Em um relatório divulgado semana passada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), uma pessoa comete suicídio a cada 40 segundos no mundo, o que significa que, por ano, cerca de 800 mil pessoas tirem a própria vida (o ano base deste cálculo é 2016). O número, no entanto, não representa fielmente a realidade, já que para cada morte devidamente registrada há muitas outras tentativas e até mesmo óbitos que não chegam a ser registrados como suicídio.
De acordo com a OMS, 79% dos casos de suicídios se concentram em países de baixa renda. O autoextermínio já é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, atrás apenas dos acidentes de trânsito. Em 2016, por exemplo, foram registrados 13.467 casos de suicídios no Brasil, sendo que 10.203 destas mortes foram de homens.
A OMS ressalta que, embora a ligação entre suicídio e transtornos mentais, particularmente transtornos relacionados à depressão e ao uso de álcool, esteja bem documentada em países com renda elevada, muitos suicídios ocorrem impulsivamente durante tempos de crise que minam a capacidade de enfrentar as tensões da vida, como problemas financeiros, quebra de relacionamento ou dor e doença crônica.Além disso, experiências relacionadas a conflitos, desastres, violência, abuso, perdas e sentimentos de isolamento estão intimamente ligadas ao comportamento suicida.
É fato que o suicídio é um fenômeno complexo, de múltiplas determinações, mas saber reconhecer os sinais de alerta pode ser o primeiro e mais importante passo.Isolamento, mudanças marcantes de hábitos, perda de interesse por atividades de que gostava, descuido com aparência, piora do desempenho na escola ou no trabalho, alterações no sono e no apetite, frases como “preferia estar morto” ou “quero desaparecer” podem indicar necessidade de ajuda.
O suicídio é um ato de comunicação. Quem se mata, na realidade tenta se livrar da dor, do sofrimento, que de tão imenso, parece insuportável.
Setembro Amarelo – O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. No Brasil, foi criado em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida, Conselho Federal de Medicina e Associação Brasileira de Psiquiatria, com a proposta de associar a cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10 de setembro).
A ideia é pintar, iluminar e estampar o amarelo nas mais diversas resoluções, garantindo mais visibilidade à causa. Ao longo dos últimos anos, escolas, universidades, entidades do setor público e privado e a população de forma geral se envolveram neste movimento que vai de norte a sul do Brasil. Monumentos como o Cristo Redentor (RJ) e o Estádio Beira Rio (RS) participam da campanha.
O quadro escolar da Danton Corrêa realizou, ontem pela manhã, um ato simbólico alusivo ao Setembro Amarelo. Com balões amarelos, alunos e professores deram um abraço na escola para chamar a atenção pela importância do assunto.
Onde buscar ajuda – O número de suporte é 188 para todo o Brasil. Os sites setembroamarelo.org.br e cvv.org.br também são canais disponíveis para busca de ajuda e aconselhamento. O atendimento é gratuito e ocorre 24h por dia.
Foto: Leonardo Santos/JIH