GRAMADO – Mais um capítulo no caso do Lago da Expogramado. A Secretaria de Obras trabalhou durante a semana para finalizar o aterro do lago que fica junto ao estacionamento da Gramadotur, local da 32º Festa da Colônia, que inicia no próximo dia 27.
O caso do aterro causou dúvidas e questionamentos aos moradores sobre a necessidade dessa ação e a possibilidade de haver algum tipo de nascente/vertente no local. Na última terça-feira (18), um morador e assinante do Jornal Integração ligou para a redação avisando que equipes da Prefeitura estariam trabalhando na abertura de um dreno (uma vala preenchida com pedras) onde ficava o lago aterrado.
Na última quarta-feira (19), a reportagem do JI esteve no local e constatou que a informação procedia e que um dreno estava sendo construído (foto), inclusive as máquinas utilizadas no serviço estavam estacionadas próximas, além de um caminhão carregado de pedras.
Nossa equipe entrou em contato com a Secretaria do Meio Ambiente do município, que alegou não estar sabendo da ação que estava sendo realizada. A Gramadotur, Autarquia responsável pelo espaço e que detém as autorizações ambientais para intervenções no local, afirmou que estava sendo feito o plantio de grama e que o serviço era de responsabilidade da Secretaria de Obras.
Em contato com a Secretaria de Obras, foi informado que este é um assunto de responsabilidade da Gramadotur. Já a assessoria de comunicação da Prefeitura disse não saber da construção de um dreno e que o serviço que estava sendo realizado era o plantio de grama.
Há duas semanas, em resposta a questionamentos de nossa reportagem, a Gramadotur afirmou que não havia nascente no local. “Cabe referir ainda que por ser um Lago artificial não existe nascente no local e a fauna foi transferida para o Lago maior que fica ao lado, junto as instalações dos Pavilhões da Festa da Colônia”.
O questionamento trazido à reportagem por moradores é: se não existe nascente ali, por que o dreno?
PATRAM
O tenente Marco Antônio Ritter, comandante da Polícia Ambiental (Patram), afirmou que caso continue vertendo água no local, novas análises serão feitas. “Era um local que tinha água, ou seja, conforme for aterrando ela vai saindo, mas caso continue vertendo essa água, o que indica uma nascente/vertente, podemos analisar novamente”.
Segundo o comandante, o caso da construção do dreno precisa ser analisado. “O dreno é comum colocar para manter uma área seca, mas também utilizam para secar banhados, nesse sentido precisamos analisar em loco”, salientou.
Porém, Ritter lembrou que até o momento nenhuma irregularidade foi constatada. “O geólogo do município analisou o local e disse que não é uma Área de Preservação Permanente (APP). Também analisamos os documentos da Fepam para saber se havia nascente e não encontramos nada nos documentos que indicasse isso”.
O objetivo da Gramadotur em aterrar o lago é aumentar as vagas de estacionamento na Expogramado, devido à alta demanda em períodos de eventos, como Natal Luz e Festa da Colônia.
Também em resposta ao Jornal Integração, há duas semanas, a presidente da Gramadotur alegou que a área vinha sendo explorada de maneira errada. “Cumpre ressaltar que a área do Complexo da Expogramado estava por vezes sendo ocupada indevidamente por pessoas que faziam acampamentos no entorno do lago, produzindo poluição e riscos ambientais, com acendimento de fogueiras para churrascos, volume altos de sons nos carros, além de deixarem rastros de lixo no local, o que incomodava os vizinhos e frequentadores da área”, salientou Rosa Helena Volk.
Texto: Gabriel Bremstrop