Sistema Faxinal está com volume de água 20% abaixo de sua capacidade de acumulação (Foto Natalí Gubert)
Desde dezembro de 2019, o Rio Grande do Sul vivencia tempos de pouca chuva. Alguns municípios sofrem com falta de água para consumo da população, criação de animais e irrigação de plantios.
De acordo com estudos técnicos realizados pela Divisão de Recursos Hídricos do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (SAMAE), a previsão meteorológica para os próximos três meses será de chuvas pontuais. O volume de água que adentrar nos reservatórios serão relevantes, porém insuficientes para atingir o nível de 100% das represas. Outra preocupação é com a previsão de ocorrência do fenômeno La Niña, que traz temperaturas baixas e pouca chuva no inverno.
O engenheiro agrônomo Marcio Vicente Duarte Adami explica que, mesmo com a reposição atualmente necessária, ainda será preciso mais um longo tempo para que o solo absorva uma parcela dessa água, fundamental no processo de enchimento das represas. “Depois que o solo estiver com sua reserva de água, as barragens iniciarão um processo de retomada da sua capacidade de armazenamento, processo que pode variar ao longo do tempo, pois a chuva é mal distribuída no município”, acrescenta.
O diretor-presidente do SAMAE, Ângelo Barcarolo, afirma que a situação ainda não exige medidas de racionamento, mas é um sinal de alerta para o uso consciente visando garantir a distribuição normal. A autarquia está veiculando o alerta nas redes sociais, destacando a importância das medidas básicas de economia, como evitar o banho demorado, fechar a torneira para ensaboar a louça e não lavar carro ou calçada com mangueira. “O consumo sem desperdício deve ser permanente e não somente em períodos de estiagem”, acentua Barcarolo.
NÍVEIS DAS BARRAGENS
Maestra: 66,5% em 27 de abril
Faxinal: 80% em 20 de abril
Dal Bó: 64,5% em 27 de abril
Samuara: 90% em 27 de abril
Marrecas: 94,5% em 20 de abril
120 dias de isenção de pagamento
O Executivo encaminhou à Câmara Municipal projeto de lei que concede isenção do pagamento das tarifas de água e esgoto pelo período de 120 dias aos usuários cadastrados na Fundação de Assistência Social. São 14.174 famílias que recebem a Tarifa Social em razão de sua frágil condição social e econômica. O número de pessoas atingidas é estimado em 41 mil.
O decreto municipal 18.349/2016 já estabelece a tarifa diferenciada aos usuários de baixa renda. O diretor-presidente do SAMAE, Ângelo Barcarolo, relembra que a pandemia do coronavírus forçou o fechamento temporário de diversos serviços, diminuindo a economia dessas pessoas, com renda de trabalho informal ou autônomo.