GRAMADO – Reciclar, cuidar do meio ambiente e aprender. Este alinhamento de palavras resume o que aconteceu na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Vicente Casagrande, Altos da Viação Férrea, desde o mês de maio que se encerrou na manhã de terça-feira (6).
O projeto denominado de TransformAR(te), atuou na instituição de ensino no turno inverso das aulas com atividades de reciclagem, pinturas criando diversos objetos como porta-retratos, bijuterias, brinquedos, além da participação em uma exposição de Kikitos no Museu do Festival de Cinema de Gramado. Participaram ao todo durante o ano, cerca de 100 crianças do segundo ao sexto ano.
O semblante de professores, voluntários e das crianças no pátio da escola era de dever cumprido. Ansiedade para começar as atividades e colocar em prática o xadrez. Uma das pessoas mais entusiastas, Cláudia Kellermann, conhecida como ‘ReciCláudia’, orientou todo o projeto durante o ano na escola. Neste encerramento, peças de xadrez confeccionado com potes de iogurtes e também com garrafas pet mudaram o cenário, colocando um colorido especial.
Um tabuleiro de xadrez ‘gigante’ foi pintado na quadra da escola. Enquanto os alunos se divertiam jogando uma partida, Cláudia como gosta de ser chamada explicou que o projeto engloba, além da consciência ambiental a valorização do trabalho das crianças.
“Consideramos importantes as crianças se sentirem importante e ver algum significado nas atividades que elas fazem. Além deste aprendizado do artesanato com material reciclado e consciência ambiental, agrega outros conhecimentos. Como agora o xadrez que vai ficar um legado para a escola. Esta modalidade auxilia no desenvolvimento no raciocínio, entrosamento das crianças, pode facilitar na matemática”, comentou.
A cada palavra quando se recordava de tudo que foi realizado no ano, os olhos marejados de ‘ReciCláudia’ era o flagrante do quanto, significou para ela este convívio com as crianças. “Sempre aprendemos com eles [estudantes], espero que este projeto continue é muito amor envolvido, fico emocionada, eles devolvem para gente o que damos em carinho, espero retornar ano que vem e seguir criando”, comentou.
Durante as atividades, enxadristas voluntários marcaram presença interagindo com os estudantes e iniciando as primeiras orientações do xadrez, como foi o caso de Paulo Volk, o Paulinho, que pratica a modalidade a 50 anos.
“ Primeiro muito positiva que iniciou como um projeto de reciclagem onde as crianças forma educadas sobre a importância da educação na reciclagem do lixo e para o xadrez nesta fase infantil é importante, pois é um jogo de memorização, estratégia, paciência e saber ganhar e perder. Ensina para vida em muitos aspectos”, explicou.
Enxadristas ecológicos
Concentrados para a disputa de uma partida, os colegas Dilan Balem Utzig, 9 anos e Enzo Henrique Santos do Amaral, 10 anos, deram uma pausa na partida para falar sobre o projeto, que além de enfatizar a preservação ambiental, orienta a prática de uma modalidade esportiva diferente do que estavam habituados.
“Iniciei em janeiro a jogar xadrez com o pai, não sabia. Jogamos junto. Melhorou a minha memorização na escola, mais concentrado. Quero continuar jogando na escola”, disse Dilan.
“Sabia um pouco, o básico é muito divertido. Chamou a atenção que fiquei mais concentrado e agora é minha diversão. Vou jogar em casa e ensinar a família”, finalizou Enzo.

Texto: Tiago Manique – [email protected]