ESTADO – O acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, anunciado na sexta-feira (6), é visto com expectativa positiva pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). “A concretização do acordo é um passo importante para o futuro da economia do Brasil e do Rio Grande do Sul. Poderá nos trazer crescimento do fluxo de comércio e de investimentos, maior inserção do Brasil nas cadeias globais de valor, aumento da diversificação econômica e fortalecimento do Mercosul”, diz o presidente da Fiergs, Claudio Bier, reforçando tratar-se apenas da primeira etapa até a conclusão total do acordo, que exige a aprovação dos dois grupos, inclusive do Conselho da União Europeia.
O presidente da Fiergs aponta como um dos principais benefícios para a indústria gaúcha o maior acesso do segmento alimentício ao mercado europeu, já que o acordo se compromete a isentar 82% das importações agrícolas do Mercosul e dar acesso preferencial com tarifa menor a 97% dos produtos.
“De uma maneira geral, o acordo é benéfico para o Rio Grande do Sul, visto o maior acesso ao mercado europeu pela indústria alimentícia gaúcha, por exemplo. Quanto aos segmentos de Máquinas e equipamentos, Equipamentos elétricos e Bebidas, esses sofrerão uma maior concorrência do mercado europeu, aumentando a necessidade de uma maior competição via qualidade e preços médios. Inegavelmente, o fluxo de investimento e o fluxo comercial devem aumentar para os próximos anos com a concretização do acordo”, afirma Claudio Bier.
Em 2023, o Rio Grande do Sul foi o sexto estado brasileiro que mais exportou para a União Europeia e o sétimo que mais importou do bloco. No mesmo ano, a UE foi o segundo destino das exportações gaúchas (considerando o somatório dos países membro), representando 13,4% do total exportado e a terceira principal origem das importações, representando 12% do total importado.
Oportunidades e benefícios do acordo
Crescimento da economia, comércio e investimentos;
Maior diversificação da economia brasileira, proporcionando ganhos mais extensos em termos setoriais;
Impacto positivo sobre outras negociações, ampliando a inserção internacional do Brasil por meio de acordos com países prioritários;
Redução de custos das importações de alta tecnologia, gerando ganhos de produtividade e modernização em áreas que a indústria nacional ainda não atua;
Novas possibilidades de joint ventures e associações entre empresas;
Maior segurança jurídica e homologação de práticas aduaneiras para transações de investimentos e comerciais;
Aumento das linhas logísticas e eventual redução de fretes internacionais;
Redução das barreiras tarifárias e não-tarifárias;
Maior inserção do Brasil nas cadeias globais de valor;
Boas oportunidades para setores como: celulose, soja, carnes, tabaco, couro, calçados, móveis e máquinas/implementos agrícolas.