CANELA/GRAMADO – O Jornal Integração inicia nesta semana uma séria de entrevistas com os candidatos a prefeito de Canela e Gramado. Na eleição deste ano os canelenses irão às urnas para escolher entre o atual mandatário municipal, Constantino Orsolin (MDB), e o ex-secretário de Educação, Gilberto Tegner, o Tolão (PDT). Os gramadenses têm quatro opções de escolha: o ex-prefeito Nestor Tissot (PP), o atual vice-prefeito Evandro Moschem (MDB), o empresário Beto Tomasini (PSDB), e Elias Vidal Sobrinho (PTC).
Para auxiliar o eleitorado em uma decisão consciente, a redação do JI listou uma série de dúvidas e questionamentos que irão mostrar o que cada um destes prefeituráveis pensam para o futuro de sua cidade, o que pretendem fazer, e como pretendem fazer.
Faltam sete semanas para a eleição e a cada edição vamos abordar temas que são pilares de governo para as nossas comunidades. Na edição de hoje, a abordagem é sobre Turismo e Desenvolvimento Econômico. Confira ali no topo da página o banner com a programação de datas e assuntos que serão tratados.
Cada um dos candidatos terá uma página inteira por semana para expor seus projetos e planos de governo com foco nos temas propostos pela reportagem do JI. Para não favorecer um e desfavorecer o outro, todos responderão aos mesmos questionamentos.
GRAMADO – O empresário ligado ao setor gastronômico Beto Tomasini tem o também empresário Márcio Barth ao seu lado representando o PSDB na corrida pela Prefeitura. Beto tem afinidade com o setor turístico e respondeu aos questionamentos do Jornal Integração sobre seus planos e projetos para desenvolver mais o Turismo e Desenvolvimento Econômico.
O que se propõe de inovador para o desenvolvimento turístico de Gramado?
Precisamos promover ações de marketing para o fortalecimento de Gramado como destino turístico, entre elas desenvolver workshops e participar de feiras de negócios em diferentes centros do Brasil e do exterior, com o intuito de aumentar o número e a qualidade de nossos visitantes. Como liderança empresarial fiz muito isso desde a década de 1980, quando ajudei a popularizar Gramado em todo Brasil. Precisamos retomar esse trabalho conjunto entre o setor público e a iniciativa privada, todos saem ganhando com isso. O turismo e os eventos de Gramado precisam se reinventar e trabalharemos para que isso aconteça.
Com relação aos grandes eventos que levam o nome de Gramado para o mundo, como Natal Luz e Festival de Cinema, além de outros, o que se propõe para manter e promover a evolução destes acontecimentos?
Precisamos qualificar os eventos e dar maior visibilidade com a promoção do destino Gramado, através da imprensa nacional e especializada, novas tecnologias e um sistema de comunicação próprio e independente com foco na divulgação das qualidades e atrativos de Gramado. Também precisamos criar uma nova imagem para o Festival de Cinema e o Natal Luz, resgatando a originalidade e a participação da comunidade na realização dos eventos gramadenses.
Quanto à Gramadotur, qual a sua avaliação sobre o uso deste empreendimento?
A autarquia precisa ser o motor de vendas de todos os produtos e serviços turísticos de Gramado. Também deve ajudar a promover os segmentos empresariais no setor de produção de eventos.
Qual a saída para aumentar a presença, quase nula atualmente, de turistas estrangeiros?
Em primeiro lugar, nossos empreendimentos e a mão de obra local precisam estar preparados para atender com a excelência necessária os turistas estrangeiros. Precisamos evoluir muito neste sentido, a começar com as sinalizações trilingues na cidade, cardápios traduzidos e, principalmente, profissionais capacitados para receber e bem atender os visitantes de outros países. O setor público precisa ser parceiro das empresas para facilitar e acelerar esse processo de adaptação. Em paralelo a isso, precisamos desenvolver ações de promoção do destino no mercado da América Latina, fortalecendo assim a marca Gramado, os eventos e a cultura local.
Qual a sua visão sobre aluguel de temporada e saturação de quartos de hotel, com possíveis liberações para construções de novos empreendimentos deste segmento?
Nossa cidade precisa organizar uma regra junto ao setor hoteleiro e analisar a real necessidade da construção de novos empreendimentos neste setor. Em relação aos aluguéis de temporada, precisamos avaliar a situação para que seja entregue um serviço dentro das mesmas exigências feitas ao setor de hospedagem, criando um conselho de hospedagem e gastronomia.
Como será o desenvolvimento e fomento do turismo rural?
Incentivar através do sistema de vendas da Gramadotur a comercialização dos roteiros de agroturismo do interior, fomentando a produção deste setor e valorizando a mão de obra da agricultura familiar.
O que se propõe no tocante ao ecoturismo, de natureza e aventura?
Incentivar a prática do turístico ecológico e agilizar a liberação de alvarás neste segmento, promovendo a divulgação no interior. Gramado não pode perder as suas características naturais e entendo que a cidade pode explorar o turismo ecológico ao mesmo tempo que preserva a natureza.
Gramado dispõe de dezenas de parques e opções para o turismo de entretenimento. Qual o plano para a municipalidade se envolver no fomento deste nicho?
Os parques precisam ser explorados pela iniciativa privada e a Prefeitura precisa dar a concessão para a Gramadotur implantar o motor de vendas destes serviços, aumentando o fluxo de agências receptivas. A autarquia pode, por exemplo, instalar monitores de vendas em diferentes pontos da cidade para incentivar a comercialização e aumentar a ocupação dos empreendimentos turísticos. Todos saem ganhando com isso.
E no tocante à qualificação de mão de obra dos profissionais que atuam nas diferentes áreas do trade turístico?
Formalizar parcerias com instituições de ensino que tenham o reconhecimento de MEC, com o intuito de oferecer conhecimento e excelência aos serviços envolvidos nos meios de hospedagens, gastronomia, comércio, transporte e todos os demais segmentos ligados ao turismo.
Qual a sua visão sobre o aeroporto de Vila Oliva? Gramado vai levar asfalto até a divisa? E seu posicionamento com relação ao projeto do Aeroporto das Hortênsias em Canela?
O construção do Aeroporto de Vila Oliva será fundamental para o aumento do número de visitantes em Gramado e na região de modo geral. Sabemos que hoje um grande percentual dos passageiros que desembarcam no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, tem como destino Gramado. Mas antes de chegar à cidade precisam pegar mais duas horas em média de transporte terrestre. Entendo que com a operação de Vila Oliva e uma distância menor entre o aeroporto e Gramado, teremos um aumento considerável de visitantes. E isso será fundamental para a sustentabilidade de toda a cadeia turística e a economia da região. No que compete a Gramado, precisamos sim dar uma contrapartida de infraestrutura caso necessário. Acredito que saindo a construção do Aeroporto de Vila Oliva, que pode atender a região de modo geral, a instalação de outro em Canela se torna desnecessário no momento.
O senhor tem conhecimento das condições para a terceirização da EGR? Isso é bom para o turismo regional?
Entendo que a administração e manutenção de rodovias não deve estar nas mãos do Estado. A iniciativa privada dispõe de melhores condições e mais agilidade na realização de obras e preservação, fazendo a entrega de um melhor serviço.
Qual o planejamento para diversificar a matriz econômica de Gramado gerando empregos e renda em setores que não estão ligados ao turismo? Existe a intenção de conceder algum tipo de benefício fiscal ou estrutural ou desburocratização para atrair novas empresas para o município? E sobre Parque Industrial, o que o senhor tem a dizer?
Precisamos continuar trabalhando e fortalecendo o turismo como nossa principal matriz econômica, pois a cidade foi construída com este propósito e hoje ocupa posição de destaque como destino turístico. Mas a pandemia nos mostrou que a excessiva dependência de um único setor pode ser perigosa e fatal para a economia de uma cidade. Precisamos sim diversificar a nossa matriz econômica, criando um distrito empresarial e dando melhores condições para a instalação de novas empresas e crescimento das já existentes no município. Também buscaremos desburocratizar e facilitar a instalação de novos empreendimentos, privilegiando a instalação de empresas não poluentes.
E para o empreendedorismo individual, bem como as micro e pequenas empresas, tanto na criação como na expansão desses empreendedores?
Queremos em primeiro lugar valorizar e incentivar os micro e pequenos empresários, que são a maioria em nossa cidade. Precisamos oferecer condições para que seus negócios evoluam, ampliando assim a geração de emprego, renda e impostos. Também criaremos um selo de excelência para produtos locais, estimulando a qualidade da confecção de produtos locais, visando fomentar a venda e o desenvolvimento das indústrias gramadenses.
Existe proposta de incentivo e valorização voltada ao setor de tecnologia e inovação?
Buscaremos viabilizar junto à iniciativa privada um projeto integrado ao distrito empresarial com foco na tecnologia e na inovação, possibilitando o desenvolvimento de uma ‘indústria limpa’ e com grande potencial de crescimento, podendo consolidar uma nova matriz econômica baseada neste segmento.