadores, rejeitaram as propostas.
A segunda votação seria para aprovar ou rejeitar o novo plano de recuperação judicial. Em caso de rejeição, a consequência direta seria a falência. Porém, os representantes da Voges solicitaram suspensão da assembleia. O administrador judicial, Nelson Luiz Sperotto, colocou em votação o pedido, alertando que se não houvesse votação, poderia haver contestação e anulação da assembleia. A suspensão foi aprovada por 59% dos presentes. O Banrisul, maior credor inserido da classe de garantia real, definiu a votação.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Assis Melo, criticou a iniciativa de representantes da empresa de tentarem convencer as pessoas a votar pela proposta de compra pela própria Voges, que é ré no processo. “Não é possível entender como a ré pode apresentar uma proposta de compra. Não conseguiram convencer os credores, mas a suspensão da assembleia. Isso é uma sacanagem com os trabalhadores", avaliou. A próxima assembleia ficou marcada para 16 de julho, às 9h, também no Jockey Clube